POV: CALLIECom certeza ele não era Dante, não havia como ser. Este homem à minha frente, apesar de ter uma aura poderosa e perigosa, não parecia cruel como o meu "noivo".Meu coração pulsava intensamente. Estar ao seu lado parecia cessar as dores físicas e emocionais. O medo cedia espaço para sensações novas, latejava em pontos incomuns. Um desejo crescente queimava em meu interior, a necessidade de ser dele ecoava em minha mente.— Faça de mim o seu destino... — Sussurrei entregue, recebendo seu lindo sorriso antes do beijo profundo, exigente e intenso.Ele me deitou ao chão, parando um tempo em minha face, analisando com um largo sorriso, beijando minhas bochechas, queixo, testa e boca, roçando o nariz no meu.— Aaah, Lobinha, você não sabe o que está pedindo... — Rosnou o homem sobre mim, roçando o corpo no meu, empurrando minhas pernas para o lado, cedendo espaço para que seu corpo se encaixasse perfeitamente no meu.Senti algo rígido entre as minhas pernas. Ele amparou a cabeça
POV: AARONDespertei com a dor aguda em minha costela. Alguns lobos me rodeavam, causando ferimentos profundos em minha carne. Ergui-me do chão, encarando-os de forma fria e predatória.— Covardes, atacando um lobo desacordado! — Rugi, fazendo o chão tremer e obrigando alguns deles a abaixarem a cabeça, com dificuldades para se manterem em pé. — Com o odor fraco de vocês, não posso nem culpar. Não há honra entre os traidores da lua, mas sabem...Girei habilmente o corpo, agarrando um dos lobos pelo pescoço e apertando com firmeza até ver seus olhos saltarem das órbitas.— Vocês me tiraram de um belo sonho, e isto... Han, é mais imperdoável do que me atacarem! — Brandei, quebrando o pescoço do inimigo e o jogando do pico da montanha.— Maldito, o veneno não fez efeito? — Um lobo cinza indagou ao outro, menor.— Não é possível. Ele assegurou que era efetivo contra o alfa. — Respondeu tremendo o lobo marrom.— É mesmo? Quem assegurou? — Sorri por entre as presas, de forma fria. — Este ar
POV: CALLIE— Acordou, querida? — Dante falava com uma frieza diabólica. — Tenho uma surpresinha para você, minha noiva.Gemi desconfortavelmente ao despertar com a voz gélida de Dante, estremecendo com a sensação maligna que pairava no ar. Gritos de desespero e dor se misturavam ao odor de sangue impregnado, e o som de correntes arrastando pelo chão me causava calafrios, enquanto minha loba rosnava em alerta, como pressentindo um perigo iminente.— Dante... o que está acontecendo? — Indaguei receosa, temendo a resposta.— Hoje é o seu dia de sorte, ou melhor, o nosso grande dia. — Ele respondeu, eufórico, puxando as correntes que me prendiam.— Por favor, não faça isso. Você não tem ideia do que estão fazendo a este mundo. — Gritou Yulli, enquanto o som de um tapa ecoava pelo ambiente.— Cale-se, bruxa idiota! Ninguém pediu sua opinião! — Brandou Dante, feroz e impaciente.— Para onde está me levando? O que pretende fazer? — Puxei minhas correntes de volta, parando de andar, provocan
Erguendo a mão em minha direção, Nocturnus desfez as correntes, aguardando que eu a segurasse. Encolhi minhas mãos sobre o peito, ofegante, tentando equilibrar minha respiração.— Desde o início? — Ergui o queixo em sua direção, nervosa. — O que isso quer dizer?— Esqueço o quanto seu pai foi um fiel falho. — Disse a Deidade sombria. — Sua concepção só foi possível graças ao meu poder. Ordenei a Hunter que capturasse Lyra, sacerdotisa com sangue antigo, para que a transformasse em sua Luna e assim tivesse filhotes com sangue raro, sendo prole abençoada pela Deusa Lua e tendo o pai corrompido pelo meu poder.— Está dizendo... — Comecei a falar, mas seu olhar me lançou ao chão.— Cale-se, não terminei de falar. — Nocturnus ressoou impassível. — Onde estávamos? Ah, sim. Quando você nasceu cega, o infiel de seu pai achou que eu havia falhado com suas proles, sofrendo a ira da Deusa Lua, sendo punido por uma filhote fraca e cega. Porém, era apenas questão de tempo até seus poderes desperta
