POV: CALLIE
No início, tudo estava embaçado, como se eu estivesse olhando através de um véu denso de névoa. Mas então, aos poucos, as formas começaram a se definir. Primeiro, eram apenas sombras indistintas, mas logo vi uma luz prateada se espalhando pelo céu, desenhando contornos etéreos contra a escuridão da noite. Era o eclipse lunar, majestoso e imponente, sua luz suave banhando a montanha e tudo ao meu redor com um brilho quase surreal.
Suspirei encantada, completamente envolvida pela magnitude da natureza ao topo da montanha. Meus olhos se encheram de lágrimas, refletindo uma emoção inexplicável e avassaladora. Com o coração palpitando, voltei meu olhar para meu companheiro, Aaron.
Ele estava deslumbrante, trajado em um terno elegante branco que destacava sua figura imponente. Seu cabelo estava impecavelmente penteado,
POV: CALLIEMeses se passaram até a noite da lua de sangue, no pé da montanha um altar foi montado em meio a fauna em uma decoração elegante e iluminada, o ar fresco da noite fazia meu coração pulsar de antecipação. A porta, uma das empregadas se aproximava ajustando os últimos detalhes do vestido de noiva, sentindo-me como uma princesa de conto de fadas. O corpete justo, adornado com delicadas aplicações de renda, abraçava meu corpo com suavidade. As mangas longas e transparentes, bordadas com pérolas, brilhavam sutilmente à luz. A saia fluía em camadas leves de cetim de marfim coberto por tule, movendo-se graciosamente com cada passo.A longa cauda se estendia pelo chão, ornada com renda e pequenos cristais que capturavam a luz, criando um brilho sutil. O véu, também de tule fino, estava preso ao meu cabelo por uma tiara de prata
Assenti, tentando controlar o nervosismo. Aaron se aproximou, abriu o zíper do meu vestido, despindo-me diante de todos. Ele me deitou nas águas termais, a temperatura era agradavelmente quente. Despiu-se também, seu corpo forte e imponente refletia a luz da lua cheia que avermelhava o céu. Aaron ergueu a cabeça e uivou, um som profundo e poderoso que ecoou pela montanha, avisando o início de selamento da nossa união perante a alcateia e a Deusa.Mantive os olhos em seu corpo esculpido, sentindo uma felicidade profunda e realização pelo companheiro ao meu lado. Minha loba se agitava em antecipação para ser marcada e tomada por seu destinado. Ele se debruçou sobre mim, suas mãos fortes e seguras enchendo-se com as águas da fonte. Ele molhou meus cabelos, minha face e deixou a água deslizar pelo meu corpo, criando um contraste sensual com a noite ao nosso redor. Pegou &oacut
Anos se passaram desde a nossa união. Conselhos foram erguidos, e a diplomacia reinava entre as espécies. Embora ainda houvesse muitas guerras e conflitos, boa parte conseguíamos conter com acordos e alianças. Bruxas e lobos não se misturavam mais, e a sociedade humana havia erguido seu próprio governo, cada um seguindo suas próprias regras.A lei de proibição sobre o envolvimento de espécies foi sancionada, era estritamente proibido relações amorosas ou conceber um filho híbrido, as punições eram severas levadas a pena de morte. Infelizmente, as punições foram ditadas por humanos e bruxas, como uma forma de evitar o ataque direto as alcateias Lupinas, fomos culpados por toda desgraçada que acometia o mundo, sendo o Alfa supremo o líder responsável por restaurar a ordem conforme seu destino! Assim ele seguia, em principal nas alcateias, t
POV: KEENANEstava em meu escritório, cercado por diversas pastas espalhadas sobre a mesa. Os documentos e relatórios em minha frente não faziam sentido, apesar de todos os meus esforços. Muitos filhotes lupinos haviam desaparecido nos últimos anos sem deixar rastros. Mais recentemente, recebi a notícia de que crianças feiticeiras também estavam sumindo misteriosamente.— Quem as está levando e por quê? — Ponderei, estudando as poucas pistas que tinha.Enquanto mergulhava em pensamentos, meu celular começou a tocar. Olhei para o visor e vi o nome salvo: Encrenca! Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios ao ver a ligação, mas o sorriso desapareceu rapidamente ao ouvir sua voz ofegante e desesperada.— Keenan? — Ela disse, agitada, com sons estranhos ao fundo.&mda
