POV: CALLIE— Manterei seu velcro longe de seus olhos, para que possa ver a dor e sofrimento de seus inimigos, minha Rainha. — Ressoou a Deidade obscura, sua voz reverberando com uma força sinistra. — Alimente-se do tormento, torne-se forte e faça-os sucumbir aos seus pés!Um portal se abriu diante de nós, Sora inclinou-se, cedendo espaço para que eu passasse. Saltamos à frente da cidade, onde a Seita estava reunida, pronta para atacar os lupinos.— Não hesite, híbrida. Em seu mundo, ou você é a caça ou o caçador. Vamos ver até onde irá para provar sua lealdade a nós! — disse ela, exibindo seus dentes afiados, tão sombria quanto seu irmão.Atacamos uma das cidades onde os guerreiros do Alfa Supremo se escondiam em uma armadilha. Usei minha visão a meu favor, derrubando alguns inimigos com magia e transformando-me na forma lupina para atacar. Estava implacável e impiedosa.Parei em frente a um filhote, meus olhos lacrimejaram ao ver seu medo e fragilidade. Sussurrei antes que Sora Rhea
POV: AARONAs patas batiam contra a água formada pela garoa fina que cobria minha pelagem, o som abafado pelos passos ritmados no chão encharcado. O frio tentava invadir, mas não penetrava os pelos grossos lupinos que me protegiam. O anseio e a necessidade de ver meu filhote queimavam em meu peito, uma chama que nada poderia apagar. Rigan estava vivo. Soltei um uivo aos céus, uma manifestação de felicidade genuína que ecoou pela floresta, reverberando nas árvores altas e escuras.Minha determinação era inabalável. Faria aquelas malditas bruxas sangrarem por cada momento de angústia que me fizeram passar. Trarei meu filhote de volta para os braços de minha companheira em segurança. Afastaria nossa família desta guerra maldita e colocaria um fim em Nocturnus de uma vez por todas.Passei por entre a floresta negra, onde os sussurros dos ancestrais me alcançaram como ameaças invisíveis, quase palpáveis:“Volte, guerreiro, ou sofrerá as consequências de sua desobediência.”— Para o inferno
POV: CALLIENovamente, me encontrava diante das ruínas do sonho, questionando-me se ele apareceria. Quanto mais Aaron lutaria contra o sono para me evitar? A incerteza me corroía, mas então, ouvi sua voz suave por trás de mim, fazendo meus pelos se arrepiarem com seu tom leve e novo.— Lobinha... — Sua voz carregava uma doçura incomum, que me fez virar rapidamente para encará-lo.— Alfa. — Murmurei, sentindo um nó na garganta. — Eu sinto muito!Ele franziu o cenho, claramente confuso, e inclinou a cabeça para o lado. O cansaço era evidente em seus olhos.— Pelo quê? — Ele arqueou uma sobrancelha, e notei que seus músculos estavam mais relaxados do que antes. Um cheiro familiar permeava o ar ao nosso redor, trazendo uma sensação de nostalgia. — Preciso te contar algo importante. — Disse, levantando a mão para silenciá-lo.— Eu também. — Respondi, nervosa, mordendo os lábios enquanto enrolava os dedos nos fios de cabelo. Ele se aproximou, pegou uma mecha do meu cabelo e inalou seu cheir
POV: KEMILLYCaminhei pela cidade, Keenan parecia não lembrar do que houve, porém, seu lobo ainda seguia com os instintos em alerta em relação a mim.— Merda, vou ter que dar um jeito de me livrar dele. — Rosnei cerrando os punhos, quando olhei para cima na lateral da mansão do Alfa onde uma luz fraca parecia estar acessa. — Ele nem me deixou segurar o filhote.Resmunguei tristemente. O filhote estava sem mãe, e o rei Lycan, sem uma Luna. Eu sempre fui a candidata perfeita para esse papel. Não menti sobre meus sentimentos por Aaron; eu o amava e poderia aprender a amar o pequeno Rigan também. Cerrei os punhos, determinada a me oferecer como uma substituta temporária, pelo menos até que o Deus obscuro acabasse de vez com a vida daquela loba cega e amaldiçoada que me tirou tudo.Entrei em silêncio, atraída pelo som de um choro de bebê. Caminhei em direção ao som que vinha do quarto do Rei Lycan. Ao entrar, vi Aaron deitado, abraçado ao filho, ambos envoltos em uma coberta. Seu nariz est
