─ Minha nossa, eu nunca vi Jake desse jeito – Eve diz – ele está de joelhos por você. Eu fico feliz que seja por você e não por aquela vadia louca.
Eu ri – Vadia louca parece apropriado. Mas voltando a Jake, eu estou de joelhos por ele também. Infelizmente as pessoas julgam demais o nosso relacionamento. Meus pais, no início, colocaram uma série de dificuldades, mesmo agora eles ainda preferem que eu não me case com Jake e volte pra casa. O pai dele então, nem se fala. E ainda tem toda a mídia infernizando nossas vidas.
─ Eu sei como é. Matt não chega a ter o patrimônio de Jake e nós temos a nossa cota de aborrecimentos públicos. Claro que nesse momento as coisas estão melhores. O importante é que vocês se amam. Quanto aos seus pais e ao pai dele, dê-lhes apenas tempo. Quando eles finalmente perceberem o quanto vocês são felizes juntos, tudo vai se ajeitar.
─ Tomara. Eu o amo tanto que chega a doer. Eu sinto tanto medo às vezes.
─ Medo?
─ Sim. Como se isso fosse tão grande, tão... incrível, surreal até e que pudesse acabar de repente. Eu o amo tanto e não posso imaginar quão quebrada eu ficaria se ele simplesmente acordasse amanhã e decidisse que ele não me ama.
─ Sam, ele ama você. Isso me parece tão óbvio.
─ Eu sei – eu tomo um pouco do meu champanhe – mas olha pra ele e agora olha pra mim – ela olha na direção de Jake, em seguida olha de volta pra mim. ─ Eu estou olhando e vejo um homem muito bonito e completamente apaixonado por uma mulher igualmente linda e que corresponde os seus sentimentos.
─ Ele é mais do que isso. Ele é o cara perfeito. Doce, gentil, romântico, lindo e eu sou tão normal.
Ela toma um pouco do seu próprio champanhe e dá um longo suspiro. Em seguida me olha pacientemente – Sam, se você continuar dizendo essas coisas, eu vou achar que você tem sérios problemas de autoestima. Não importa quanto dinheiro ele tenha ou quanto poder. Não importa o que ele poderia ter se quisesse. No final ele é apenas um homem que quer ser feliz e isso não tem nada a ver com essas outras coisas. Você tem aquilo que ele quer, você é o que ele quer e dá a ele o que ele precisa.
─ Você está certa. – Eu ergo o queixo para ver se eu internalizo essa postura – Eu acho que, por mais que eu tente dizer o contrário, a presença de July aqui traz à tona todas as minhas inseguranças. Obrigada por suas palavras, mas agora vamos falar de coisas mais agradáveis? – Nós voltamos a falar sobre o meu casamento e quase não percebemos que estava na hora do jantar. Jake veio me chamar e nós fomos para a nossa mesa. É uma pena, mas Eve e Matt estavam em outra mesa e nós ficamos com três casais simpáticos.
Não importa o quanto esse assunto seja desagradável, mas todos querem saber algo a respeito do que aconteceu na GE e consequentemente acabam por perguntar como eu estou me sentindo. Eu tive o cuidado de ser gentil e responder o mínimo. Eu não queria relembrar o que aconteceu, mas eu também não queria ser chata. Jake se esforçou para manter a conversa no terreno da economia durante todo o jantar, enquanto eu me mantive calada a maior parte do tempo.
Após o jantar, Jake segurou a minha mão por baixo da mesa – Tudo bem, querida? Eu sorri pra ele
─ Tudo ótimo.
─ Você está tão calada. Por favor, me diga que a presença de July aqui não tem nada a ver com isso – ele sussurrou.
─ Não vamos falar dela. Eu estou bem.
Ele assente ─ Se você diz... Eu vou ter que fazer um discurso daqui a pouco. Você vai ficar bem aqui? Você pode ir comigo e ficar ao meu lado.
─ Eu vou ficar bem.
