O trabalho na loja de antiguidades da Sarah tinha sido um bálsamo. A nostalgia, antes um peso, agora era um conforto familiar, e a sensação de utilidade, um alívio. ___"Clara, pode ir para casa, seu expediente terminou já faz horas", a voz suave de Sarah me interrompeu. " __Está bem, até mais, Sarah." Saí da loja e lá estava ele. Ethan, imponente em sua Kawasaki, a luz do entardecer banhando-o em uma aura quase sobrenatural. A surpresa me deixou sem palavras por um instante. __ "Olá, Clara." __ "Ei, Ethan, o que está fazendo aqui?", perguntei, meu coração acelerando. __"Vim te ver. Não posso?", ele respondeu, o sorriso um desafio silencioso. __ "Você pode tudo...", sussurrei, e ele me puxou para um abraço me beijando em seguida. um beijo que me roubou o fôlego, a posse dele marcada pela firmeza de suas mãos em minha cintura. Subi na moto, o calor de seu corpo irradiando através do couro. A velocidade foi uma explosão de adrenalina, o vento nos cabelos, uma sensação d
Ethan começou a se afastar, a expressão dele era uma mistura de dor e determinação. __ "Pense bem no que você quer, Clara. Você não tem obrigação nenhuma de se sacrificar por nós, lobisomens. Se quiser, pode simplesmente sumir desse lugar amaldiçoado e recomeçar." A proposta dele era tentadora, mas a ideia de deixá-lo para trás me cortava o coração. __ "Você viria comigo?" perguntei, a esperança tremulando em minha voz, como uma vela lutando contra o vento. __ "Eu pertenço a este lugar e à maldição." A resposta dele foi como uma lâmina afiada, cortando qualquer esperança que eu pudesse ter alimentado. A realidade de que ele estava preso a esse destino, e que eu poderia ser arrastada junto com ele, era uma verdade devastadora. Então, sem mais palavras, ele virou as costas e saiu correndo, o som do motor da moto rugindo, poderoso e distante, ecoando a dor que eu sentia. O barulho se afastava, e eu fiquei ali, sozinha, imersa em um mar de incertezas e medos. O que eu dever
A ausência dele era um vazio que me dilacerava. Desde aquele dia na praia, Ethan não me procurara, e a dor era tão intensa que eu pensava que meu coração se partiria em mil pedaços. Tudo o que eu queria era o calor de seus braços, o conforto de sua presença. Na loja, debruçada na janela, observava o horizonte cinzento e sem vida, meu reflexo no vidro uma estranha máscara de tristeza. Sarah, percebendo minha aflição, se aproximou e me envolveu em um abraço reconfortante.__“Clara, o que foi, amiga? Você está tão abatida… passou o dia todo distraída, perdida em seus próprios pensamentos.”Contei a ela sobre o silêncio de Ethan, sobre a sua ausência inexplicável. A preocupação em sua voz era um bálsamo suave, mas não aliviava a pontada aguda da saudade.___“Ethan é muito cabeça dura, Clara,” disse Sarah, com um suspiro resignado. __“Tudo o quero é ficar com ele enquanto estiver aqui. Por que será que ele não entende isso?”__“Já pensou em dizer isso a ele?” A sugestão de Sarah era
A xícara de chá fumegante na minha frente parecia zombar de mim. A vontade de arremessá-la contra a parede era imensa, mas o tremor incontrolável nas minhas mãos me impedia. Eu precisava daquele calor, daquela bebida quente para combater a friagem que me invadia, tanto física quanto emocionalmente. Levei a xícara aos lábios, o líquido quente escorrendo pela minha garganta, um pequeno conforto em meio à tempestade interior. Deixei a xícara no criado-mudo e me encolhi na cama, ouvindo a chuva castigar o telhado da cabana com fúria implacável. A porta se abriu e Ethan entrou, trazendo um cobertor de lã macia e quente. "Deite e descanse, Clara. Estarei no sofá, qualquer coisa me chame." Uma risada sarcástica escapou dos meus lábios. Ele me olhou, confuso. __"Falei alguma piada?" __"Não," respondi, a ironia pingando em minha voz. "Você é a piada, senhor Blackwood." A irritação em seus olhos era visível. __"Clara, não comece..." __"Vai dormir no sofá por quê? Já sei, você tem
