POV: CALLIE— Aaron? — Olhei confusa para baixo. Será que meu envolvimento era com o mesmo lobo que me caçara, provocando minha perda de memória? Seria ele o pai do meu filho? — Você é o alfa supremo que estão tentando derrubar...— Quem está tentando me derrubar? — Aaron deu alguns passos para trás, olhando-me desconfiado. — Você está do lado deles? Por que não fala comigo fora deste sonho?— Os seguidores desse tal Deus Nocturnus. — Ao mencionar seu nome, senti pontadas como agulhas em minha mente, gemendo de dor e sentindo as pernas fraquejarem antes de cair; o belo homem à minha frente me amparou. — A pessoa que foi até você não é....Gritei quando a dor se tornou dilacerante, sentindo algo subir por meu estômago de forma intensa e virando para o lado, empurrei o alfa, vomitando uma gosma preta no chão. Ajoelhei, passando os braços em volta do abdômen. Sempre que tentava falar sobre o Deus ou sobre a loba impostora, algo atingia com força, bloqueando as informações.— Dante! — Ros
Sente as suas costas abraçando-o por trás, temerosa de perder essa sensação de segurança, mesmo que apenas em sonho. Pensava nos próximos passos, em como voltar para o alfa. Mordisquei levemente suas costas, fazendo-o suspirar, e subi beijando, inalando seu cheiro amadeirado viciante, deslizando as unhas em seus ombros e braços num movimento de vai e vem.— Ainda não consigo te dar as respostas que deseja, mas, por favor, alfa... Aqui, pelo menos, podemos ser apenas você e eu? — Aaron virou-se, tocando meu rosto com a palma da mão aberta. Deixei minha cabeça pousar mais nele, fechando os olhos para absorver seu carinho. — Por favor...Sua mão deslizou para minha nuca, puxando-me para frente e amparando meu corpo sobre o dele. Ele mordeu minha barriga, passou a língua no quadril, deslizando lentamente para dentro enquanto eu me sentava devagar em sua extensão. Aproveitei cada sensação, os choques percorrendo meu corpo como ondas, até que fiquei totalmente de frente para ele.— Tenho mu
POV: ESMERALDA— Que ódio, Dante, seu idiota! Como pode me transformar nesta coisa repulsiva? — Rosnei caminhava de um lado para o outro, nervosa. — Se bem que o Rei Lycan não é nada mal. Ele parece mesmo gostar desta loba cega.Passei as mãos pelos cabelos, indo em frente ao espelho. Apesar da magia e da aparência idêntica à de Callie, eu conseguia enxergar. Aqueles que me viam, no entanto, enxergavam meus olhos cegos e não viam o véu mágico que cobria a face, moldando-a como a daquela loba insignificante.— Apreciando o novo visual? — Jaxon entrou no quarto, rindo. — Está mais bonita assim!— Vai à merda, Beta! — Rosnei, irritada, olhou-o pelo reflexo do espelho. — O que quer aqui? Veio tripudiar em cima de mim?— Não, vim saber como foi com o Alfa. Ele desconfiou de algo? — O Beta encostou na parede, cruzando os braços e me analisando. — E então?— Não lhe devo satisfações, lobo pulguento. — Encarei-o. — E pare de ficar me babando aí, não sou para o seu tipo.— Pelo visto, nem para
POV: AARONAcordei com toques sobre o corpo, mas não reagi com choques ou arrepios como acontecia em sonhos com Callie. Segurei seu pulso fino sutilmente, divertido:— Abusando de mim enquanto durmo? — Puxei-a para os meus braços, inalando seu cheiro diferente. Estranhamente, meu lobo a repeliu, nos puxando para longe. Levantei-me abruptamente, franzindo o cenho. Era estranho que minha fera interna rugia por sua loba, mas quando estávamos fisicamente juntos, era feroz contra ela.— Por que seu lobo me recusa? — Ela perguntou confusa, abaixando a cabeça triste. — Eu não entendo, Rei Lycan. Achei que me quisesse. Entendi errado?Sua forma de falar era estranha, mas eu ainda não sabia o que havia acontecido desde seu desaparecimento, onde e como Callie estava.— Ele desconfia de você. Sumiu por meses, lobinha. Não sabemos o que lhe aconteceu neste tempo. — Falei duramente, avaliando-a. Estava muito diferente do meu sonho. Seu cheiro, apesar de ter as nuances adocicadas que me atraíam, co
