POV: DANTEDesci as escadas do porão, observando a bruxa se debater contra as correntes que queimavam seus pulsos, a boca tampada.— Olá, Azura, — saudei, enquanto raspava as garras, girando seu corpo suspenso nas correntes. — Aquele feitiço de envenenamento que você fez para minha loba, como funciona?Ela balbuciou sem conseguir falar.— A é mesmo... — Provoquei, puxando com força o velcro que tampava sua boca.— Eu já te expliquei antes de você me obrigar a preparar! — Gritou Azura na minha direção.— Querida bruxinha, acho que não fui claro em minha pergunta. — Rosnei, agarrando suas bochechas e afundando as garras em sua carne, fazendo-a gemer de dor. — Por que aquele veneno não tem a capacidade de matar o Alfa supremo? Como não afeta Esmeralda?Soltei-a, deslizando uma garra proeminente no sangue que escorria por sua face, junto com algumas lágrimas.— Por causa do sangue antigo, assim que entra em sua corrente sanguínea o corpo começa a regeneração e eliminação, por isso o Lycan
POV: CALLIEDespertei em minha escuridão, puxei meu braço sentindo algo nele, paralisei levando a mão livre até o braço tateando tentando identificar o que era. O cheiro estranho de itens hospitalares embrulhava meu estômago, intensificando a dor latejante em minha cabeça.— Não se mexa, Senhorita, você está com um acesso. — Reconheci a voz do médico. — Que bom que acordou, como se sente?— Sede... — Resmunguei, sentindo a boca seca.O som da água sendo despejada no copo chegou aos meus ouvidos, e eu me encolhi.— Calma, não vou te machucar. Consegue segurar o copo sozinha? — Ryan indagou.Assenti, e ele envolveu minhas mãos ao redor do copo, que eu então virei.— Beba devagar. Você estava inconsciente por dois dias. — Ele suspirou. — Por que se recusa a se alimentar?— Por que vocês não me deixam morrer? — Rosnei, irritada, apalpando a lateral da cama em busca de apoio, mas minhas mãos foram interceptadas. — Estaria fazendo um favor a todos, por que simplesmente não me deixam?— Porq
POV: AARONAdentrei o quarto ouvindo Callie desejar novamente a morte, como esta loba ousa querer escapar tão facilmente de minha garras? Acha que será tão simples assim?— Seria fácil demais! — Rosnei chamando sua atenção.Sua loba grunhia em um chamado massivo, provocando meu lobo. Seu cheiro desnorteava minha racionalidade; seria parte de seus poderes misteriosos? A grudei na cama, colando nossos corpos, sentindo a vibração compartilhada de seus desejos exalando.Acariciei sua pele macia, contornando seus belos traços. Maldita, por que tinha que ser tão bonita? Movido por um impulso, tomei seus lábios em fervor, explorando cada canto. Meu lobo rugia gritante em meu peito, querendo a tomar para nós.Cortei o momento ofegante quando Callie conseguiu se soltar e deferiu um forte tapa em meu rosto. Acariciei o local sorrindo, com os olhos semicerrados. Quanta presunção para uma pequena presa!Ela caminhou em minha direção, surpreendendo-me ao erguer a mão novamente. Agarrei seus pulsos
POV: CALLIENicoly entrou, fungando como se tivesse estado chorando, caminhando lentamente e exalando um aroma pesado.— O que houve? — Indaguei, farejando na sua direção.— Desculpe, Senhorita, eu achei que a tinha perdido... — Ela sussurrou, triste. — Por favor, coma.— Não sinto fome. — Respondi seca, sentindo meu corpo contestar. — Eu não vou mais viver como prisioneira. Não há beleza neste mundo, Nicoly. Se quer mesmo me ajudar, então me deixe em paz!— Não posso. Isso não é verdade... Há um lugar onde você poderá ser livre sem ser rejeitada por sua condição. — Nicoly abaixou o tom de voz. Senti o colchão se afundar um pouco, indicando que ela havia sentado ao meu lado.— Um lugar onde me aceitariam? — Franzi o cenho, intrigada. — Isso realmente existe?— Bem, na verdade, é um lugar onde ninguém se importa ou questiona de onde você vem... Basicamente, todas as espécies se misturam. É uma cidade livre de regras lupinas. — Ela fez uma pausa, pegando na minha mão e apertando sutilme
