A xícara de chá fumegante na minha frente parecia zombar de mim. A vontade de arremessá-la contra a parede era imensa, mas o tremor incontrolável nas minhas mãos me impedia. Eu precisava daquele calor, daquela bebida quente para combater a friagem que me invadia, tanto física quanto emocionalmente. Levei a xícara aos lábios, o líquido quente escorrendo pela minha garganta, um pequeno conforto em meio à tempestade interior. Deixei a xícara no criado-mudo e me encolhi na cama, ouvindo a chuva castigar o telhado da cabana com fúria implacável. A porta se abriu e Ethan entrou, trazendo um cobertor de lã macia e quente. "Deite e descanse, Clara. Estarei no sofá, qualquer coisa me chame." Uma risada sarcástica escapou dos meus lábios. Ele me olhou, confuso. __"Falei alguma piada?" __"Não," respondi, a ironia pingando em minha voz. "Você é a piada, senhor Blackwood." A irritação em seus olhos era visível. __"Clara, não comece..." __"Vai dormir no sofá por quê? Já sei, você tem
Enquanto o calor da marca se espalha, uma onda de segurança e proteção me envolve. Eu compreendo que, com essa marca, Ethan está me oferecendo não apenas seu amor, mas também sua força. Ele está me defendendo de qualquer ameaça que possa surgir, especialmente dos lobisomens que vagam nas sombras. Com esse ato, ele me dá um lugar especial em seu mundo, um espaço protegido onde o amor e o sacrifício coexistem.A marca na minha clavícula é mais do que uma simples cicatriz; é um selo de nossa união, uma promessa de que enfrentaremos juntos qualquer desafio que a vida nos apresente. E, ao olhar nos olhos de Ethan, vejo não apenas um companheiro, mas um verdadeiro parceiro, alguém disposto a lutar por mim e por nós.A luz da manhã filtrava pelas cortinas, pintando o quarto com tons suaves de dourado. Eu fui a primeira a acordar. Ethan dormia tranquilamente ao meu lado, o peito subindo e descendo levemente com a respiração. Com um sorriso tímido, passei os dedos pelos fios negros de se
O aroma de pinho fresco ainda impregnava a cabana de madeira, um contraste com o cheiro intenso de Ethan que persistia na minha pele. A lembrança do nosso amor sob as estrelas, com o céu infinito como testemunha silenciosa, ainda me aquecia. Mas aquele calor havia dado lugar a uma inquietação crescente, uma sensação que se intensificou quando Ethan me levou até a aldeia da sua alcateia. A aldeia era pequena, mas vibrante, cheia de crianças brincando e adultos ocupados em tarefas cotidianas. A visão das crianças, com seus rostos sujos e sorrisos radiantes, brincando sem se importar com a presença do alfa, contrastava com a tensão que eu sentia crescendo dentro de mim. Os adultos, com seus movimentos lentos e deliberados, pareciam esculpidos na própria paisagem. Todos, no entanto, pararam para cumprimentar Ethan, seus olhos brilhando com uma mistura de respeito e admiração. A mãe de Ethan, uma mulher imponente com olhos penetrantes, me recebeu com um sorriso caloroso, mas percebi um br
O aroma de café recém-coado ainda pairava no ar quando voltei a minha casa , a mala jogada no canto como um troféu de batalha – ou talvez de uma trégua. A vida, como bem sabia, não se sustentava apenas de amor, e o trabalho me esperava com a impaciência de um lobo faminto. Mas antes de mergulhar de volta na rotina, Sarah me esperava com sua curiosidade voraz.___ como foi lá com ethan?___“Foi legal, Sarah. Ethan me tratou super bem…” comecei, ainda sentindo o eco da sua presença em meus ossos.___“E provavelmente lhe deu um chá daqueles…” ela provocou, um sorriso travesso nos lábios.Minhas bochechas arderam. __“Sarah, pare de dizer besteiras.”__“Pare você, amiga. Não quer que eu acredite que vocês ficaram três dias juntos e nada aconteceu?”__“Não disse isso…” respondi, evitando seu olhar penetrante.__“Então rolou, né, safadinha? E como foi?”A pergunta me pegou de surpresa. Como descrever o inexplicável?__ “Estranho… mas maravilhoso.”Sarah riu, sem malícia. __“Você transou c