POV: CALLIE— Como conseguiu se soltar? — Perguntei, alarmada, à bruxa.— Não sou uma feiticeira comum. Além disso, Dante não é tão esperto quanto pensa... A pedra de mana que repele a magia precisa ser banhada em água pura da caverna para manter suas forças. Acho que ele não sabe disso. — Ela riu baixinho. — E queria se tornar o alfa supremo com tamanha tolice.— Yulli, por que está me ajudando? Sabe que está se colocando em risco... Poderia fugir sem mim, sou cega... — Suspirei. — Só vou te atrapalhar!— Por que acha que estou aqui? — A feiticeira tocou minha mão com delicadeza, e senti as correntes vibrarem, sendo soltas. — Os ancestrais me enviaram até você. Além disso, é o filho do meu amigo que você carrega. Não posso ignorar isso e te abandonar.— O filho do seu amigo? — Falei, surpresa, um pouco alto.— Shhiu, quer que Dante descubra nossa fuga? — Yulli tampou minha boca. — Eu sinto o poder do sangue supremo em seu ventre.Pousando as mãos sobre minha barriga, ela suspirou, ac
POV: AARONPeguei a corrente das mãos da Kemilly, arrastando as prisioneiras sem dificuldades, olhando por cima dos ombros para os lobos que contestavam.— CALEM-SE! — Brandei, tremendo o chão, silenciando-os. — Os lobos serão avaliados. Caso sejam culpados de traição, serão julgados e punidos por mim pessoalmente.— Mas, rei Lycan, não fizemos nad... — O refém começou a dizer, calando-se assim que meus olhos ferozes o fitaram.— Por favor, alfa, não pode estar considerando que meu filho seja um traidor... Esta loba sumiu faz dias e aparece aqui do nada com estas acusações! — Disse a anciã, encarando Kemilly, que rosnava ameaçadora.— Kemilly se ausentou ao meu comando, esta loba me serve há anos, além de já ter sido considerada para Luna. Tenha mais respeito, anciã. — Rosnei, vendo a loba sorrir. — Me acompanhe, quero saber o que descobriu.Saí arrastando os lobos, que caíam ao chão e resmungavam, ao rasparem o corpo no asfalto, lacerando suas carnes, adentrei a parte das celas, os l
POV: CALLIEExplorei a gruta onde estávamos, farejando ao redor para assegurar que não havia perigo. Fui até o som da água, mergulhando a mão e sentindo a temperatura confortável e convidativa. — Yulli? — Chamei, mas a bruxa parecia desmaiada, usando suas últimas forças para curar parcialmente o envenenamento espalhado por meu corpo pelo Deus Obscuro.Deslizei nas roupas, adentrando a água e sentindo minha pele ser massageada. Esfreguei o corpo, querendo tirar o odor de Dante e Nocturnus, era repulsivo a escuridão que os tomavam. Precisava alinhar o que faria daqui para frente; o alfa supremo era pai do meu filho, o mesmo homem do sonho parecia ser meu companheiro de destino. Mas por que fugir dele? Por que sentir a necessidade de escapar? Aaron não era como em meu sonho, será que apenas o idealizei?— São tantas perguntas... — Murmurei, tocando meu ventre. — Como posso criar um filho sem memória e sem visão? Suspirei aflita, não sabendo se deveria voltar... Minha loba rosnava em prot
POV: AARONAo cair da tarde, os traidores se encontravam no centro da praça da cidade, atraindo a atenção dos moradores que, em suas formas humanas, formaram uma roda para observar. Eu permanecia diante da fonte de água, enquanto os prisioneiros estavam amarrados a estacas de madeira fincadas no chão.— Meus lobos — comecei, minha voz ressoando com firmeza —, os prisioneiros diante de vocês foram julgados. Provas concretas foram apresentadas de suas traições. Estes lobos são considerados culpados por suas ações, ao espalharem as marcas da seita do Deus obscuro na cidade de Convergência, o que desencadeou a drenagem das forças vitais dos moradores locais.— Isso não é justo — gritou a anciã com a voz embargada —, aquela cidade não é território de nenhum lobo. Quem se importa com o que acontece com os moradores de lá? Rei Alfa, você não pode punir meu filho por provocar vandalismo em um lugar que já é considerado sem lei.— Não posso? — rugi baixo e predatório, emanando pressão de poder