POV: KEMILLY
— Entenderam? Não podemos aceitar a loba cega amaldiçoada como nossa Luna. Precisamos tirá-la do caminho pelo bem do nosso rei e da nossa alcateia — declarei a Matriarca, meus olhos fixos nos lobos guerreiros que compartilhavam sua oposição à união planejada para aquela noite. — Posso contar com vocês?
— E se o Alfa descobrir? Seremos lobos mortos! — comentou um dos guerreiros com uma expressão preocupada.
— Ser mortos seria uma bênção — disse outro, suspirando pesadamente. — O Alfa supremo não é conhecido por ser paciente. Seríamos torturados até implorar pela morte!
— Não sejam covardes! — rosnei irritada, a fúria pulsando em minha voz. — Preferem seguir um caminho de maldição ao invés de aju
POV: KEENANDale entrou a minha frente bloqueando o caminho, era um jovem lobo promissor como guerreiro, não compreendia como havia se voltado contra o seu próprio rei.— Dale, não seja estúpido, traição é o pior ato cometido a sua alcateia. Seja lá qual for as promessas de Kemilly, acredite, não valerá apena! — Rosnei estendendo mais as garras. — Saia da minha frente e diga para onde eles foram, e buscarei te poupar por sua traição.— Não há voltas, Beta, sinto muito, mas tudo o que faço é para libertar nosso Alfa que foi enfeitiçado pelo mal. — Respondeu o jovem lobo com a voz tremula. — Se... Se quiser passar terá que passar por mim primeiro.— É uma pena, Dale, você tinha um futuro promissor pela frente. — Suspirei, lançando sobre o guerreiro tremulo que fora l
POV: AARONSegundo as antigas tradições do ritual da lua de sangue, fiquei em frente ao lago, segurando a estaca de prata com punho de borracha na mão, aguardando ansiosamente a chegada de Callie. As roupas que ela usaria, brancas com filetes em tom prata, eram uma representação elegante da luz lunar. O ambiente ao redor era silencioso, apenas o som suave da brisa sobre as folhas e a respiração contida dos presentes preenchiam o ar.O tempo passava e a demora de Callie começava a me preocupar. Imaginei que os preparativos não deveriam levar tanto tempo. Chamei um dos guerreiros, um homem robusto e atento, e pedi para ele localizar o beta pelo rádio. Àquela altura, ele já deveria estar ao pé da montanha, acompanhando a minha Luna. O guerreiro o chamou repetidamente, mas não obteve resposta. Franzi o cenho, sentindo um mal-estar crescente. Algo realmente não cheirava bem.Decidi investigar. Meus passos largos e determinados chamaram a atenção de todos os presentes. Lobos, bruxas e algun
POV: CALLIEMeu corpo chacoalhava violentamente de um lado para o outro, causando um desconforto insuportável. O forte enjoo me atingiu de repente, e acabei vomitando. Ouvi rosnados de protesto ao meu redor.— Que nojo, essa inválida vomitou em mim! — reclamou um homem estranho que parecia estar me carregando.— Não fale assim da futura rainha de Nocturnus — repreendeu outro homem, mais velho e com uma voz grave. — A deidade não vai gostar de saber que ela está grávida.— O que pretendem fazer com ela? Qual a importância desta loba cega nesta guerra? — ouvi a voz de Kemilly próxima, enquanto ela agarrava meus cabelos e erguia minha cabeça de forma brusca. — Com ela cega, não dá para saber se está apagada ou acordada!— O corpo está mole e os batimentos fracos. O sonífero que você aplicou ainda deve estar fazendo efeito — explicou o homem misterioso. — Retorne deste ponto, você não é bem-vinda ao ritual.— O quê? — rosnou Kemilly. Ouvi sons de batalha ao fundo, sentindo que ainda estav