Seus lábios quentes e exigentes exploravam os meus, roubando o fôlego e acendendo um fogo que eu não sabia que existia dentro de mim. Ele me dominava com uma força suave, um poder que me atraía e me submetia ao mesmo tempo. Suas mãos exploravam meu corpo com uma familiaridade que me deixava arrepiada, conhecendo cada curva, cada detalhe como se ele tivesse esculpido meu corpo com suas próprias mãos. Ele quebrou o beijo por um instante, seus olhos fixos nos meus, cheios de um amor tão intenso que me deixava sem palavras. Seu olhar penetrante me fazia sentir como se ele pudesse ver através de mim, conhecendo meus medos, minhas inseguranças, meus desejos mais profundos.Ele sussurrou em meu ouvido: __"Você é perfeita, Clara. Exatamente como eu sempre quis."Suas palavras me inundaram de um calor que se espalhava por todo o meu corpo. Eu me sentia amada, desejada, apreciada. Todas as minhas inseguranças, todos os meus medos, se dissiparam como fumaça ao vento.Ele afastou a minha
Antes que eu pudesse reagir, ele me pegou nos braços, me levantando com uma facilidade surpreendente e me colocando na bancada da cozinha. Seus dedos deslizaram pela minha pele, um toque que me fazia estremecer. Ele desatou o nó da sua toalha com um movimento lento e deliberado, o tecido caindo no chão, revelando a beleza de seu corpo __. "O que você está fazendo?", perguntei, minha voz abafada pelo desejo que me consumia. Ele me beijou, um beijo profundo e apaixonado que me roubou o fôlego. Seus lábios quentes e exigentes exploravam os meus, enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas costas, descendo lentamente até a minha cintura. Em um instante, minha camisola foi arrancada, e estávamos unidos em um abraço apaixonado, uma dança sensual que me levava a um nível de prazer que eu jamais havia experimentado. Quando tudo acabou, eu fiquei inerte, deitada na bancada da cozinha, meu corpo ainda vibrando com o eco do nosso amor. O desejo havia sido tão intenso, tão avassalador, que eu
As palavras dele reverberaram em minha mente, como um eco que se recusava a desaparecer. Eu sabia que ele estava certo, que a vida era, de fato, uma jornada cheia de possibilidades e surpresas. Mas naquele momento, a ideia de se aventurar me parecia ao mesmo tempo emocionante e aterrorizante. Como eu poderia me lançar em uma vida cheia de incertezas quando ainda estava lutando para entender meus próprios sentimentos? Enquanto ele saía, o peso da sua declaração ficou comigo. A frase ressoava em meu coração, e eu percebi que a aventura estava batendo à minha porta, me chamando para fora da minha zona de conforto. O desejo de me arriscar, de me permitir viver plenamente, começou a crescer dentro de mim. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que precisaria enfrentar minhas inseguranças e dúvidas antes de realmente me jogar nessa nova fase da minha vida. Com a cozinha agora em silêncio, eu me vi diante de uma escolha: permitir que o medo me paralisasse ou aceitar o chamado da aventura que Ethan
O medo me corroía por dentro, uma inquietação que me impedia de dormir direito desde que Ethan me contara sobre os lobisomens e a iminente lua de sangue. Quando cheguei na loja, Sarah percebeu minha tensão imediatamente. __“O que você tem, amiga?” A pergunta dela ecoou na minha cabeça, mas eu só consegui balbuciar: “Nem sei por onde começar…”Ela me ofereceu um café, um gesto simples que me confortou naquele momento. Contei tudo a ela, cada palavra de Ethan, o terror que me tomava. Sarah ouviu em silêncio, a expressão séria, e quando terminei, a única coisa que ela disse foi: ___“O que pensa fazer?” A resposta escapou dos meus lábios como um sussurro: __“Não sei…”No fim do expediente, Ethan veio me buscar. A gentileza dele, naquele momento, pareceu um bálsamo para minha alma. Em casa, preparei café para nós dois. A atmosfera estava carregada, um silêncio pesado pairando entre nós enquanto tomávamos a bebida quente.__“Você está bem?” A voz dele, suave, quebrou o silêncio.