POV: CALLIEAs batidas na porta se tornavam mais altas e intensas, cada impacto reverberando pelas paredes do templo. O som de madeira se partindo ecoava de maneira sinistra, acompanhado pelo cheiro nauseante de morte que invadia o ar. O medo pulsava em minhas veias enquanto me escondia atrás da estátua da Deusa, meus olhos marejados de lágrimas. Eu sabia que precisava lutar, mas por que estava tão aterrorizada? Não tinha treinado exatamente para esse momento, para proteger a mim mesma e meu filho?Lágrimas escorriam pelo meu rosto, lavando a sujeira e o sangue que marcavam minha pele. Minhas mãos tremiam enquanto as secava, tentando controlar o pânico crescente. Respirei fundo, murmurando palavras de magia para reunir forças. Então, um estrondo ensurdecedor preencheu o ambiente quando a porta finalmente cedeu, se partindo em pedaços.Sai de trás da estátua, assumindo uma p
POV: AARON— Aaron, precisamos de você. — A voz dela chegou até mim, suave, um sussurro que cortou o silêncio da floresta. Parei, fechando os olhos e aguçando os sentidos. O vínculo entre nós, ainda que não plenamente formado, era inegável, um fio tênue que me guiava. Concentrei-me, buscando o rastro de sua presença. Logo, um aroma familiar invadiu minhas narinas — o cheiro do templo.Uma rajada de vento soprou com força, empurrando-me para frente, indicando o caminho.— Eu estou indo, Lobinha, por favor, aguente firme! — Respondi com um rosnado, sentindo a musculatura das minhas patas se expandirem, bombeando mais força e sangue, impulsionando-me em uma corrida frenética.Deslizei entre as árvores, uma sombra veloz. Qualquer um dos seguidores da seita que tentava barrar meu caminho era derr
POV: AARONVi Dante olhar para trás, um sorriso sombrio se espalhando por seu rosto, enquanto mais lobos da seita se posicionavam à minha frente. Nada poderia me deter; eu estava implacável, derrubando todos que ousavam se opor ao meu caminho. Rugindo ferozmente, avancei em direção ao maldito que havia machucado minha companheira e roubado meu filhote.— Devolva o meu filhote! — Rosnei predatoriamente, minha voz carregada de ira e determinação.Dante se virou lentamente, o sorriso maligno ainda em seus lábios.— Este bebê aqui? Não, rei Lycan, já falamos sobre isto, o filhote é meu. — Sua voz era uma mistura sinistra de sarcasmo e múltiplos tons, como se várias entidades falassem através dele.Observei com nojo sua pele podre, infestada de vermes, um dos olhos opacos
POV: YULLIComecei a curar Keenan, concentrando-me na ferida envenenada em seu ombro. Sua situação era crítica; o veneno havia se espalhado rápido demais, comprometendo sua respiração e pulsação. Precisávamos urgentemente do antídoto que o Dr. Ryan e eu estávamos preparando no laboratório, mas o tempo era nosso inimigo.— Merda, você tinha que ser arrogante e vir para cá sozinho? Por que não pediu ajuda, cachorro idiota? — gritei com raiva, minha voz tremendo enquanto pressionava a mão contra a ferida. Seus olhos se abriram lentamente, fixando-se nos meus com uma intensidade que misturava dor e teimosia.— Não dava tempo, perderia o rastro da Luna. E sou um alfa, esperava mesmo que eu não fosse arrogante? — Ele sorriu fracamente, seus lábios manchados de sangue.— Alfa? — Repeti surpresa, minha voz saindo mais alta do que pretendia. Keenan havia negado sua essência por tanto tempo. — Quer dizer que aceitou sua essência?— Eu me transformei em Lycan hoje, bruxinha. Dá para acreditar? —
POV: CALLIEMinha mente foi arrastada para longe, sentia como se estivesse mergulhando em um mar de sangue onde o líquido denso adentrava meus pulmões, enchendo-os e me afogando lenta e tortuosamente, sufocando-me.— Eu estou morrendo? — ressoei em minha mente, a voz quase um sussurro de desespero.Morreria sem sentir seu cheirinho? Sem conhecer seus chorinhos e sentir o calor de seu pequeno corpinho em meus braços? Lutei tanto para sobreviver para perder o melhor da vida?Não, não, isto não era justo!Tentei nadar em meio ao mar que sentia me arrastando cada vez mais para o fundo. Eu não queria morrer, eu não podia morrer. Eu precisava lutar, sou mãe e meu filhote precisa de mim. Nada e ninguém vai me separar de Rigan. Vou amá-lo, protegê-lo e cuidar dele. Vou cantar canções de ninar, embalar seu sono, ensiná-lo a camin
POV: AARON— Yulli? Faça alguma coisa! — O rugido reverberou por todo o templo, sacudindo a estrutura até as fundações. As paredes racharam e a estátua no altar começou a fissurar. A fonte no centro rompeu, inundando o chão com água.Aproximei-me da Lobinha, com Rigan nos braços. Ele parecia reconhecer o aroma de sua mãe, acalmando-se com um choro baixo e manhoso. Coloquei-o delicadamente sobre o peito dela, acariciando seus cabelos. As batidas do coração de Callie eram quase inaudíveis, tão fracas e lentas que mal pulsavam.— Ei, minha pequena, por favor, desperte... Não faça isto comigo! — Sussurrei em seu ouvido, beijando sua bochecha fria e úmida. Afundei o nariz em seu pescoço, tentando captar aquele cheiro que tanto me acalmava, mas ele estava quase ausente. O odor da morte come&cc
POV: YULLIO corpo de Callie começou a brilhar com uma luz suave, apertando a mão do alfa levemente. O poder do feitiço estava funcionando, e eu podia ver a cor retornar ao seu rosto, suas feridas espirituais se fechando.— Funciona... — Exclamei com a voz cansada, mas cheia de alívio. — Ela está voltando para nós.O círculo mágico começou a diminuir seu brilho, o corpo de Callie foi gentilmente depositado de volta no chão. Aaron a abraçou, absorvendo seu calor retornava, sabia que sacrifício havia valido a pena, não podíamos perder a chave principal desta guerra. Olhei para o alfa, percebendo que ele havia desmaiado com os poros ensanguentado, o corpo cobrando o preço de perder um fragmento de sua alma e parte do poder supremo.— Quanto? — Questionou Dillian com os olhos ferozes, seus músculos tensos e veias saltad
POV: CALLIE— Eu não sabia... — Disse, agarrando meu peito, que parecia queimar com o peso da dor. Enlacei a outra mão sobre meu ventre. — Eu não sabia que o estava condenando quando quis ser salva.— Callie. — Sussurrou Aaron, mas não consegui identificar de qual ponto ele falava. Tudo parecia tão frio e vazio.Era assim que eu me sentia, exatamente assim: sem vida, oca por dentro e derrotada. Eu não queria mais viver, não assim, não com este preço!— Alfa, eu matei o nosso filho. — Gritei em meio às lágrimas, precisando, não, necessitando colocar para fora toda aquela dor arrebatadora. Era demais, era terrível, era insuportável. — Eu não mereço viver, eu não quero.— Lobinha, se acalme. — Senti seus braços fo