POV: CALLIENovamente, me encontrava diante das ruínas do sonho, questionando-me se ele apareceria. Quanto mais Aaron lutaria contra o sono para me evitar? A incerteza me corroía, mas então, ouvi sua voz suave por trás de mim, fazendo meus pelos se arrepiarem com seu tom leve e novo.— Lobinha... — Sua voz carregava uma doçura incomum, que me fez virar rapidamente para encará-lo.— Alfa. — Murmurei, sentindo um nó na garganta. — Eu sinto muito!Ele franziu o cenho, claramente confuso, e inclinou a cabeça para o lado. O cansaço era evidente em seus olhos.— Pelo quê? — Ele arqueou uma sobrancelha, e notei que seus músculos estavam mais relaxados do que antes. Um cheiro familiar permeava o ar ao nosso redor, trazendo uma sensação de nostalgia. — Preciso te contar algo importante. — Disse, levantando a mão para silenciá-lo.— Eu também. — Respondi, nervosa, mordendo os lábios enquanto enrolava os dedos nos fios de cabelo. Ele se aproximou, pegou uma mecha do meu cabelo e inalou seu cheir
POV: KEMILLYCaminhei pela cidade, Keenan parecia não lembrar do que houve, porém, seu lobo ainda seguia com os instintos em alerta em relação a mim.— Merda, vou ter que dar um jeito de me livrar dele. — Rosnei cerrando os punhos, quando olhei para cima na lateral da mansão do Alfa onde uma luz fraca parecia estar acessa. — Ele nem me deixou segurar o filhote.Resmunguei tristemente. O filhote estava sem mãe, e o rei Lycan, sem uma Luna. Eu sempre fui a candidata perfeita para esse papel. Não menti sobre meus sentimentos por Aaron; eu o amava e poderia aprender a amar o pequeno Rigan também. Cerrei os punhos, determinada a me oferecer como uma substituta temporária, pelo menos até que o Deus obscuro acabasse de vez com a vida daquela loba cega e amaldiçoada que me tirou tudo.Entrei em silêncio, atraída pelo som de um choro de bebê. Caminhei em direção ao som que vinha do quarto do Rei Lycan. Ao entrar, vi Aaron deitado, abraçado ao filho, ambos envoltos em uma coberta. Seu nariz est
POV: CALLIENocturnus continuava a me atormentar com ataques e visões forçadas. Mesmo quando implorava para que ele parasse, ele não mostrava piedade. A pressão das visões esgotava meu corpo e minha alma. Minha loba interior se tornava cada vez mais selvagem, emergindo sem meu consentimento, e a dor da transformação brusca se tornava insuportável. Eu sabia que era hora de partir. A magia maligna estava corrompendo meu elo com minhas essências, deixando-me no escuro, como uma marionete nas mãos da deidade obscura.Às vezes, em meio ao campo de batalha, quando recuperava a consciência, encontrava-me rodeada por corpos sem vida que eu havia ceifado sem ter ciência. Percebi que Nocturnus estava tomando meu corpo como sua casca e se deleitando com a guerra.O ataque prosseguia em direção à cidade central onde Aaron estava. Eu receava o conflito. Sora havia ido na frente, e eu retornei ao castelo da deidade, entoando magias em um pedido de perdão às almas que haviam perdido suas vidas por m
POV: CALLIE— Tem sorte que fez algo útil Hibrida ou não pouparíamos sua vida. — Exclamou Sora Rhea friamente. — Qual será o sabor de sua alma?— Sora, encontre as almas mais fortes, eu as quero! — Ordenou o Deus obscuro parecendo se afastar junto a sua irmã.Agarrei meu braço dolorido, tentando ignorar a dor enquanto farejava o ar ao redor. O cheiro de ferrugem era intenso, misturado aos gritos e à confusão generalizada, dificultando minha capacidade de apurar os sentidos. Minha respiração estava acelerada, os batimentos cardíacos descompassados. Eu precisava manter a calma.— Busque o elo, Callie, vamos. — murmurei para mim mesma, tentando me concentrar na imagem de Aaron, em seu cheiro, seus toques, e no calor de seu corpo.De repente, senti o fio me guiar. Transformei-me na minha forma lupina, ainda que mancando levemente, e corri o mais rápido que podia na direção do cheiro de Aaron. De vez em quando, abaixava o focinho para farejar o chão, evitando esbarrar em obstáculos ou cair
