POV: AARON
— Aaron, precisamos de você. — A voz dela chegou até mim, suave, um sussurro que cortou o silêncio da floresta. Parei, fechando os olhos e aguçando os sentidos. O vínculo entre nós, ainda que não plenamente formado, era inegável, um fio tênue que me guiava. Concentrei-me, buscando o rastro de sua presença. Logo, um aroma familiar invadiu minhas narinas — o cheiro do templo.
Uma rajada de vento soprou com força, empurrando-me para frente, indicando o caminho.
— Eu estou indo, Lobinha, por favor, aguente firme! — Respondi com um rosnado, sentindo a musculatura das minhas patas se expandirem, bombeando mais força e sangue, impulsionando-me em uma corrida frenética.
Deslizei entre as árvores, uma sombra veloz. Qualquer um dos seguidores da seita que tentava barrar meu caminho era derr
POV: AARONVi Dante olhar para trás, um sorriso sombrio se espalhando por seu rosto, enquanto mais lobos da seita se posicionavam à minha frente. Nada poderia me deter; eu estava implacável, derrubando todos que ousavam se opor ao meu caminho. Rugindo ferozmente, avancei em direção ao maldito que havia machucado minha companheira e roubado meu filhote.— Devolva o meu filhote! — Rosnei predatoriamente, minha voz carregada de ira e determinação.Dante se virou lentamente, o sorriso maligno ainda em seus lábios.— Este bebê aqui? Não, rei Lycan, já falamos sobre isto, o filhote é meu. — Sua voz era uma mistura sinistra de sarcasmo e múltiplos tons, como se várias entidades falassem através dele.Observei com nojo sua pele podre, infestada de vermes, um dos olhos opacos
POV: YULLIComecei a curar Keenan, concentrando-me na ferida envenenada em seu ombro. Sua situação era crítica; o veneno havia se espalhado rápido demais, comprometendo sua respiração e pulsação. Precisávamos urgentemente do antídoto que o Dr. Ryan e eu estávamos preparando no laboratório, mas o tempo era nosso inimigo.— Merda, você tinha que ser arrogante e vir para cá sozinho? Por que não pediu ajuda, cachorro idiota? — gritei com raiva, minha voz tremendo enquanto pressionava a mão contra a ferida. Seus olhos se abriram lentamente, fixando-se nos meus com uma intensidade que misturava dor e teimosia.— Não dava tempo, perderia o rastro da Luna. E sou um alfa, esperava mesmo que eu não fosse arrogante? — Ele sorriu fracamente, seus lábios manchados de sangue.— Alfa? — Repeti surpresa, minha voz saindo mais alta do que pretendia. Keenan havia negado sua essência por tanto tempo. — Quer dizer que aceitou sua essência?— Eu me transformei em Lycan hoje, bruxinha. Dá para acreditar? —
POV: CALLIEMinha mente foi arrastada para longe, sentia como se estivesse mergulhando em um mar de sangue onde o líquido denso adentrava meus pulmões, enchendo-os e me afogando lenta e tortuosamente, sufocando-me.— Eu estou morrendo? — ressoei em minha mente, a voz quase um sussurro de desespero.Morreria sem sentir seu cheirinho? Sem conhecer seus chorinhos e sentir o calor de seu pequeno corpinho em meus braços? Lutei tanto para sobreviver para perder o melhor da vida?Não, não, isto não era justo!Tentei nadar em meio ao mar que sentia me arrastando cada vez mais para o fundo. Eu não queria morrer, eu não podia morrer. Eu precisava lutar, sou mãe e meu filhote precisa de mim. Nada e ninguém vai me separar de Rigan. Vou amá-lo, protegê-lo e cuidar dele. Vou cantar canções de ninar, embalar seu sono, ensiná-lo a camin
