POV: CALLIE
— Bem-vinda ao lar, minha rainha. — Ressoou Nocturnus em deleite, guiando-me ao que parecia ser um castelo imponente, com corredores largos e repletos de portas fechadas.
Caminhei lentamente, avaliando o local e me perguntando se isso sempre esteve ali.
— O castelo? Sim, posso ser uma deidade sombria, mas isso não significa que eu não tenha necessidades, híbrida. — Respondeu ele, analisando minhas reações com um sorriso malicioso.
— Como você...? — Falei surpresa, virando-me para ele.
— Ah, perdão, rainha, não percebeu que murmurou as palavras? — Nocturnus sorriu, um sorriso frio e maligno, refletido nos seus olhos gélidos. — Eu sinto muito por sua perda.
— Sente mesmo? — Girei o corpo, ficando de frente para o deus, os olhos ainda mer
POV: KEMILLYRetornei à alcateia levemente ferida. A batalha contra os seguidores da seita fora árdua e cruel, com eles tentando a todo custo me eliminar. Aqueles malditos estavam determinados a acabar comigo! Ao longe, vi Keenan, também ferido, caminhando lentamente para dentro do hospital. Meu coração apertou ao vê-lo assim. Instintivamente, mexi no bolso da calça, sentindo o pó da raiz de esquecimento. Não queria chegar a tanto, mas se não conseguisse convencê-lo a não me dedurar, teria que recorrer a outros métodos extremos.Esperando o momento certo, me movi sorrateiramente pelo corredor até chegar ao quarto de Keenan. Ele estava deitado, com os olhos fechados e respirando com dificuldade. Entrei silenciosamente, sem que ele percebesse minha presença. Seu corpo parecia tensionado, cada músculo em alerta, como um lobo pronto para atacar. Quando finalmente me aproximei, ele abriu os olhos abruptamente, fixando em mim um olhar feroz.— Você teve coragem de retornar depois da traição
POV: AARONSemanas havia se passado desde o dia em que os perdi. Estava diante de mais uma cidade em chamas, cada edifício uma lembrança ardente da minha dor. Além de derrubar a seita pelo caminho, caçava intensamente as bruxas, consumido pelo desejo de vingança. Em minha forma lupina, corria floresta adentro, o ódio fervendo em minhas veias. Elas corriam em desespero, lançando feitiços fracos na minha direção, que mal conseguiam arranhar minha fúria.— Por favor, não estamos envolvidas com esta guerra! — Gritou uma das bruxas aos prantos, tropeçando em uma pedra e caindo pesadamente no chão.Caminhei lentamente e de forma predatória em sua direção, minhas presas ensanguentadas pelas várias vidas que havia tirado naquele dia. As garras afiadas raspavam no solo da floresta, deixando marcas profundas e ameaçadoras. Emanava um poder supremo, já incapaz de contê-lo. Não me importava com quem sofreria sob sua pressão; todos sentiriam a minha dor e o peso do meu luto.— Suas irmãs me traíra
POV: CALLIE— Ele não voltou, de novo. — Sussurrei em frente ao templo nos meus sonhos, os olhos carregados de lágrimas. Por mais que relutasse, não conseguia deixar de retornar todas as noites ao recinto que julguei ser seguro. — Nos perdemos?As lágrimas rolavam, cada gota uma pontada de dor no peito. Talvez ele me culpasse pelo que aconteceu e por ter vindo ao lado da Deidade Maligna, mas precisava entender o que Yulli havia dito: “Abrace o seu destino”.Nunca foi sobre prever os passos de Nocturnus, mas sim, se tornar sua rainha e destruí-lo de dentro para fora. Semanas vagando pelos corredores de seu castelo sombrio, onde as paredes ecoavam gritos e gemidos de dor, me levaram até portas que, ao abrir, revelavam uma câmara de almas torturadas, presas por pedras de essência!Sempre que o Deus Obscuro emanava seu poder ou abria u
POV: AARONDerrubei Yenne ao chão, cravando minhas presas em seu braço e esmagando-o com força brutal. O grito dela reverberou por toda a cidade em chamas, um lamento que parecia amplificar a destruição ao nosso redor.— Você vai se arrepender do que está fazendo, Alfa! — Ela disse com ódio nos olhos, cerrando os dentes contra a dor. — Isso não vai trazê-los de volta. A Luna precisava cumprir seu destino.— Não, feiticeira, eu farei com que todas vocês, bruxas, se arrependam de me trair. Usarei vocês como exemplo para outras espécies. — Rosnei, fazendo o chão ao redor tremer. Abocanhei seu tornozelo, arrastando-a pela floresta antes de lançá-la contra uma rocha. Coloquei minha pata em sua cabeça, pressionando-a contra a pedra enquanto minhas presas pairavam perigosamente próxima
