POV: AARON
Um resmungo ao longe, seguido de um chorinho, me fez mexer, acordando levemente. Callie ainda dormia preguiçosamente entrelaçada em meu corpo. Beijei o topo de sua cabeça e a empurrei delicadamente para o lado, cuidando para não acordá-la. Caminhei lentamente até o quarto de Rigan, que parecia bravo.
— Ei, garotão, assim você vai acordar a alcateia inteira. — Sorri para o pequeno, cujos olhos brilhantes em tom avermelhado me encaravam. As anciãs acreditavam que seus olhos eram assim devido ao seu nascimento prematuro na noite da lua de sangue.
Peguei-o no colo, trocando sua fralda de forma desajeitada. Aquilo parecia mais uma armadilha do que um item de proteção às suas necessidades. Peguei a mamadeira pré-pronta na mini geladeira e a coloquei para mornar. Dei de mamar ao lobinho irritado e faminto que tinha em meus bra&cce
POV: CALLIENo início, tudo estava embaçado, como se eu estivesse olhando através de um véu denso de névoa. Mas então, aos poucos, as formas começaram a se definir. Primeiro, eram apenas sombras indistintas, mas logo vi uma luz prateada se espalhando pelo céu, desenhando contornos etéreos contra a escuridão da noite. Era o eclipse lunar, majestoso e imponente, sua luz suave banhando a montanha e tudo ao meu redor com um brilho quase surreal.Suspirei encantada, completamente envolvida pela magnitude da natureza ao topo da montanha. Meus olhos se encheram de lágrimas, refletindo uma emoção inexplicável e avassaladora. Com o coração palpitando, voltei meu olhar para meu companheiro, Aaron.Ele estava deslumbrante, trajado em um terno elegante branco que destacava sua figura imponente. Seu cabelo estava impecavelmente penteado,
POV: CALLIEMeses se passaram até a noite da lua de sangue, no pé da montanha um altar foi montado em meio a fauna em uma decoração elegante e iluminada, o ar fresco da noite fazia meu coração pulsar de antecipação. A porta, uma das empregadas se aproximava ajustando os últimos detalhes do vestido de noiva, sentindo-me como uma princesa de conto de fadas. O corpete justo, adornado com delicadas aplicações de renda, abraçava meu corpo com suavidade. As mangas longas e transparentes, bordadas com pérolas, brilhavam sutilmente à luz. A saia fluía em camadas leves de cetim de marfim coberto por tule, movendo-se graciosamente com cada passo.A longa cauda se estendia pelo chão, ornada com renda e pequenos cristais que capturavam a luz, criando um brilho sutil. O véu, também de tule fino, estava preso ao meu cabelo por uma tiara de prata
Assenti, tentando controlar o nervosismo. Aaron se aproximou, abriu o zíper do meu vestido, despindo-me diante de todos. Ele me deitou nas águas termais, a temperatura era agradavelmente quente. Despiu-se também, seu corpo forte e imponente refletia a luz da lua cheia que avermelhava o céu. Aaron ergueu a cabeça e uivou, um som profundo e poderoso que ecoou pela montanha, avisando o início de selamento da nossa união perante a alcateia e a Deusa.Mantive os olhos em seu corpo esculpido, sentindo uma felicidade profunda e realização pelo companheiro ao meu lado. Minha loba se agitava em antecipação para ser marcada e tomada por seu destinado. Ele se debruçou sobre mim, suas mãos fortes e seguras enchendo-se com as águas da fonte. Ele molhou meus cabelos, minha face e deixou a água deslizar pelo meu corpo, criando um contraste sensual com a noite ao nosso redor. Pegou &oacut
Anos se passaram desde a nossa união. Conselhos foram erguidos, e a diplomacia reinava entre as espécies. Embora ainda houvesse muitas guerras e conflitos, boa parte conseguíamos conter com acordos e alianças. Bruxas e lobos não se misturavam mais, e a sociedade humana havia erguido seu próprio governo, cada um seguindo suas próprias regras.A lei de proibição sobre o envolvimento de espécies foi sancionada, era estritamente proibido relações amorosas ou conceber um filho híbrido, as punições eram severas levadas a pena de morte. Infelizmente, as punições foram ditadas por humanos e bruxas, como uma forma de evitar o ataque direto as alcateias Lupinas, fomos culpados por toda desgraçada que acometia o mundo, sendo o Alfa supremo o líder responsável por restaurar a ordem conforme seu destino! Assim ele seguia, em principal nas alcateias, t