─ Eu não vou demorar. – Alguns minutos mais tarde, ele é chamado a discursar por ser um benfeitor de um projeto assistencial para crianças filhas de dependentes químicos. Antes de levantar-se, ele me dá um beijo na testa e segue para o centro do salão, onde o mestre de cerimônia aguarda. ─ Senhoras e Senhores, boa noite a todos. – Sua voz é imponente e todo o salão silencia – Eu gostaria de agradecer a presença de todos aqui esta noite. Como vocês sabem, as drogas têm entrado nas casas de milhares de pessoas diariamente e, por onde passam, vêm deixando um rastro de sofrimento e dor. Este projeto tem feito diferença na vida de milhares de crianças. Graças a ele, elas têm tido uma nova oportunidade de ter uma vida digna e condições de reescrever as suas histórias. O que mais me atraiu quando fui procurado pelos organizadores desse projeto foi a luta incansável para ajudar os filhos, mas também os pais dependentes químicos, estendendo-lhes a mão para que consigam sair do fundo do poço no qual se encontram hoje. E o apoio que é oferecido à família de um modo geral. A família é a base da sociedade e esse projeto vem tentando reconstruir famílias dilaceradas pelas drogas e consequentemente contribuir para uma sociedade melhor. Por essa razão, esse projeto tem meu apoio incondicional e eu aprecio que vocês, presentes aqui hoje, estejam engajados nessa luta. Uma onda de aplausos toma conta do salão e Jake entrega o microfone para o mestre de cerimônias. Em seguida uma banda começa a tocar. Ele voltou para a mesa, mas não se sentou – dance comigo – ele pede.
─ Não há ninguém no salão ainda – eu sussurro pra ele.
─ Seremos os primeiros então – ele diz com um sorriso radiante e eu seguro a sua mão e me levanto. Ele me guia até o centro da pista de dança e me puxa contra o seu corpo. Sua mão está na base da minha coluna enquanto a outra segura a minha mão – você está com uma cor linda.
─ Eu?
─ Sim. Eu adoro esse rubor que toma o seu rosto quando você está tímida.
─ É por isso que você me faz esses convites inesperados?
Ele me afasta do seu corpo e me puxa de volta me deixando ainda mais colada ao seu corpo – um homem não pode tirar a sua bela noiva para dançar.
─ Todos estão olhando, sabia.
─ Eu não me importo. Eu já disse que eu quero gritar para o mundo inteiro que você é minha.
─ Você é louco.
─ Louco por você, baby.
Pouco a pouco a pista de dança lotou e eu confesso que estou mais aliviada em não estar no centro do salão sendo observada diretamente por todos. Essa pluralidade de casais na pista me permite uma relativa privacidade. Na verdade, não, mas eu gosto de pensar que sim. Depois de três músicas ele me guiou até o bar para tomarmos uma bebida.
─ Jake – July chamou atrás de Jake e ele enrijece ao ouvi-la. Ele me olha e eu vejo sua mandíbula se contrair. Lentamente ele gira e encara July. ─ July, o que você quer? – Sua voz é gelo puro.
─ Apenas dar um oi. Pensei que fôssemos amigos.
─ Não. Nós não somos mais amigos. O que você fez é imperdoável e eu apreciaria se você mantivesse distância de mim e da minha noiva – ele salienta bem a última palavra e coloca o braço em vota da minha cintura protetoramente.
Mas July ignora a minha presença, não me dispensando sequer um olhar. ─ Jake, eu sinto muito. Eu não sei onde eu estava com a cabeça. Você sabe o quanto a sua amizade é importante pra mim. Nós somos amigos desde sempre. Eu não acredito que você está me jogando pra fora da sua vida assim, depois de tudo... – A sua voz é macia e sua expressão é tão pesarosa que se eu não a conhecesse o suficiente estaria com pena dela. Eu só espero que Jake não esteja caindo nessa conversa.
─ Você pediu por isso, July. Está na hora de você crescer e aprender que nossas ações têm consequências.
─ Eu sei, você está certo. Mas, eu preciso falar com você. É sobre a empresa. Eu estou atordoada. Com o afastamento de papai eu estou perdida e eu preciso de ajuda – eu olhei pra Jake e vi seu impasse. Mas eu sei que ela o está manipulando. Meu coração se aperta ao ver que ele tem alguma espécie de sentimento por ela. Não importa se é pena, amizade, compaixão, mas eu estou muito enciumada que ele sinta algo – Eu estou passando por dificuldades...
─ Você deveria ter se preocupado em cuidar da sua empresa ao invés de tentar me afastar de Samanta com aquele golpe ridículo de gravidez.
─ Você vai me deixar só? Você prometeu...
─ Isso foi antes... você não fez por merecer. Agora, se nos der licença...
─ Jake, por favor – eu vi uma lágrima deslizar pelo canto dos seus olhos – eu estou implorando por sua ajuda. Não deixe que todo o trabalho do meu pai vá pelo ralo. Não me obrigue a entregar tudo nas mãos daqueles acionistas. Antes que ele diga qualquer coisa eu sei que ela ganhou o que ela queria. Meu coração se aperta e eu sinto o meu rosto queimar. Minha visão fica turva com algumas lágrimas contidas e eu faço um esforço hercúleo de não chorar na presença dessa peste
─ O máximo que eu posso fazer é mandar alguém ajudá-la. Mas, se você aprontar qualquer coisa eu retiro a ajuda. Além disso, quero deixar claro que eu estou fazendo isso pelo seu pai e não por você.
