POV: CALLIECorri em direção ao fedor traiçoeiro, movida por uma fúria incontrolável. Todos que nos fizeram sofrer iriam cair. Minha loba uivava essas palavras em minha mente, sedenta por sangue e vingança. Eu a havia libertado em sua totalidade, permitindo que a selvageria dominasse minha razão.Saltei em direção a um portão de aço, onde alguns lobos avançaram para me deter. Transmutei entre minhas formas lupina e bruxa, derrubando-os com ferocidade. Finalmente, parei próximo à grade fria de uma cela, um lugar onde fui mantida acorrentada por anos. O cheiro de Yulli vinha de dentro de uma dessas celas. Caminhei com determinação, meu corpo tremendo de fúria, lembrando da dor que senti quando achei que Rigan havia sido tirado de mim, quando seu choro cessou, toda aquela angústia.— Yulli! — rosnou minha voz intensa, enquanto passava a língua sobre minhas presas. — Eu confiei em você, te considerava uma irmã!Gritei, fazendo o ambiente vibrar com minha fúria. Ouvi seu soluço ao fundo e
POV: AARONAguardávamos um ataque direto da Seita, mas nunca imaginei que o próprio Deus obscuro se juntaria à guerra. Farejei o ar e percebi que o portão principal havia sido aberto. Então, Callie havia realmente libertado Nocturnus em nosso mundo!O momento do grande confronto havia chegado, e eu precisava garantir a segurança da minha alcateia e da minha família. O destino de todas as espécies estava em minhas mãos. Ordenei que lobos de confiança escondessem e protegessem Rigan no Banker, junto à babá e aos outros filhotes. Os idosos e mulheres estavam seguros, longe da confusão, enquanto os guerreiros permaneciam em posição, prontos para enfrentar a grande onda de ataque.O ar estava carregado de tensão e o cheiro metálico do sangue iminente. Farejei novamente, captando o aroma adocicado que conhecia tão be
POV: ARRONApesar da dor que me rasgava por dentro, a presença dela me deu uma nova força. Com um esforço tremendo, me levantei, o sangue escorrendo das feridas abertas e a dificuldade de respirar tornando cada movimento um tormento. Ela estava ao meu lado, em posição de ataque, com um pedaço de tecido sobre os olhos. Notei que o tecido vinha da barra rasgada de seu vestido preto. Por que Callie cobriria seus olhos cegos?Franzi o cenho, mas não era hora de questionar. A batalha ainda rugia ao nosso redor. Ela estendeu a mão para mim, um sorriso genuíno nos lábios, irradiando uma força e determinação que parecia quase palpável. Inspirei profundamente, mergulhando em seu aroma, e de repente compreendi. Callie havia libertado sua loba em sua totalidade. Eu podia sentir a união de ambas de forma natural e poderosa, como se tivessem finalmente se fundido em um único ser completo.— Vamos acabar com ele, juntos — sussurrei, meu tom resoluto.— Vamos! — Ela sorriu em um aceno em sua forma Fe
POV: YULLIEstava acorrentada em frente ao conselho de lobos, em pé, mantendo a postura firme e o queixo erguido em direção ao Alfa supremo. Ele tinha o semblante fechado, o dedo batendo contra o queixo tensionado, refletindo a gravidade da situação. As portas se abriram com um som pesado, e Callie adentrou a sala. Ela usava um belo vestido dourado que contrastava magnificamente com seus cabelos negros, presos em um penteado harmonioso. Era evidente que ela havia conquistado o respeito de sua alcateia e agora era tratada como deveria ser: como sua Rainha.— Podemos iniciar? — indagou um dos lobos em sua forma humana, vestido em um traje social impecável. O rei Lycan assentiu com um leve movimento de cabeça.— Pois bem, de acordo com as regras antigas e a nova monarquia, a ré diante de vossos olhos tem o direito de um julgamento justo perante os Lupinos, podendo
POV: KEENAN— Eu te disse que te puniria quando aprontasse, encrenqueira. O que acha que estou fazendo? — Sorri suavemente para ela, ciente de que minhas ações tornariam minha relação com o rei Lycan ainda mais complicada.— Alfa, não pode estar cogitando isso. É um absurdo! A bruxa traiu diretamente esta alcateia e a sua Luna. Não podemos permitir que ela seja levada por um lobo que mal sabe o que é ser um alfa. — Disse o advogado, sua voz carregada de indignação.Coloquei os braços para trás, encarando-o friamente. Deixei a aura do meu lobo emergir. Seu corpo tremia de medo, exalando o odor do pavor. Divertido, mostrei minhas presas.— Minha proposta é bastante sensata. Eu me responsabilizarei por uma sacerdotisa. Há acréscimos nas cláusulas. — Respondi, aguardando a
POV: CALLIESaí do congresso a passos firmes. Mentiria se dissesse que não me doía ver Yulli sendo banida para longe, mas era melhor assim. Mesmo que suas intenções fossem genuínas, eu não conseguia perdoá-la pela maior dor que ela causou.Farejei o entorno enquanto retornava para nossa casa, seguindo o adorável cheiro do meu filhote. Era o cheiro mais puro e amoroso que já senti em minha vida. Caminhei até o quarto dele, e a babá, ao notar minha presença, se retirou a passos leves, deixando-nos a sós.Peguei Rigan com cautela, tateando até a poltrona de descanso. Apoiei sua pequena cabeça em meu peito, e instintivamente ele resmungou, buscando o peito.— Você é mesmo fominha como o seu pai, meu guerreiro. — Sorri, amamentando-o enquanto cantarolava. Afundei o nariz em seus cabel
POV: AARONUm resmungo ao longe, seguido de um chorinho, me fez mexer, acordando levemente. Callie ainda dormia preguiçosamente entrelaçada em meu corpo. Beijei o topo de sua cabeça e a empurrei delicadamente para o lado, cuidando para não acordá-la. Caminhei lentamente até o quarto de Rigan, que parecia bravo.— Ei, garotão, assim você vai acordar a alcateia inteira. — Sorri para o pequeno, cujos olhos brilhantes em tom avermelhado me encaravam. As anciãs acreditavam que seus olhos eram assim devido ao seu nascimento prematuro na noite da lua de sangue.Peguei-o no colo, trocando sua fralda de forma desajeitada. Aquilo parecia mais uma armadilha do que um item de proteção às suas necessidades. Peguei a mamadeira pré-pronta na mini geladeira e a coloquei para mornar. Dei de mamar ao lobinho irritado e faminto que tinha em meus bra&cce
POV: CALLIENo início, tudo estava embaçado, como se eu estivesse olhando através de um véu denso de névoa. Mas então, aos poucos, as formas começaram a se definir. Primeiro, eram apenas sombras indistintas, mas logo vi uma luz prateada se espalhando pelo céu, desenhando contornos etéreos contra a escuridão da noite. Era o eclipse lunar, majestoso e imponente, sua luz suave banhando a montanha e tudo ao meu redor com um brilho quase surreal.Suspirei encantada, completamente envolvida pela magnitude da natureza ao topo da montanha. Meus olhos se encheram de lágrimas, refletindo uma emoção inexplicável e avassaladora. Com o coração palpitando, voltei meu olhar para meu companheiro, Aaron.Ele estava deslumbrante, trajado em um terno elegante branco que destacava sua figura imponente. Seu cabelo estava impecavelmente penteado,