POV: CALLIECorri em direção ao fedor traiçoeiro, movida por uma fúria incontrolável. Todos que nos fizeram sofrer iriam cair. Minha loba uivava essas palavras em minha mente, sedenta por sangue e vingança. Eu a havia libertado em sua totalidade, permitindo que a selvageria dominasse minha razão.Saltei em direção a um portão de aço, onde alguns lobos avançaram para me deter. Transmutei entre minhas formas lupina e bruxa, derrubando-os com ferocidade. Finalmente, parei próximo à grade fria de uma cela, um lugar onde fui mantida acorrentada por anos. O cheiro de Yulli vinha de dentro de uma dessas celas. Caminhei com determinação, meu corpo tremendo de fúria, lembrando da dor que senti quando achei que Rigan havia sido tirado de mim, quando seu choro cessou, toda aquela angústia.— Yulli! — rosnou minha voz intensa, enquanto passava a língua sobre minhas presas. — Eu confiei em você, te considerava uma irmã!Gritei, fazendo o ambiente vibrar com minha fúria. Ouvi seu soluço ao fundo e
POV: AARONAguardávamos um ataque direto da Seita, mas nunca imaginei que o próprio Deus obscuro se juntaria à guerra. Farejei o ar e percebi que o portão principal havia sido aberto. Então, Callie havia realmente libertado Nocturnus em nosso mundo!O momento do grande confronto havia chegado, e eu precisava garantir a segurança da minha alcateia e da minha família. O destino de todas as espécies estava em minhas mãos. Ordenei que lobos de confiança escondessem e protegessem Rigan no Banker, junto à babá e aos outros filhotes. Os idosos e mulheres estavam seguros, longe da confusão, enquanto os guerreiros permaneciam em posição, prontos para enfrentar a grande onda de ataque.O ar estava carregado de tensão e o cheiro metálico do sangue iminente. Farejei novamente, captando o aroma adocicado que conhecia tão be
POV: ARRONApesar da dor que me rasgava por dentro, a presença dela me deu uma nova força. Com um esforço tremendo, me levantei, o sangue escorrendo das feridas abertas e a dificuldade de respirar tornando cada movimento um tormento. Ela estava ao meu lado, em posição de ataque, com um pedaço de tecido sobre os olhos. Notei que o tecido vinha da barra rasgada de seu vestido preto. Por que Callie cobriria seus olhos cegos?Franzi o cenho, mas não era hora de questionar. A batalha ainda rugia ao nosso redor. Ela estendeu a mão para mim, um sorriso genuíno nos lábios, irradiando uma força e determinação que parecia quase palpável. Inspirei profundamente, mergulhando em seu aroma, e de repente compreendi. Callie havia libertado sua loba em sua totalidade. Eu podia sentir a união de ambas de forma natural e poderosa, como se tivessem finalmente se fundido em um único ser completo.— Vamos acabar com ele, juntos — sussurrei, meu tom resoluto.— Vamos! — Ela sorriu em um aceno em sua forma Fe
POV: YULLIEstava acorrentada em frente ao conselho de lobos, em pé, mantendo a postura firme e o queixo erguido em direção ao Alfa supremo. Ele tinha o semblante fechado, o dedo batendo contra o queixo tensionado, refletindo a gravidade da situação. As portas se abriram com um som pesado, e Callie adentrou a sala. Ela usava um belo vestido dourado que contrastava magnificamente com seus cabelos negros, presos em um penteado harmonioso. Era evidente que ela havia conquistado o respeito de sua alcateia e agora era tratada como deveria ser: como sua Rainha.— Podemos iniciar? — indagou um dos lobos em sua forma humana, vestido em um traje social impecável. O rei Lycan assentiu com um leve movimento de cabeça.— Pois bem, de acordo com as regras antigas e a nova monarquia, a ré diante de vossos olhos tem o direito de um julgamento justo perante os Lupinos, podendo