─ Obrigada, Jake. Eu realmente aprecio isso. Obrigada por não me abandonar. Ele coloca a mão na base da minha coluna e me guia para longe de July.
Tudo bem, eu vou confessar: Eu quero jogar esse champanhe todo na cara dele, mas eu não vou dar esse gostinho a ela, mas nem que a vaca tussa. ─ Você já acabou aqui? – eu pergunto a Jake assim que estamos longe dela.
─ Sim.
─ Eu gostaria de ir.
─ Baby, eu... – Eu arqueio a sobrancelha
─ Eu não quero ouvir uma palavra sobre isso. Eu só quero ir embora. Se você quiser ficar...
─ Tudo bem. Vamos embora –
Ele envia uma mensagem de texto, que eu suponho seja para o motorista, em seguida pega a taça da minha mão, coloca junto com a sua, sobre uma mesa e me leva pra fora.Eu suspiro quando me deparo com uma grande quantidade de repórteres ainda na saída. ─ Senhor Grenn, é verdade que a Senhorita Miller está grávida? É por isso que ficaram noivos em tão pouco tempo? – Essa pergunta agitou todos em volta, de modo que, mesmo aqueles que possivelmente tinham intenção de perguntar outra coisa, desistiram no ato e começaram a criar uma série de outras perguntas nesse mesmo sentido. Antes de Jake fechar a porta eu ainda escuto algo do tipo “você está dando o golpe do baú”. Uma grande mudança desde que chegamos aqui. Claro que as perguntas que foram feitas assim que chegamos foram bastante invasivas, mas a mudança nas perguntas é gritante. Eu me pergunto se July tem algo a ver com isso e eu só encontro uma resposta. Porém, a verdade é que ela pode até ter provocado isso, mas não é nenhuma novidad
─ Por que você estava rindo? – Eu consegui finalmente perguntar. Ele esticou a mão e enxugou as lágrimas do meu rosto─ Porque você me contagiou com o seu riso descontrolado. É impossível vê-la rindo e não rir também. Do mesmo modo que eu não posso vê-la sofrer sem sofrer junto. E você? Por que estava rindo?─ Eu estava rindo da sua capacidade de falar mal de si mesmo. Você não precisa de ninguém pra fazê-lo. – Ele me puxa para si e encosta sua testa na minha – eu preciso que você acredite em cada palavra que eu disse.─ Eu acredito. – Seus lábios cobrem os meus em um beijo urgente, desesperado. Jake força sua língua na minha boca e eu a chupo arrancando dele gemidos. Ele me empurra para baixo no imenso sofá e rasteja sobre mim. Através do tecido fino do vestido de festa eu sinto sua ereção sendo pressionada contra a minha virilha. Eu me vejo inconscientemente abrindo as pernas para facilitar o seu acesso e erguendo meus quadris de encontro ao seu membro duro para senti-lo pressionar
Ele, repentinamente, me empurra contra o sofá e volta a ficar em cima de mim. Seus lábios estão mais uma vez me degustando e nosso beijo se prolonga me deixando quase sem fôlego. Seu membro volta a me pressionar contra o sofá. Nós continuamos de onde paramos e Jake puxa meu vestido pra cima, acumulando o tecido fino em volta da minha cintura. Ele se afasta um pouco para me observar e puxa o ar entre os dentes quando seus dedos me tocam através da renda da minha calcinha.─ Como você está molhada. – Ele desliza a calcinha pelas minhas pernas. Em seguida, enterra seu rosto no vértice entre as minhas coxas. Quando sua língua desliza pela minha fenda eu solto um gemido lascivo e abro um pouco mais as pernas para dar-lhe acesso. Jake abocanha meu clitóris, chupando veementemente enquanto sua mão desliza pelo meu corpo até alcançar a alça do meu vestido de festa. Ele escorregou uma alça e depois outra e puxou a parte superior do vestido para baixo, deixando meus seios à mostra. Ele continua
Sábado, 14 de setembro de 2013Eu acordo cedo, embora tenha motivos de sobra para estar cansada, tendo em vista as atividades do dia anterior. Primeiro a festa, algumas taças de champanhe e depois o melhor da noite que foi fazer amor com Jake. Mas, apesar de tudo eu estou desperta. Normalmente, quando eu acordo muito cedo, eu consigo voltar a dormir, porém isso não acontece hoje. Eu assisto Jake dormir por um tempo, ele parece estar bastante cansado e não dá sinais de quem vai acordar logo. Então eu, cuidadosamente, saio da cama e vou até o closet. Como eu dormi apenas de calcinha e camiseta eu escolho um short, apenas no caso de dar de cara com um dos seguranças. Depois eu desço até a cozinha para preparar o nosso café da manhã.Eu decido fazer uma salada de fruta, assim podemos comer no café da manhã e depois do almoço. Eu separo algumas frutas e as corto em pequenos pedaços, me livrando de algumas sementes. Por fim eu coloco todas em uma tigela, misturo com cuidado e deixo na gelad