POV: AARON— Yulli? Faça alguma coisa! — O rugido reverberou por todo o templo, sacudindo a estrutura até as fundações. As paredes racharam e a estátua no altar começou a fissurar. A fonte no centro rompeu, inundando o chão com água.Aproximei-me da Lobinha, com Rigan nos braços. Ele parecia reconhecer o aroma de sua mãe, acalmando-se com um choro baixo e manhoso. Coloquei-o delicadamente sobre o peito dela, acariciando seus cabelos. As batidas do coração de Callie eram quase inaudíveis, tão fracas e lentas que mal pulsavam.— Ei, minha pequena, por favor, desperte... Não faça isto comigo! — Sussurrei em seu ouvido, beijando sua bochecha fria e úmida. Afundei o nariz em seu pescoço, tentando captar aquele cheiro que tanto me acalmava, mas ele estava quase ausente. O odor da morte come&cc
POV: YULLIO corpo de Callie começou a brilhar com uma luz suave, apertando a mão do alfa levemente. O poder do feitiço estava funcionando, e eu podia ver a cor retornar ao seu rosto, suas feridas espirituais se fechando.— Funciona... — Exclamei com a voz cansada, mas cheia de alívio. — Ela está voltando para nós.O círculo mágico começou a diminuir seu brilho, o corpo de Callie foi gentilmente depositado de volta no chão. Aaron a abraçou, absorvendo seu calor retornava, sabia que sacrifício havia valido a pena, não podíamos perder a chave principal desta guerra. Olhei para o alfa, percebendo que ele havia desmaiado com os poros ensanguentado, o corpo cobrando o preço de perder um fragmento de sua alma e parte do poder supremo.— Quanto? — Questionou Dillian com os olhos ferozes, seus músculos tensos e veias saltad
POV: CALLIE— Eu não sabia... — Disse, agarrando meu peito, que parecia queimar com o peso da dor. Enlacei a outra mão sobre meu ventre. — Eu não sabia que o estava condenando quando quis ser salva.— Callie. — Sussurrou Aaron, mas não consegui identificar de qual ponto ele falava. Tudo parecia tão frio e vazio.Era assim que eu me sentia, exatamente assim: sem vida, oca por dentro e derrotada. Eu não queria mais viver, não assim, não com este preço!— Alfa, eu matei o nosso filho. — Gritei em meio às lágrimas, precisando, não, necessitando colocar para fora toda aquela dor arrebatadora. Era demais, era terrível, era insuportável. — Eu não mereço viver, eu não quero.— Lobinha, se acalme. — Senti seus braços fo
POV: AARON— Callie, não faça isto, você não precisa... — A encarei, seus olhos brilhavam em contraste com as lágrimas que desciam pelo seu rosto. A dor era evidente, e ali compreendi que a havia perdido. — Lobinha, não faça isto comigo.— Nocturnus tem razão, este mundo não merece ser poupado. — Respondeu ela, abaixando a cabeça em lágrimas. — Eu te disse uma vez para não me dar motivos para querer viver, devia ter me deixado definhar nas mãos do meu pai.— Você não pode estar falando sério! — Brandei, tentando recuperar a força que havia sido drenada durante o ritual para salvá-la. — Se fizer isto, me trairá, se tornando minha inimiga. É o que deseja?— O que eu desejo? — Rosnou Callie, se aproximando enquanto N
POV: CALLIE— Bem-vinda ao lar, minha rainha. — Ressoou Nocturnus em deleite, guiando-me ao que parecia ser um castelo imponente, com corredores largos e repletos de portas fechadas.Caminhei lentamente, avaliando o local e me perguntando se isso sempre esteve ali.— O castelo? Sim, posso ser uma deidade sombria, mas isso não significa que eu não tenha necessidades, híbrida. — Respondeu ele, analisando minhas reações com um sorriso malicioso.— Como você...? — Falei surpresa, virando-me para ele.— Ah, perdão, rainha, não percebeu que murmurou as palavras? — Nocturnus sorriu, um sorriso frio e maligno, refletido nos seus olhos gélidos. — Eu sinto muito por sua perda.— Sente mesmo? — Girei o corpo, ficando de frente para o deus, os olhos ainda mer