POV: CALLIE
Minha mente foi arrastada para longe, sentia como se estivesse mergulhando em um mar de sangue onde o líquido denso adentrava meus pulmões, enchendo-os e me afogando lenta e tortuosamente, sufocando-me.
— Eu estou morrendo? — ressoei em minha mente, a voz quase um sussurro de desespero.
Morreria sem sentir seu cheirinho? Sem conhecer seus chorinhos e sentir o calor de seu pequeno corpinho em meus braços? Lutei tanto para sobreviver para perder o melhor da vida?
Não, não, isto não era justo!
Tentei nadar em meio ao mar que sentia me arrastando cada vez mais para o fundo. Eu não queria morrer, eu não podia morrer. Eu precisava lutar, sou mãe e meu filhote precisa de mim. Nada e ninguém vai me separar de Rigan. Vou amá-lo, protegê-lo e cuidar dele. Vou cantar canções de ninar, embalar seu sono, ensiná-lo a camin
POV: AARON— Yulli? Faça alguma coisa! — O rugido reverberou por todo o templo, sacudindo a estrutura até as fundações. As paredes racharam e a estátua no altar começou a fissurar. A fonte no centro rompeu, inundando o chão com água.Aproximei-me da Lobinha, com Rigan nos braços. Ele parecia reconhecer o aroma de sua mãe, acalmando-se com um choro baixo e manhoso. Coloquei-o delicadamente sobre o peito dela, acariciando seus cabelos. As batidas do coração de Callie eram quase inaudíveis, tão fracas e lentas que mal pulsavam.— Ei, minha pequena, por favor, desperte... Não faça isto comigo! — Sussurrei em seu ouvido, beijando sua bochecha fria e úmida. Afundei o nariz em seu pescoço, tentando captar aquele cheiro que tanto me acalmava, mas ele estava quase ausente. O odor da morte come&cc
POV: YULLIO corpo de Callie começou a brilhar com uma luz suave, apertando a mão do alfa levemente. O poder do feitiço estava funcionando, e eu podia ver a cor retornar ao seu rosto, suas feridas espirituais se fechando.— Funciona... — Exclamei com a voz cansada, mas cheia de alívio. — Ela está voltando para nós.O círculo mágico começou a diminuir seu brilho, o corpo de Callie foi gentilmente depositado de volta no chão. Aaron a abraçou, absorvendo seu calor retornava, sabia que sacrifício havia valido a pena, não podíamos perder a chave principal desta guerra. Olhei para o alfa, percebendo que ele havia desmaiado com os poros ensanguentado, o corpo cobrando o preço de perder um fragmento de sua alma e parte do poder supremo.— Quanto? — Questionou Dillian com os olhos ferozes, seus músculos tensos e veias saltad
POV: CALLIE— Eu não sabia... — Disse, agarrando meu peito, que parecia queimar com o peso da dor. Enlacei a outra mão sobre meu ventre. — Eu não sabia que o estava condenando quando quis ser salva.— Callie. — Sussurrou Aaron, mas não consegui identificar de qual ponto ele falava. Tudo parecia tão frio e vazio.Era assim que eu me sentia, exatamente assim: sem vida, oca por dentro e derrotada. Eu não queria mais viver, não assim, não com este preço!— Alfa, eu matei o nosso filho. — Gritei em meio às lágrimas, precisando, não, necessitando colocar para fora toda aquela dor arrebatadora. Era demais, era terrível, era insuportável. — Eu não mereço viver, eu não quero.— Lobinha, se acalme. — Senti seus braços fo
POV: AARON— Callie, não faça isto, você não precisa... — A encarei, seus olhos brilhavam em contraste com as lágrimas que desciam pelo seu rosto. A dor era evidente, e ali compreendi que a havia perdido. — Lobinha, não faça isto comigo.— Nocturnus tem razão, este mundo não merece ser poupado. — Respondeu ela, abaixando a cabeça em lágrimas. — Eu te disse uma vez para não me dar motivos para querer viver, devia ter me deixado definhar nas mãos do meu pai.— Você não pode estar falando sério! — Brandei, tentando recuperar a força que havia sido drenada durante o ritual para salvá-la. — Se fizer isto, me trairá, se tornando minha inimiga. É o que deseja?— O que eu desejo? — Rosnou Callie, se aproximando enquanto N