POV: CALLIEArrastei meu corpo pelas árvores, lutando contra a dor lancinante que irradiava do meu pé quebrado. Em determinado momento, toquei algo úmido e, ao cheirar, percebi que era musgo. Instintivamente, comecei a esfregá-lo pelo corpo, na tentativa de camuflar meu cheiro. Peguei algumas folhas e flores ao meu redor, escolhendo aquelas com aromas mais fortes, e as esfreguei contra a pele, desesperada para apagar qualquer traço que pudesse ser detectado. Precisava fugir, precisava sobreviver e encontrar ajuda!Mais uma vez, o vento acariciou minha face, levantando levemente meu queixo em uma direção específica. Interpretei isso como um sinal da Deusa, e segui o aroma indicado, parando de tempos em tempos para apoiar-me nos troncos, devido à intensa dor no pé. Tateando ao meu redor, encontrei o que parecia ser um galho firme. Sentei-me no chão, rasguei um pedaço do tecido do meu vestido e, improvisando na escuridão que me envolvia, fiz uma tala para estabilizar o pé e poder caminha
POV: CALLIEAs batidas na porta se tornavam mais altas e intensas, cada impacto reverberando pelas paredes do templo. O som de madeira se partindo ecoava de maneira sinistra, acompanhado pelo cheiro nauseante de morte que invadia o ar. O medo pulsava em minhas veias enquanto me escondia atrás da estátua da Deusa, meus olhos marejados de lágrimas. Eu sabia que precisava lutar, mas por que estava tão aterrorizada? Não tinha treinado exatamente para esse momento, para proteger a mim mesma e meu filho?Lágrimas escorriam pelo meu rosto, lavando a sujeira e o sangue que marcavam minha pele. Minhas mãos tremiam enquanto as secava, tentando controlar o pânico crescente. Respirei fundo, murmurando palavras de magia para reunir forças. Então, um estrondo ensurdecedor preencheu o ambiente quando a porta finalmente cedeu, se partindo em pedaços.Sai de trás da estátua, assumindo uma p
POV: AARON— Aaron, precisamos de você. — A voz dela chegou até mim, suave, um sussurro que cortou o silêncio da floresta. Parei, fechando os olhos e aguçando os sentidos. O vínculo entre nós, ainda que não plenamente formado, era inegável, um fio tênue que me guiava. Concentrei-me, buscando o rastro de sua presença. Logo, um aroma familiar invadiu minhas narinas — o cheiro do templo.Uma rajada de vento soprou com força, empurrando-me para frente, indicando o caminho.— Eu estou indo, Lobinha, por favor, aguente firme! — Respondi com um rosnado, sentindo a musculatura das minhas patas se expandirem, bombeando mais força e sangue, impulsionando-me em uma corrida frenética.Deslizei entre as árvores, uma sombra veloz. Qualquer um dos seguidores da seita que tentava barrar meu caminho era derr
POV: AARONVi Dante olhar para trás, um sorriso sombrio se espalhando por seu rosto, enquanto mais lobos da seita se posicionavam à minha frente. Nada poderia me deter; eu estava implacável, derrubando todos que ousavam se opor ao meu caminho. Rugindo ferozmente, avancei em direção ao maldito que havia machucado minha companheira e roubado meu filhote.— Devolva o meu filhote! — Rosnei predatoriamente, minha voz carregada de ira e determinação.Dante se virou lentamente, o sorriso maligno ainda em seus lábios.— Este bebê aqui? Não, rei Lycan, já falamos sobre isto, o filhote é meu. — Sua voz era uma mistura sinistra de sarcasmo e múltiplos tons, como se várias entidades falassem através dele.Observei com nojo sua pele podre, infestada de vermes, um dos olhos opacos
POV: YULLIComecei a curar Keenan, concentrando-me na ferida envenenada em seu ombro. Sua situação era crítica; o veneno havia se espalhado rápido demais, comprometendo sua respiração e pulsação. Precisávamos urgentemente do antídoto que o Dr. Ryan e eu estávamos preparando no laboratório, mas o tempo era nosso inimigo.— Merda, você tinha que ser arrogante e vir para cá sozinho? Por que não pediu ajuda, cachorro idiota? — gritei com raiva, minha voz tremendo enquanto pressionava a mão contra a ferida. Seus olhos se abriram lentamente, fixando-se nos meus com uma intensidade que misturava dor e teimosia.— Não dava tempo, perderia o rastro da Luna. E sou um alfa, esperava mesmo que eu não fosse arrogante? — Ele sorriu fracamente, seus lábios manchados de sangue.— Alfa? — Repeti surpresa, minha voz saindo mais alta do que pretendia. Keenan havia negado sua essência por tanto tempo. — Quer dizer que aceitou sua essência?— Eu me transformei em Lycan hoje, bruxinha. Dá para acreditar? —