Enquanto o calor da marca se espalha, uma onda de segurança e proteção me envolve. Eu compreendo que, com essa marca, Ethan está me oferecendo não apenas seu amor, mas também sua força. Ele está me defendendo de qualquer ameaça que possa surgir, especialmente dos lobisomens que vagam nas sombras. Com esse ato, ele me dá um lugar especial em seu mundo, um espaço protegido onde o amor e o sacrifício coexistem.A marca na minha clavícula é mais do que uma simples cicatriz; é um selo de nossa união, uma promessa de que enfrentaremos juntos qualquer desafio que a vida nos apresente. E, ao olhar nos olhos de Ethan, vejo não apenas um companheiro, mas um verdadeiro parceiro, alguém disposto a lutar por mim e por nós.A luz da manhã filtrava pelas cortinas, pintando o quarto com tons suaves de dourado. Eu fui a primeira a acordar. Ethan dormia tranquilamente ao meu lado, o peito subindo e descendo levemente com a respiração. Com um sorriso tímido, passei os dedos pelos fios negros de se
O aroma de pinho fresco ainda impregnava a cabana de madeira, um contraste com o cheiro intenso de Ethan que persistia na minha pele. A lembrança do nosso amor sob as estrelas, com o céu infinito como testemunha silenciosa, ainda me aquecia. Mas aquele calor havia dado lugar a uma inquietação crescente, uma sensação que se intensificou quando Ethan me levou até a aldeia da sua alcateia. A aldeia era pequena, mas vibrante, cheia de crianças brincando e adultos ocupados em tarefas cotidianas. A visão das crianças, com seus rostos sujos e sorrisos radiantes, brincando sem se importar com a presença do alfa, contrastava com a tensão que eu sentia crescendo dentro de mim. Os adultos, com seus movimentos lentos e deliberados, pareciam esculpidos na própria paisagem. Todos, no entanto, pararam para cumprimentar Ethan, seus olhos brilhando com uma mistura de respeito e admiração. A mãe de Ethan, uma mulher imponente com olhos penetrantes, me recebeu com um sorriso caloroso, mas percebi um br
O aroma de café recém-coado ainda pairava no ar quando voltei a minha casa , a mala jogada no canto como um troféu de batalha – ou talvez de uma trégua. A vida, como bem sabia, não se sustentava apenas de amor, e o trabalho me esperava com a impaciência de um lobo faminto. Mas antes de mergulhar de volta na rotina, Sarah me esperava com sua curiosidade voraz.___ como foi lá com ethan?___“Foi legal, Sarah. Ethan me tratou super bem…” comecei, ainda sentindo o eco da sua presença em meus ossos.___“E provavelmente lhe deu um chá daqueles…” ela provocou, um sorriso travesso nos lábios.Minhas bochechas arderam. __“Sarah, pare de dizer besteiras.”__“Pare você, amiga. Não quer que eu acredite que vocês ficaram três dias juntos e nada aconteceu?”__“Não disse isso…” respondi, evitando seu olhar penetrante.__“Então rolou, né, safadinha? E como foi?”A pergunta me pegou de surpresa. Como descrever o inexplicável?__ “Estranho… mas maravilhoso.”Sarah riu, sem malícia. __“Você transou c
Seus lábios quentes e exigentes exploravam os meus, roubando o fôlego e acendendo um fogo que eu não sabia que existia dentro de mim. Ele me dominava com uma força suave, um poder que me atraía e me submetia ao mesmo tempo. Suas mãos exploravam meu corpo com uma familiaridade que me deixava arrepiada, conhecendo cada curva, cada detalhe como se ele tivesse esculpido meu corpo com suas próprias mãos. Ele quebrou o beijo por um instante, seus olhos fixos nos meus, cheios de um amor tão intenso que me deixava sem palavras. Seu olhar penetrante me fazia sentir como se ele pudesse ver através de mim, conhecendo meus medos, minhas inseguranças, meus desejos mais profundos.Ele sussurrou em meu ouvido: __"Você é perfeita, Clara. Exatamente como eu sempre quis."Suas palavras me inundaram de um calor que se espalhava por todo o meu corpo. Eu me sentia amada, desejada, apreciada. Todas as minhas inseguranças, todos os meus medos, se dissiparam como fumaça ao vento.Ele afastou a minha