POV: CALLIE— Bem-vinda ao lar, minha rainha. — Ressoou Nocturnus em deleite, guiando-me ao que parecia ser um castelo imponente, com corredores largos e repletos de portas fechadas.Caminhei lentamente, avaliando o local e me perguntando se isso sempre esteve ali.— O castelo? Sim, posso ser uma deidade sombria, mas isso não significa que eu não tenha necessidades, híbrida. — Respondeu ele, analisando minhas reações com um sorriso malicioso.— Como você...? — Falei surpresa, virando-me para ele.— Ah, perdão, rainha, não percebeu que murmurou as palavras? — Nocturnus sorriu, um sorriso frio e maligno, refletido nos seus olhos gélidos. — Eu sinto muito por sua perda.— Sente mesmo? — Girei o corpo, ficando de frente para o deus, os olhos ainda mer
POV: KEMILLYRetornei à alcateia levemente ferida. A batalha contra os seguidores da seita fora árdua e cruel, com eles tentando a todo custo me eliminar. Aqueles malditos estavam determinados a acabar comigo! Ao longe, vi Keenan, também ferido, caminhando lentamente para dentro do hospital. Meu coração apertou ao vê-lo assim. Instintivamente, mexi no bolso da calça, sentindo o pó da raiz de esquecimento. Não queria chegar a tanto, mas se não conseguisse convencê-lo a não me dedurar, teria que recorrer a outros métodos extremos.Esperando o momento certo, me movi sorrateiramente pelo corredor até chegar ao quarto de Keenan. Ele estava deitado, com os olhos fechados e respirando com dificuldade. Entrei silenciosamente, sem que ele percebesse minha presença. Seu corpo parecia tensionado, cada músculo em alerta, como um lobo pronto para atacar. Quando finalmente me aproximei, ele abriu os olhos abruptamente, fixando em mim um olhar feroz.— Você teve coragem de retornar depois da traição
POV: AARONSemanas havia se passado desde o dia em que os perdi. Estava diante de mais uma cidade em chamas, cada edifício uma lembrança ardente da minha dor. Além de derrubar a seita pelo caminho, caçava intensamente as bruxas, consumido pelo desejo de vingança. Em minha forma lupina, corria floresta adentro, o ódio fervendo em minhas veias. Elas corriam em desespero, lançando feitiços fracos na minha direção, que mal conseguiam arranhar minha fúria.— Por favor, não estamos envolvidas com esta guerra! — Gritou uma das bruxas aos prantos, tropeçando em uma pedra e caindo pesadamente no chão.Caminhei lentamente e de forma predatória em sua direção, minhas presas ensanguentadas pelas várias vidas que havia tirado naquele dia. As garras afiadas raspavam no solo da floresta, deixando marcas profundas e ameaçadoras. Emanava um poder supremo, já incapaz de contê-lo. Não me importava com quem sofreria sob sua pressão; todos sentiriam a minha dor e o peso do meu luto.— Suas irmãs me traíra
POV: CALLIE— Ele não voltou, de novo. — Sussurrei em frente ao templo nos meus sonhos, os olhos carregados de lágrimas. Por mais que relutasse, não conseguia deixar de retornar todas as noites ao recinto que julguei ser seguro. — Nos perdemos?As lágrimas rolavam, cada gota uma pontada de dor no peito. Talvez ele me culpasse pelo que aconteceu e por ter vindo ao lado da Deidade Maligna, mas precisava entender o que Yulli havia dito: “Abrace o seu destino”.Nunca foi sobre prever os passos de Nocturnus, mas sim, se tornar sua rainha e destruí-lo de dentro para fora. Semanas vagando pelos corredores de seu castelo sombrio, onde as paredes ecoavam gritos e gemidos de dor, me levaram até portas que, ao abrir, revelavam uma câmara de almas torturadas, presas por pedras de essência!Sempre que o Deus Obscuro emanava seu poder ou abria u