POV: CALLIEAproximei-me dos portões, embora temesse ficar perto. Minha loba se agitava sempre que escutávamos sua voz. Algo naquele homem era diferente de Dante; não pareciam a mesma pessoa. Em meu íntimo, senti uma enorme vontade de correr para os seus braços!Hesitei, absorvendo cada palavra. Tudo nele me causava confusão... Não poderia me aquecer ao menos aqui? Não podia fazer isso quando estivesse acordada? Ouvi seu forte suspiro, carregado de dor e tristeza. O que ele havia perdido para se tornar tão desconfiado? Por que eu não conseguia me lembrar de quem éramos um para o outro? Em meu ventre, senti o leve chutar do filhote. Era estranha a certeza que tinha sobre o seu sexo, e sabia que ele era tão forte quanto o pai... Espera, o pai?Ponderei em minha mente: como eu sabia da força do genitor se não me lembrava dele? Abri lentamente os portões, esperando ver sua reação. Tremendo de frio, esfregava as mãos nos braços para tentar me aquecer. Como gostaria de poder me transformar,
POV: AARONEstava avaliando todos os pontos de varredura próximos ao rio, lugares onde ela poderia estar. Infelizmente, o rio era longo e a tempestade havia devastado tudo, dificultando ainda mais minha busca pela loba cega. Quando o vento suave abriu a janela entreaberta, alcançando meus ouvidos, acompanhado de um soluço choroso:— Por favor, nos salve... — Era a voz de Callie.Ergui a cabeça em alerta, correndo até a janela e uivando, fechando os olhos para farejar seu sutil cheiro, que apesar de fraco, estava presente. Mudei para a forma lupina, saindo correndo pela cidade e ignorando todos que me chamavam.— Estou indo, lobinha, estou indo. — Uivava, farejando freneticamente com receio de perder o fio de seu adorável cheiro. Seu aroma adocicado estava misturado com magia e água salgada...— Não chore, Callie, estou indo! — Rosnei irritado, pronto para destroçar quem a estivesse machucando, da pior forma, lenta e dolorosamente. Meu lobo rugia em íntimo, nos forçando a correr mais r
Sai atacando todos que via pela frente, avançando, mas nada dela, nenhum sinal, Callie havia simplesmente desaparecido. Havia deixado uma pilha de corpos às minhas costas. Ofegante, cansado, rugindo enfurecido, olhei as garras mergulhadas em sangue com pedaços de pele dos inimigos.— Callie, me dê algum sinal de onde você está, lobinha... — Rosnei, deitando-me com a cabeça por entre as patas, exausto. — Temos uma promessa, me deixe cumprir com a minha parte!Rugi baixinho, adormecendo, parado aos portões que nos separavam em sua mente, entretanto, estavam entreabertos. Caminhei lentamente, observando em volta sem encontrar sua presença. Ouvi patas batendo contra o chão em meio à floresta que rodeava o local. Virei em direção, vendo uma matilha de lobos caçando, rosnando por entre as presas, ameaçadores, divertindo-se, afugentando sua presa.Mudei para forma lupina, correndo em direção aos lobos de seu sonho. O ambiente ficou mais escuro, com ruídos sinistros, as árvores em volta apodr
POV: CALLIECom certeza ele não era Dante, não havia como ser. Este homem à minha frente, apesar de ter uma aura poderosa e perigosa, não parecia cruel como o meu "noivo".Meu coração pulsava intensamente. Estar ao seu lado parecia cessar as dores físicas e emocionais. O medo cedia espaço para sensações novas, latejava em pontos incomuns. Um desejo crescente queimava em meu interior, a necessidade de ser dele ecoava em minha mente.— Faça de mim o seu destino... — Sussurrei entregue, recebendo seu lindo sorriso antes do beijo profundo, exigente e intenso.Ele me deitou ao chão, parando um tempo em minha face, analisando com um largo sorriso, beijando minhas bochechas, queixo, testa e boca, roçando o nariz no meu.— Aaah, Lobinha, você não sabe o que está pedindo... — Rosnou o homem sobre mim, roçando o corpo no meu, empurrando minhas pernas para o lado, cedendo espaço para que seu corpo se encaixasse perfeitamente no meu.Senti algo rígido entre as minhas pernas. Ele amparou a cabeça