POV: AARON— Você também! — Rosnei, cerrando os punhos, vendo o choque em seu rosto.— Não... isso não é justo... — Murmurou ela, desviando o olhar. — Eu não suportava mais, estou cansada...— E eu? — Gritei, dando um passo à frente, parando antes de alcançá-la. — Como acha que tenho me sentido, Callie? Rigan era o nosso filho!— Eu sei! — Ela gritou, se aproximando ainda mais, buscando meus olhos. — Não posso me perdoar pelo que houve. Eu falhei.— Não, Lobinha. — Segurei suas mãos nas minhas, sua pele quente parecia aliviar um pouco da pressão que sentia. Meu lobo uivava em desespero dentro de mim. — A falha foi minha. Sou o seu companheiro e seu alfa. A morte do nosso filho foi culpa minha e não a culpo por me od
POV: KEENANAcordei atordoado, com a cabeça latejando e o quarto girando ao meu redor. O que havia acontecido? Franzi o cenho, confuso, tentando entender por que estava no hospital. Poucas memórias vinham à mente, mas uma delas era clara: Yulli havia desaparecido e o filhote do Alfa estava morto. Toquei a cabeça, sentindo o mal-estar que dominava meu corpo, uma sensação ruim percorrendo cada fibra dos meus músculos.De repente, um estrondo ecoou do lado de fora do hospital. Corri para a janela e vi fumaça e ouvi gritos. Ao centro da confusão, bruxas invadiam a cidade em um ataque coordenado.— Beta, estamos sendo atacados! — disse Ryan, aparecendo na porta do quarto.— Percebi, gênio. Mande soar o alerta; vou avisar o rei Lycan — respondi, passando pelo doutor, ainda um pouco tonto, e me encostando no batente da porta.— Você está bem? Ainda não se recuperou, precisa descansar — o médico me encarou firmemente, avaliando meu estado.— Estou bem. Leve os pacientes para a ala mais segura
POV: AARON— O que você disse? — rosnei, avançando até ficar cara a cara com ela, feroz. — Acha que suas mentiras vão livrar sua vida da traição que cometeu?— Não, eu não acho — respondeu ela, firme, encarando-me diretamente. — Mas não estou mentindo. Rigan vive.— Eu ouvi o seu último suspiro, bruxa. Vi quando o ceifou diante de nós, sem um pingo de remorso — rugi, vibrando a estrutura ao agarrá-la pelos braços com força. — Explique!— Você viu o que quis ver. Magia de ilusão. Estava fraco demais para perceber a manipulação diante de seus olhos — Yulli gemeu com o aperto. O beta se ergueu, ainda tonto, colocando a mão na cabeça e pousando a mão sobre a minha.— Por que faria isso? Por que magoaria a Callie dessa forma? Você a destruiu! — bradei, com os olhos semicerrados, apertando ainda mais seus braços, cortando-a. — Comece a falar, Yulli, ou não responderei por mim.— Me perdoe, grandão, eu nunca quis magoar vocês — soluçou, escorregando até o chão, pendurada pelos braços. — Eu m
POV: KEENAN— Ele está escondido nas ruínas da antiga cidade, além da floresta negra. — Disse Yulli, a voz cheia de dor e resignação. — Mas mesmo se chegar lá, não sairá vivo, os ancestrais o protegem.— Se os ancestrais tivessem poder para me matar, já teriam feito, feiticeira. Você sabe disso. — rosnou o Rei Lycan, com uma fúria contida. — Prendam-na nas correntes, pendurada.— Alfa, por favor, não envolva Rigan nesta guerra. Deixe-o em segurança! — gritou ela, aflita, dando um passo em sua direção. Parou imediatamente ao ver os olhos dele tomados pelo ódio. — Sei que falhei como amiga e traí sua confiança, mas nunca machuquei, nem machucaria, seu filhote.— Não deixarei minha prole nas mãos das bruxas. Acha que sou tolo? — o rosnado que explodiu do peito do Lycan era intenso e ameaçador. — Querem um sangue supremo híbrido, com magia antiga, para manipular desde jovem. Acha mesmo que não vejo o que desejam fazer?— Isso não é verdade! — contestou Yulli, seus olhos arregalados de sur