Erguendo a mão em minha direção, Nocturnus desfez as correntes, aguardando que eu a segurasse. Encolhi minhas mãos sobre o peito, ofegante, tentando equilibrar minha respiração.— Desde o início? — Ergui o queixo em sua direção, nervosa. — O que isso quer dizer?— Esqueço o quanto seu pai foi um fiel falho. — Disse a Deidade sombria. — Sua concepção só foi possível graças ao meu poder. Ordenei a Hunter que capturasse Lyra, sacerdotisa com sangue antigo, para que a transformasse em sua Luna e assim tivesse filhotes com sangue raro, sendo prole abençoada pela Deusa Lua e tendo o pai corrompido pelo meu poder.— Está dizendo... — Comecei a falar, mas seu olhar me lançou ao chão.— Cale-se, não terminei de falar. — Nocturnus ressoou impassível. — Onde estávamos? Ah, sim. Quando você nasceu cega, o infiel de seu pai achou que eu havia falhado com suas proles, sofrendo a ira da Deusa Lua, sendo punido por uma filhote fraca e cega. Porém, era apenas questão de tempo até seus poderes desperta
POV: DANTERasguei as pernas da bruxas subindo as garras do tornozelo até o meio de suas coxas, Ela esperneava de dor, enquanto a raiva me consumia. Fraco demais? Eu? Quem esse Deus pensava que eu era? Graças a mim, havia sacrifícios suficientes para invocá-lo, sangue de lobas virgens puras para sua graça, e a deidade me tratava assim?— Você está muito puto, não está? — Gargalhou Yulli. — Como se sente sendo apenas o vira-lata de Nocturnus? Vai abanar o rabo quando ele estralar os dedos?— Parece que você quer fazer parte da seita, bruxa idiota. — Rosnei, afundando mais as garras em sua carne. — Ninguém me trata como um cachorro.— É mesmo? Nossa, acho que não ouvimos a mesma coisa de seu Deus todo-poderoso. — Ela sorriu ironicamente. — Pode me machucar o quanto quiser, Dante, nada disso mudará o fato de você não passar de apenas um lacaio nas mãos de Nocturnus.— Farei bem mais do que apenas machucar, bruxinha... — Sorri perverso, vendo o pavor surgir em seus olhos, quando minha ado
POV: AARONVoltei à cidade sentindo fortes desconfortos, indo direto para o hospital. Ryan estava no balcão, franzindo o cenho quando me notou, e veio correndo em minha direção.— Meu rei, o que houve? — Ele indagou, colocando a mão em minha testa. — Você está queimando em febre, este sangue...— Não é meu! — Sorri por entre as presas. — Fui envenenado com algo diferente. Consegui repelir, mas acho que houve sequelas.— Tragam uma maca aqui agora! — Gritou Ryan, em uma ordem. — Vou cuidar de você.— Não preciso de maca, apenas avalie o local ferido. Cicatrizou, porém, há pontos roxos em volta. — Suspirei, ouvindo minha fera interior protestar. — Algo incomoda meu lobo.— Me acompanhe, por favor. — Ryan cedeu espaço e seguimos ao corredor, negando com a mão a maca.Adentramos o consultório privado. O hospital estava diferente de quando chegamos aqui, as instalações foram ativadas com êxito. Estávamos conseguindo produzir matéria-prima para os medicamentos, graças às bênçãos da Deusa Lu
Caminhei a passos firmes em direção ao beta, que puxava com força as correntes, parando ao me notar.— Meu rei... — Disse Jaxon em uma pequena reverência. — Encontrei a loba cega vagando perto do monte, próxima à terra de musgos. Trouxe de volta a sua prisioneira.Aproximei um pouco, farejando em sua direção. Apesar de ter nuances de seu cheiro, algo parecia diferente, porém, o mesmo havia acontecido em sonho.— Callie? — Chamei. Ela seguia de cabeça baixa em silêncio. — Por que ela não fala?— Não sei dizer, Alfa. Mesmo quando a capturei, a loba não disse uma palavra. — Respondeu o Beta, seco, a encarando. — Talvez não haja o que ser dito por ela.— Solte suas correntes! — Ordenei, irritado ao vê-la naquele estado.— Certeza, Rei Lycan? E se ela fugir? — Jaxon falou, surpreso, calando-se ao meu rosnado. — Como queira...Soltando a loba cega, ela farejou em minha direção, abaixando a cabeça imediatamente.— Me siga, loba! — Rosnei, em uma ordem, girando o corpo para caminhar, sendo se