POV: MAEVE— Girando, girando, roda e rodopia, pula, pula Lobinha! — Rodopiei no jardim, gargalhando enquanto sentia a grama sob meus pés e jogava o corpo para trás em meio à risada. De repente, uma discussão ao longe chamou minha atenção.— Você não pode estar falando sério, isto não é liderança, é estupidez! — rugiu meu irmão, saindo nervoso pela porta.— Você ainda é um filhote com um ego muito elevado, pirralho! Não sabe o que é ser líder! — retrucou o alfa supremo, nosso pai.— Rigan, por favor, meu filho, você não compreende os motivos, mas precisa respeitá-los! — exclamou minha mãe, correndo atrás deles, visivelmente agitada.Cocei os olhos, tombando a cabeça de lado enquanto me sentava rapidamente.— O que está acontecendo? Rigan e papai estão brigando de novo? — murmurei preocupada, levantando-me devagar. — Por que eles sempre brigam?— Não se preocupe com isso, querida. Ambos têm essências alfa; é perfeitamente normal terem uma personalidade conflitante — explicou Any, minha
POV: RIGANAo longe, meu olfato captou o odor inconfundível de magia e humanos. O som de meus rosnados reverberou no ar enquanto segurava Maeve em meus braços. Como a guerra havia chegado até aqui? Onde estavam os guerreiros da linha de frente?— Irmãozinho, estou com medo. — Maeve murmurou, afundando o rosto em meu pescoço. Apertei-a com mais força em um gesto de proteção.— Não precisa ter medo, jamais deixarei que algo te aconteça, pimenta. — Ergui seu rosto delicadamente para que me encarasse e forcei um sorriso divertido. — Você acha mesmo que esses inimigos têm alguma chance contra nós? Somos os supremos, pequena. Papai vai esmagá-los, e mamãe vai quebrar os ossos deles com as próprias mãos.— E você? O que pretende fazer? — Ela perguntou, os olhos brilhando com uma curiosidade que pouco a pouco substituía o medo.— Vou depená-los como galinhas! — Sorri presunçoso ao ver a careta que ela fez.— Credo, Rigan, isso é muito malvado! — Maeve rosnou, mostrando suas pequenas presas. —
POV: MAEVE— Olha só, vejo que a arrogância é algo de família. — Disse a bruxa, rodeada de homens humanos. — Deixe-me adivinhar, você deve ser Rigan, e essa coisinha minúscula deve ser a Maeve, estou certa?— Quem quer saber? — Rosnei, escondendo o rosto na perna de Any, deixando apenas a ponta dos olhos e as presas à mostra. — Você machucou a mamãe?— Callie? — Ela estralou a língua com um sorriso perverso, puxando a camisa no ombro para mostrar uma marca de garra em um corte profundo e sangrando. — Apenas retribui o favor que a traidora me fez.— Quem é você? — Trovejou meu irmão, expandindo seu lobo. Mesmo sem o poder supremo desperto, Rigan emanava uma aura assassina de alfa, igual a do papai. — O que querem em minha alcateia?— Sua alcateia? Pelo que soubemos, o Alfa Supremo ainda vive e você mal é um homem, apenas um jovem lobinho em formação! — Desdenhou a mulher, sorrindo friamente. — Sou Yenne, já nos conhecemos.— Uma das bruxas que ajudou a forjar minha morte. — Rigan rosno
POV: MAEVEA nova feiticeira emanava uma luz suave, que parecia acalmar o ambiente ao redor. Sua presença era reconfortante, e por um momento, esqueci do perigo iminente. A atmosfera carregada de tensão e medo suavizou-se instantaneamente com sua chegada. Ela lançou um olhar penetrante para Rigan, que hesitou, como se estivesse travando uma batalha interna.— Acalme-se, jovem lobo. — Sua voz era melodiosa, carregando uma autoridade inegável. — Controle seu instinto, não há mais perigo.Rigan recuou, seus olhos lentamente voltando ao normal, com tons avermelhados que lembravam a lua de sangue. Ele ofegava, mas a fúria que havia tomado conta dele parecia estar diminuindo. A feiticeira então se virou para mim, oferecendo-me a mão para me levantar. Suas mãos eram suaves, mas firmes, e senti uma onda de tranquilidade ao tocá-las, como se sua pres