POV: KEENANEstava em meu escritório, cercado por diversas pastas espalhadas sobre a mesa. Os documentos e relatórios em minha frente não faziam sentido, apesar de todos os meus esforços. Muitos filhotes lupinos haviam desaparecido nos últimos anos sem deixar rastros. Mais recentemente, recebi a notícia de que crianças feiticeiras também estavam sumindo misteriosamente.— Quem as está levando e por quê? — Ponderei, estudando as poucas pistas que tinha.Enquanto mergulhava em pensamentos, meu celular começou a tocar. Olhei para o visor e vi o nome salvo: Encrenca! Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios ao ver a ligação, mas o sorriso desapareceu rapidamente ao ouvir sua voz ofegante e desesperada.— Keenan? — Ela disse, agitada, com sons estranhos ao fundo.&mda
POV: MAEVE— Girando, girando, roda e rodopia, pula, pula Lobinha! — Rodopiei no jardim, gargalhando enquanto sentia a grama sob meus pés e jogava o corpo para trás em meio à risada. De repente, uma discussão ao longe chamou minha atenção.— Você não pode estar falando sério, isto não é liderança, é estupidez! — rugiu meu irmão, saindo nervoso pela porta.— Você ainda é um filhote com um ego muito elevado, pirralho! Não sabe o que é ser líder! — retrucou o alfa supremo, nosso pai.— Rigan, por favor, meu filho, você não compreende os motivos, mas precisa respeitá-los! — exclamou minha mãe, correndo atrás deles, visivelmente agitada.Cocei os olhos, tombando a cabeça de lado enquanto me sentava rapidamente.— O que está acontecendo? Rigan e papai estão brigando de novo? — murmurei preocupada, levantando-me devagar. — Por que eles sempre brigam?— Não se preocupe com isso, querida. Ambos têm essências alfa; é perfeitamente normal terem uma personalidade conflitante — explicou Any, minha
POV: RIGANAo longe, meu olfato captou o odor inconfundível de magia e humanos. O som de meus rosnados reverberou no ar enquanto segurava Maeve em meus braços. Como a guerra havia chegado até aqui? Onde estavam os guerreiros da linha de frente?— Irmãozinho, estou com medo. — Maeve murmurou, afundando o rosto em meu pescoço. Apertei-a com mais força em um gesto de proteção.— Não precisa ter medo, jamais deixarei que algo te aconteça, pimenta. — Ergui seu rosto delicadamente para que me encarasse e forcei um sorriso divertido. — Você acha mesmo que esses inimigos têm alguma chance contra nós? Somos os supremos, pequena. Papai vai esmagá-los, e mamãe vai quebrar os ossos deles com as próprias mãos.— E você? O que pretende fazer? — Ela perguntou, os olhos brilhando com uma curiosidade que pouco a pouco substituía o medo.— Vou depená-los como galinhas! — Sorri presunçoso ao ver a careta que ela fez.— Credo, Rigan, isso é muito malvado! — Maeve rosnou, mostrando suas pequenas presas. —
POV: MAEVE— Olha só, vejo que a arrogância é algo de família. — Disse a bruxa, rodeada de homens humanos. — Deixe-me adivinhar, você deve ser Rigan, e essa coisinha minúscula deve ser a Maeve, estou certa?— Quem quer saber? — Rosnei, escondendo o rosto na perna de Any, deixando apenas a ponta dos olhos e as presas à mostra. — Você machucou a mamãe?— Callie? — Ela estralou a língua com um sorriso perverso, puxando a camisa no ombro para mostrar uma marca de garra em um corte profundo e sangrando. — Apenas retribui o favor que a traidora me fez.— Quem é você? — Trovejou meu irmão, expandindo seu lobo. Mesmo sem o poder supremo desperto, Rigan emanava uma aura assassina de alfa, igual a do papai. — O que querem em minha alcateia?— Sua alcateia? Pelo que soubemos, o Alfa Supremo ainda vive e você mal é um homem, apenas um jovem lobinho em formação! — Desdenhou a mulher, sorrindo friamente. — Sou Yenne, já nos conhecemos.— Uma das bruxas que ajudou a forjar minha morte. — Rigan rosno