POV: AARONDespertei com a dor aguda em minha costela. Alguns lobos me rodeavam, causando ferimentos profundos em minha carne. Ergui-me do chão, encarando-os de forma fria e predatória.— Covardes, atacando um lobo desacordado! — Rugi, fazendo o chão tremer e obrigando alguns deles a abaixarem a cabeça, com dificuldades para se manterem em pé. — Com o odor fraco de vocês, não posso nem culpar. Não há honra entre os traidores da lua, mas sabem...Girei habilmente o corpo, agarrando um dos lobos pelo pescoço e apertando com firmeza até ver seus olhos saltarem das órbitas.— Vocês me tiraram de um belo sonho, e isto... Han, é mais imperdoável do que me atacarem! — Brandei, quebrando o pescoço do inimigo e o jogando do pico da montanha.— Maldito, o veneno não fez efeito? — Um lobo cinza indagou ao outro, menor.— Não é possível. Ele assegurou que era efetivo contra o alfa. — Respondeu tremendo o lobo marrom.— É mesmo? Quem assegurou? — Sorri por entre as presas, de forma fria. — Este ar
POV: CALLIE— Acordou, querida? — Dante falava com uma frieza diabólica. — Tenho uma surpresinha para você, minha noiva.Gemi desconfortavelmente ao despertar com a voz gélida de Dante, estremecendo com a sensação maligna que pairava no ar. Gritos de desespero e dor se misturavam ao odor de sangue impregnado, e o som de correntes arrastando pelo chão me causava calafrios, enquanto minha loba rosnava em alerta, como pressentindo um perigo iminente.— Dante... o que está acontecendo? — Indaguei receosa, temendo a resposta.— Hoje é o seu dia de sorte, ou melhor, o nosso grande dia. — Ele respondeu, eufórico, puxando as correntes que me prendiam.— Por favor, não faça isso. Você não tem ideia do que estão fazendo a este mundo. — Gritou Yulli, enquanto o som de um tapa ecoava pelo ambiente.— Cale-se, bruxa idiota! Ninguém pediu sua opinião! — Brandou Dante, feroz e impaciente.— Para onde está me levando? O que pretende fazer? — Puxei minhas correntes de volta, parando de andar, provocan
Erguendo a mão em minha direção, Nocturnus desfez as correntes, aguardando que eu a segurasse. Encolhi minhas mãos sobre o peito, ofegante, tentando equilibrar minha respiração.— Desde o início? — Ergui o queixo em sua direção, nervosa. — O que isso quer dizer?— Esqueço o quanto seu pai foi um fiel falho. — Disse a Deidade sombria. — Sua concepção só foi possível graças ao meu poder. Ordenei a Hunter que capturasse Lyra, sacerdotisa com sangue antigo, para que a transformasse em sua Luna e assim tivesse filhotes com sangue raro, sendo prole abençoada pela Deusa Lua e tendo o pai corrompido pelo meu poder.— Está dizendo... — Comecei a falar, mas seu olhar me lançou ao chão.— Cale-se, não terminei de falar. — Nocturnus ressoou impassível. — Onde estávamos? Ah, sim. Quando você nasceu cega, o infiel de seu pai achou que eu havia falhado com suas proles, sofrendo a ira da Deusa Lua, sendo punido por uma filhote fraca e cega. Porém, era apenas questão de tempo até seus poderes desperta
POV: DANTERasguei as pernas da bruxas subindo as garras do tornozelo até o meio de suas coxas, Ela esperneava de dor, enquanto a raiva me consumia. Fraco demais? Eu? Quem esse Deus pensava que eu era? Graças a mim, havia sacrifícios suficientes para invocá-lo, sangue de lobas virgens puras para sua graça, e a deidade me tratava assim?— Você está muito puto, não está? — Gargalhou Yulli. — Como se sente sendo apenas o vira-lata de Nocturnus? Vai abanar o rabo quando ele estralar os dedos?— Parece que você quer fazer parte da seita, bruxa idiota. — Rosnei, afundando mais as garras em sua carne. — Ninguém me trata como um cachorro.— É mesmo? Nossa, acho que não ouvimos a mesma coisa de seu Deus todo-poderoso. — Ela sorriu ironicamente. — Pode me machucar o quanto quiser, Dante, nada disso mudará o fato de você não passar de apenas um lacaio nas mãos de Nocturnus.— Farei bem mais do que apenas machucar, bruxinha... — Sorri perverso, vendo o pavor surgir em seus olhos, quando minha ado