Me remexi na cama, puxando a coberta para me encolher.— Alfa... — Abaixei a cabeça em submissão.— E então? Me responda. — Disse ele, ríspido e impassível. — O que viu?— Era apenas um sonho, Rei Lycan. — Menti, sem ter certeza do que realmente vira.— Detalhe este sonho. — Rosnou o Alfa, fazendo o chão tremer a cada passo enquanto se aproximava.Ponderei por um momento, nervosa.— Foi algo íntimo, Alfa. — Rosnei em sua direção.— Então, por que despertou com odor de medo? — Senti seu hálito quente próximo do meu rosto, cobri-me com a coberta, o que o fez rir. — Ah, lobinha, como consegue atrair tanto o meu lobo? Que magia é essa?— Não sei fazer magia! — Apertei o tecido com força. — Em meu sonho, o lobo com o qual me relacionava me apunhalava pelas costas, por isso acordei com medo.— Conheço esse sentimento. — Rosnou ele entre as presas.— Não tão bem quanto eu! — Retruquei feroz, erguendo o queixo em direção ao seu aroma amadeirado, quando senti suas presas roçando meu lábio infe
As árvores da floresta ecoavam alto em estalos, causando enormes estrondos quando caíam, indicando a aproximação do rei Lycan, completamente tomado pelo ódio. Farejei musgo com odor terroso, fresco e levemente úmido. Parei, concentrando meu focinho até localizar, batendo sutilmente a cabeça em uma árvore oca. Cavei ao redor, sentindo o musgo, e comecei a esfregar meus pelos nele, camuflando meu cheiro.— Eu vou te achar, loba! — Brandou a fera ao longe.— Deusa, por favor, me ajude. — Choraminguei, erguendo a cabeça, permitindo que as lágrimas se misturassem à chuva, que, apesar de entorpecer meus sentidos, trazia a vantagem da confusão de odores.Senti sua forte presença atrás de mim, o chão tremia a cada patada com garras afiadas do alfa no solo da mata, galhos reverberavam sendo esmagados, rugidos se tornavam mais intensos e ferozes.— Se queria ser caçada, lobinha, era só ter me avisado! — Rosnou o lobo negro que corria veloz atrás de mim, sentindo sua velocidade superior à minha.
POV: AARONAlgo em sua visão não estava clara, as informações estavam precisas, mas a loba cega se esforçava sem nunca ter clareza sobre o que via. Trabalhávamos em conjunto para esboçar melhor suas visões. Além disso, ela havia cedido facilmente a colaborar, por mais que Callie tenha sofrido torturas e tenha se tornado uma loba receosa, ela possuía o sangue de um Lycan, não qualquer lobo, mas um Alfa poderoso como Hunter. Se não tivesse despertado o poder do sangue antigo, nunca teria conseguido derrotá-lo!Minha intuição diz que ela também possui poderes bruxos. Keenan, meu beta de confiança, trouxe informações importantes referentes à sua mãe... Lyra era do conclave dos bruxos antigos, cultuadores do Deus sombrio, Nocturnus, que os favoreceu em guerras antigas, antes de descobrirem as verdadeiras intenções de sua deidade.Nocturnus se alimentava das almas corrompidas, sofridas, de sangue derramado e do caos, devorador da luz. Quando as bruxas entenderam seus propósitos, perceberam
Sem pensar, meu lobo nos lançou para dentro d'água, procurando-a desesperadamente. Tentei lutar contra a correnteza, olhando para os lados, tentando encontrá-la. Avistei a água levando-a para a cachoeira. Bati meus braços e pernas com força, nadando em sua direção, mas o rio era impiedoso e mais rápido. Antes que pudesse alcançá-la, seu corpo desceu pela cachoeira. Relutando com fervor contra a correnteza, agarrei uma enorme pedra na ponta da cachoeira, ficando sobre ela, olhando para baixo em busca de um sinal dela. Saltei para a mata mutando no ar, correndo pela floresta seguindo o rio, farejando desesperadamente por algum sinal da minha Lobinha.Rugi enfurecido:— Idiota, estúpido... Como não percebeu? — Brandei correndo, seguindo o caminho do rio procurando por Callie. — A Deusa te mandou até ela, era para protegê-la, INFERNO!Rosnei, mutando para forma humana, socando com força a árvore e caindo de joelhos.— Que droga, Callie, por que tinha que saltar? Eu disse que nunca iria te