POV: CALLIENocturnus continuava a me atormentar com ataques e visões forçadas. Mesmo quando implorava para que ele parasse, ele não mostrava piedade. A pressão das visões esgotava meu corpo e minha alma. Minha loba interior se tornava cada vez mais selvagem, emergindo sem meu consentimento, e a dor da transformação brusca se tornava insuportável. Eu sabia que era hora de partir. A magia maligna estava corrompendo meu elo com minhas essências, deixando-me no escuro, como uma marionete nas mãos da deidade obscura.Às vezes, em meio ao campo de batalha, quando recuperava a consciência, encontrava-me rodeada por corpos sem vida que eu havia ceifado sem ter ciência. Percebi que Nocturnus estava tomando meu corpo como sua casca e se deleitando com a guerra.O ataque prosseguia em direção à cidade central onde Aaron estava. Eu receava o conflito. Sora havia ido na frente, e eu retornei ao castelo da deidade, entoando magias em um pedido de perdão às almas que haviam perdido suas vidas por m
POV: CALLIE— Tem sorte que fez algo útil Hibrida ou não pouparíamos sua vida. — Exclamou Sora Rhea friamente. — Qual será o sabor de sua alma?— Sora, encontre as almas mais fortes, eu as quero! — Ordenou o Deus obscuro parecendo se afastar junto a sua irmã.Agarrei meu braço dolorido, tentando ignorar a dor enquanto farejava o ar ao redor. O cheiro de ferrugem era intenso, misturado aos gritos e à confusão generalizada, dificultando minha capacidade de apurar os sentidos. Minha respiração estava acelerada, os batimentos cardíacos descompassados. Eu precisava manter a calma.— Busque o elo, Callie, vamos. — murmurei para mim mesma, tentando me concentrar na imagem de Aaron, em seu cheiro, seus toques, e no calor de seu corpo.De repente, senti o fio me guiar. Transformei-me na minha forma lupina, ainda que mancando levemente, e corri o mais rápido que podia na direção do cheiro de Aaron. De vez em quando, abaixava o focinho para farejar o chão, evitando esbarrar em obstáculos ou cair
POV: CALLIECorri em direção ao fedor traiçoeiro, movida por uma fúria incontrolável. Todos que nos fizeram sofrer iriam cair. Minha loba uivava essas palavras em minha mente, sedenta por sangue e vingança. Eu a havia libertado em sua totalidade, permitindo que a selvageria dominasse minha razão.Saltei em direção a um portão de aço, onde alguns lobos avançaram para me deter. Transmutei entre minhas formas lupina e bruxa, derrubando-os com ferocidade. Finalmente, parei próximo à grade fria de uma cela, um lugar onde fui mantida acorrentada por anos. O cheiro de Yulli vinha de dentro de uma dessas celas. Caminhei com determinação, meu corpo tremendo de fúria, lembrando da dor que senti quando achei que Rigan havia sido tirado de mim, quando seu choro cessou, toda aquela angústia.— Yulli! — rosnou minha voz intensa, enquanto passava a língua sobre minhas presas. — Eu confiei em você, te considerava uma irmã!Gritei, fazendo o ambiente vibrar com minha fúria. Ouvi seu soluço ao fundo e
POV: AARONAguardávamos um ataque direto da Seita, mas nunca imaginei que o próprio Deus obscuro se juntaria à guerra. Farejei o ar e percebi que o portão principal havia sido aberto. Então, Callie havia realmente libertado Nocturnus em nosso mundo!O momento do grande confronto havia chegado, e eu precisava garantir a segurança da minha alcateia e da minha família. O destino de todas as espécies estava em minhas mãos. Ordenei que lobos de confiança escondessem e protegessem Rigan no Banker, junto à babá e aos outros filhotes. Os idosos e mulheres estavam seguros, longe da confusão, enquanto os guerreiros permaneciam em posição, prontos para enfrentar a grande onda de ataque.O ar estava carregado de tensão e o cheiro metálico do sangue iminente. Farejei novamente, captando o aroma adocicado que conhecia tão be