DIA DE BALADA

RUBY CAMPBELL

Depois de resolver tudo o que precisava no departamento, voltei para casa e procrastinei o tanto que pude. Mas, às sete horas da noite, decidi tomar um banho e começar a me arrumar.

Enquanto termino o banho, cantarolo uma música que não paro de ouvir.

***I just need your eyes on me so I can see you watching me move it, move it, move it.***

Alguns minutos depois, vou até o closet, escolho o look, arrumo o cabelo, faço a maquiagem e confiro se está tudo ok.

Tentando não me atrasar, já que as meninas sempre dizem que demoro demais.

**Escolha de look:** Perfeito!

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Estaciono o carro um pouco mais longe do que gostaria, pois o fluxo nessa rua é intenso, mesmo a essa hora da noite. E com a balada cheia, piorou achar um estacionamento livre.

Assim que me aproximo, encontro Amber e Debbie já me esperando.

— Olha só quem não atrasou hoje! Um milagre!

Eu rio.

— Amiga, que linda você está!

— Vocês também estão lindas.

Amber passa a mão no cabelo curto e sorri.

— Não me arrumei à toa, quero sair com alguém que valha a pena hoje!

— Aposto que entre tanta gente por aqui, alguém vai servir. — Debbie comenta, e eu concordo.

— Certeza. Por falar nisso, hoje a balada está lotada pelo visto! Foi um sacrifício achar estacionamento.

— Já disse pra você que não vale a pena vir de carro. Melhor chamar um táxi. Fora que assim, podemos beber à vontade.

— Então vamos!

Passamos pela entrada da balada e seguimos para o interior da **Lure Hollywood**, uma das melhores casas noturnas de Los Angeles. O lugar, apesar de ser super caro — tanto a entrada quanto as bebidas —, é sempre bem frequentado.

Ao chegarmos próximos ao bar, o segurança e amigo da Debbie sorri ao vê-la.

— Olha só quem apareceu hoje!

Ele dá uma bela olhada dos pés à cabeça, e Debbie dá um beijo no rosto dele.

— Você está linda.

— Obrigada, Jéx.

Minha amiga conversa com um homem do Egito há alguns meses. Ela está verdadeiramente apaixonada por ele, por isso, não percebe o quanto Jéx é apaixonado por ela. Eu e Amber temos um pé atrás com esse tal de **Mustafa Yassin**, de quem ela tanto fala.

Claro que procurei tudo sobre ele no departamento, com os recursos que tenho à disposição. E, mesmo não achando nada sobre ele, ainda não fico confortável.

O homem se diz tão rico, mas nunca se disponibilizou a vir até Los Angeles para vê-la. Sempre dá desculpas de que está ocupado demais com algum negócio. Claro que ela já o viu por ligação, o que já é um alívio, mas a aparência não diz muito sobre alguém. Aprendi isso no serviço.

— Se precisar de algo, estarei na portaria.

Jéx dá uma piscadela para ela e um sorriso gentil para mim e Amber.

— Ele é tão gentil.

— Jéx é, né? Eu o adoro.

Eu e Amber nos olhamos, mas decidimos não comentar nada.

Depois de um tempo conversando e bebendo um dos melhores drinks da **Lure**, decidimos nos divertir um pouco na pista de dança.

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DMITRY IVANOV

*Toc. Toc. Toc.*

Enquanto levo o copo de uísque aos lábios e provo um pouco do líquido, o idiota que tentou bancar o espertalhão dentro de um dos meus estabelecimentos assiste o movimento do meu dedo no apoio de braço da cadeira.

Olhos arregalados, lábios levemente franzidos e trêmulos. Essa é a expressão que todos usam quando estão em uma situação ruim. Assim como essa. Ele sabe o que fez. E sabe qual será o seu fim.

— Então quer dizer que você achou que poderia simplesmente entrar aqui pela quarta vez e drogar mulheres para estuprá-las e roubá-las?

Volto a atenção para o rosto vermelho e nervoso dele.

— E-eu... não era bem isso...

Apenas um olhar para um dos meus homens que está ao lado do idiota é o suficiente para saber o que quero que eles façam.

O som seco do soco ecoa pelo ambiente, fazendo a cabeça do homem estalar para trás com a força do golpe.

Mentiras. Mais mentiras.

Eu bebo mais um pouco da bebida.

— Acho que não entendeu o quão ruim é sua situação. Melhor começar a falar a verdade.

O homem suspira e abaixa a cabeça. Mas, percebendo que não tem escolha, querendo de alguma forma sair ileso ou o mais ileso possível, ele diz:

— Eu fiz apenas algumas vezes. Só queria dinheiro fácil e...

Ele volta a olhar para mim, medo e apreensão tomando conta de sua expressão.

— E?

Pergunto, encostado em minha cadeira, ao lado do meu sócio, que assiste tudo em silêncio.

Dado veio até mim para contar que havia um idiota perturbando mulheres todas as noites, até que conseguia drogá-las e depois estuprá-las. Foram três mulheres. As outras que ele tentou foram mais rápidas e perceberam o que ele queria fazer, então foram até um dos seguranças para denunciá-lo.

Logo conseguimos identificar o desgraçado, e então, decidi dar a ele o mesmo tratamento que ele deu às vítimas.

— Eu não queria... estuprá-las, mas foi mais forte. Quando eu vi...

Ele desvia os olhos.

Nem coragem para admitir o que fez o desgraçado tem. Um merda.

— Me desculpe. Eu prometo que ficarei longe e nunca mais farei nada disso. Juro!

Meu olho contrai, mas eu sorrio. Um sorriso cruel.

— Claro.

O homem volta a atenção para mim, agora com um certo alívio.

— Sério? Vai me deixar ir?

Eu balanço a cabeça, assentindo.

— Mas primeiro...

Olho para o homem ao meu lado e digo:

— O que vocês acham de dar a ele o mesmo tratamento e cuidado que teve com suas vítimas? Tem alguns brinquedos lá embaixo que podem o divertir por um tempo.

— O quê? Do que está falando?

— Sabe, você seria drogado e depois usado como lixo, assim como fez com aquelas garotas, mas pensando melhor, deixarei você bem lúcido.

— Quero que você sinta e lembre de cada coisa que entrar nesse seu buraco imundo.

O homem empalidece, e acho que ele vai acabar vomitando.

Tenho certeza de que as vítimas dele foram mais corajosas do que ele.

— Você não pode fazer isso.

— Não?

Sorrio.

— Por favor... por favor, cara. Eu não queria te prejudicar. Eu... por favor, juro que vou sumir!

— Levem-no para baixo.

Ordeno aos meus homens, que prontamente agarram o braço do idiota, que tenta a todo custo se soltar.

— Vamos ver se você conseguirá conviver com as lembranças da tortura e do fato de ter sido abusado.

Bebo o resto da bebida e bato o copo na mesa, com um sorriso satisfeito no rosto.

Só escuto a porta ser fechada e os gritos abafados do homem que terá uma bela noite dentro do porão da boate.

Nunca um cômodo foi tão propício para o momento como esse.

Inclusive, essa é uma ideia que preciso guardar e executar: ter um porão em cada estabelecimento meu.

Nunca se sabe quando precisarei dar uma lição em algum maldito idiota que pensa que pode atrapalhar meus negócios.

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