POV: CALLIE— Aaron? — Olhei confusa para baixo. Será que meu envolvimento era com o mesmo lobo que me caçara, provocando minha perda de memória? Seria ele o pai do meu filho? — Você é o alfa supremo que estão tentando derrubar...— Quem está tentando me derrubar? — Aaron deu alguns passos para trás, olhando-me desconfiado. — Você está do lado deles? Por que não fala comigo fora deste sonho?— Os seguidores desse tal Deus Nocturnus. — Ao mencionar seu nome, senti pontadas como agulhas em minha mente, gemendo de dor e sentindo as pernas fraquejarem antes de cair; o belo homem à minha frente me amparou. — A pessoa que foi até você não é....Gritei quando a dor se tornou dilacerante, sentindo algo subir por meu estômago de forma intensa e virando para o lado, empurrei o alfa, vomitando uma gosma preta no chão. Ajoelhei, passando os braços em volta do abdômen. Sempre que tentava falar sobre o Deus ou sobre a loba impostora, algo atingia com força, bloqueando as informações.— Dante! — Ros
Sente as suas costas abraçando-o por trás, temerosa de perder essa sensação de segurança, mesmo que apenas em sonho. Pensava nos próximos passos, em como voltar para o alfa. Mordisquei levemente suas costas, fazendo-o suspirar, e subi beijando, inalando seu cheiro amadeirado viciante, deslizando as unhas em seus ombros e braços num movimento de vai e vem.— Ainda não consigo te dar as respostas que deseja, mas, por favor, alfa... Aqui, pelo menos, podemos ser apenas você e eu? — Aaron virou-se, tocando meu rosto com a palma da mão aberta. Deixei minha cabeça pousar mais nele, fechando os olhos para absorver seu carinho. — Por favor...Sua mão deslizou para minha nuca, puxando-me para frente e amparando meu corpo sobre o dele. Ele mordeu minha barriga, passou a língua no quadril, deslizando lentamente para dentro enquanto eu me sentava devagar em sua extensão. Aproveitei cada sensação, os choques percorrendo meu corpo como ondas, até que fiquei totalmente de frente para ele.— Tenho mu
POV: ESMERALDA— Que ódio, Dante, seu idiota! Como pode me transformar nesta coisa repulsiva? — Rosnei caminhava de um lado para o outro, nervosa. — Se bem que o Rei Lycan não é nada mal. Ele parece mesmo gostar desta loba cega.Passei as mãos pelos cabelos, indo em frente ao espelho. Apesar da magia e da aparência idêntica à de Callie, eu conseguia enxergar. Aqueles que me viam, no entanto, enxergavam meus olhos cegos e não viam o véu mágico que cobria a face, moldando-a como a daquela loba insignificante.— Apreciando o novo visual? — Jaxon entrou no quarto, rindo. — Está mais bonita assim!— Vai à merda, Beta! — Rosnei, irritada, olhou-o pelo reflexo do espelho. — O que quer aqui? Veio tripudiar em cima de mim?— Não, vim saber como foi com o Alfa. Ele desconfiou de algo? — O Beta encostou na parede, cruzando os braços e me analisando. — E então?— Não lhe devo satisfações, lobo pulguento. — Encarei-o. — E pare de ficar me babando aí, não sou para o seu tipo.— Pelo visto, nem para
POV: AARONAcordei com toques sobre o corpo, mas não reagi com choques ou arrepios como acontecia em sonhos com Callie. Segurei seu pulso fino sutilmente, divertido:— Abusando de mim enquanto durmo? — Puxei-a para os meus braços, inalando seu cheiro diferente. Estranhamente, meu lobo a repeliu, nos puxando para longe. Levantei-me abruptamente, franzindo o cenho. Era estranho que minha fera interna rugia por sua loba, mas quando estávamos fisicamente juntos, era feroz contra ela.— Por que seu lobo me recusa? — Ela perguntou confusa, abaixando a cabeça triste. — Eu não entendo, Rei Lycan. Achei que me quisesse. Entendi errado?Sua forma de falar era estranha, mas eu ainda não sabia o que havia acontecido desde seu desaparecimento, onde e como Callie estava.— Ele desconfia de você. Sumiu por meses, lobinha. Não sabemos o que lhe aconteceu neste tempo. — Falei duramente, avaliando-a. Estava muito diferente do meu sonho. Seu cheiro, apesar de ter as nuances adocicadas que me atraíam, co