POV: DANTERasguei as pernas da bruxas subindo as garras do tornozelo até o meio de suas coxas, Ela esperneava de dor, enquanto a raiva me consumia. Fraco demais? Eu? Quem esse Deus pensava que eu era? Graças a mim, havia sacrifícios suficientes para invocá-lo, sangue de lobas virgens puras para sua graça, e a deidade me tratava assim?— Você está muito puto, não está? — Gargalhou Yulli. — Como se sente sendo apenas o vira-lata de Nocturnus? Vai abanar o rabo quando ele estralar os dedos?— Parece que você quer fazer parte da seita, bruxa idiota. — Rosnei, afundando mais as garras em sua carne. — Ninguém me trata como um cachorro.— É mesmo? Nossa, acho que não ouvimos a mesma coisa de seu Deus todo-poderoso. — Ela sorriu ironicamente. — Pode me machucar o quanto quiser, Dante, nada disso mudará o fato de você não passar de apenas um lacaio nas mãos de Nocturnus.— Farei bem mais do que apenas machucar, bruxinha... — Sorri perverso, vendo o pavor surgir em seus olhos, quando minha ado
POV: AARONVoltei à cidade sentindo fortes desconfortos, indo direto para o hospital. Ryan estava no balcão, franzindo o cenho quando me notou, e veio correndo em minha direção.— Meu rei, o que houve? — Ele indagou, colocando a mão em minha testa. — Você está queimando em febre, este sangue...— Não é meu! — Sorri por entre as presas. — Fui envenenado com algo diferente. Consegui repelir, mas acho que houve sequelas.— Tragam uma maca aqui agora! — Gritou Ryan, em uma ordem. — Vou cuidar de você.— Não preciso de maca, apenas avalie o local ferido. Cicatrizou, porém, há pontos roxos em volta. — Suspirei, ouvindo minha fera interior protestar. — Algo incomoda meu lobo.— Me acompanhe, por favor. — Ryan cedeu espaço e seguimos ao corredor, negando com a mão a maca.Adentramos o consultório privado. O hospital estava diferente de quando chegamos aqui, as instalações foram ativadas com êxito. Estávamos conseguindo produzir matéria-prima para os medicamentos, graças às bênçãos da Deusa Lu
Caminhei a passos firmes em direção ao beta, que puxava com força as correntes, parando ao me notar.— Meu rei... — Disse Jaxon em uma pequena reverência. — Encontrei a loba cega vagando perto do monte, próxima à terra de musgos. Trouxe de volta a sua prisioneira.Aproximei um pouco, farejando em sua direção. Apesar de ter nuances de seu cheiro, algo parecia diferente, porém, o mesmo havia acontecido em sonho.— Callie? — Chamei. Ela seguia de cabeça baixa em silêncio. — Por que ela não fala?— Não sei dizer, Alfa. Mesmo quando a capturei, a loba não disse uma palavra. — Respondeu o Beta, seco, a encarando. — Talvez não haja o que ser dito por ela.— Solte suas correntes! — Ordenei, irritado ao vê-la naquele estado.— Certeza, Rei Lycan? E se ela fugir? — Jaxon falou, surpreso, calando-se ao meu rosnado. — Como queira...Soltando a loba cega, ela farejou em minha direção, abaixando a cabeça imediatamente.— Me siga, loba! — Rosnei, em uma ordem, girando o corpo para caminhar, sendo se
POV: CALLIE— Aaron? — Olhei confusa para baixo. Será que meu envolvimento era com o mesmo lobo que me caçara, provocando minha perda de memória? Seria ele o pai do meu filho? — Você é o alfa supremo que estão tentando derrubar...— Quem está tentando me derrubar? — Aaron deu alguns passos para trás, olhando-me desconfiado. — Você está do lado deles? Por que não fala comigo fora deste sonho?— Os seguidores desse tal Deus Nocturnus. — Ao mencionar seu nome, senti pontadas como agulhas em minha mente, gemendo de dor e sentindo as pernas fraquejarem antes de cair; o belo homem à minha frente me amparou. — A pessoa que foi até você não é....Gritei quando a dor se tornou dilacerante, sentindo algo subir por meu estômago de forma intensa e virando para o lado, empurrei o alfa, vomitando uma gosma preta no chão. Ajoelhei, passando os braços em volta do abdômen. Sempre que tentava falar sobre o Deus ou sobre a loba impostora, algo atingia com força, bloqueando as informações.— Dante! — Ros