─ Oi – eu cumprimento Jake da porta do seu escritório. Eu acabei de acordar e vi que já passa do meio-dia. Ele sorri assim que me vê e gesticula para que eu me aproxime. Eu caminho em torno da sua mesa e encosto-me a ela, ao lado da sua cadeira. Jake me puxa para que eu me sente no seu colo – Olá, baby. ─ Eu sinto muito por ter dormido tanto. Eu sequer preparei o nosso almoço. ─ Não se preocupe. Eu pedi algo do restaurante do hotel. ─ Você pensa em tudo. ─ Eu pensei que poderíamos almoçar e depois discutir algumas coisas do nosso casamento. ─ Como a data? – eu provoco. ─ Sim, Senhorita Miller. Principalmente a data. ─ Eu queria ter mais tempo para planejar tudo, Jake, mas eu também não queria me casar no inverno. Eu nunca passei um inverno em Nova York, mas sou bem-informada o suficiente para saber que é muito, muito frio. Além do mais os meus convidados vão congelar aqui – eu digo sorrindo – Por isso eu achei que dever
– Bem, como você está com pressa, eu suponho que outubro seja um bom mês, pois ainda não estaremos congelados por aqui – ele ri e eu acrescento – por falar nisso eu não deveria me casar com você antes de experimentar o inverno daqui – a cara de pânico de Jake deixa claro que foi uma péssima piada – foi uma piada, Jake. Ele imediatamente desfaz sua cara de pânico e continua o planejamento como se eu não tivesse dito nada ─ Pra mim é perfeito, isso significa que temos cerca de um mês. Mas e o dia? ─ Eu gostaria que fosse num sábado e, espere um instante – eu pego o meu iphone e acesso o calendário. Meu rosto se parte em dois – dia 12 de outubro parece uma data perfeita, pena que isso nos daria pouco menos de um mês. ─ Não teria problema. Nós conseguimos. Mas, por que 12 de outubro seria perfeito? ─ É o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, e do descobrimento da América – eu dou de ombros – Não tem muito a ver, mas, no Brasil também é
Nós continuamos o nosso planejamento e pouco a pouco o mal-estar foi se dissipando entre nós. Eu telefonei pra Carol e tivemos um longo papo sobre o meu casamento e sobre a empresa. Ela começou efetivamente a trabalhar lá na última semana. Nos primeiros dois dias, como eu não podia ir até a GE, ela veio aqui quase todos os dias na parte da manhã e, à tarde, ela ia pra GE. Lá ela utilizou uma sala improvisada enquanto a reforma da minha antiga sala não era concluída. Mas na quinta-feira ela já se instalou na sala nova. Eu estava enfatizando pra ela o quanto é importante que ela consiga estar a par de tudo até o meu casamento. Para que eu possa ir tranquila para a minha lua de mel. Afinal tanto eu como Jake estaremos fora da empresa e em um período tão delicado, onde perdemos uma série de funcionários. Ela está empolgadíssima com o emprego novo e eu estou feliz de tê-la por perto. Eu também chamei Eve e passamos um longo tempo ao telefone discutindo algumas ideias. Ela me passou o tel
Segunda-feira, 16 de setembro de 2013─ Bom dia, família! – Kate saúda ao entrar na cozinha.─ Bom dia – Eu e Jake respondemos em uníssono─ Eu não achei que hoje você estaria de pé tão cedo hoje. – Eu digo enquanto encho uma xícara de café para ela─ Eu também pensei. Mas eu tenho um despertador humano chamado Ethan que não me deixa perder a hora. Mas, sobre ontem, foi incrível. Eu realmente me diverti bastante. – Nós tivemos um dia agitado ontem: almoçamos no hotel com Ethan e Kate e em seguida nos encontramos com a cerimonialista que vai cuidar do nosso casamento. Eu gostei muito dela e logo de cara ela captou aquilo que eu quero para o nosso grande dia. E o que é melhor, ela está se empenhando em acomodar os meus gostos com o tradicional americano. Kate parecia uma criança, empolgada com tudo e radiante com o fato dela ser uma das madrinhas, como se ela não ser fosse uma opção. Eu fiquei impressionada com a quantidade de detalhes que é necessário pensar para um casamento, mas fiqu