Acordei mais disposta, mas infelizmente recorri àquela mesma besteira que ninguém precisa saber, de dormir no lado que ele dorme e usar mais uma de suas camisas.Isso já está se tornando ridículo, eu estou ultrapassando o fim da picada, fecho os olhos e só falto ver Brenda, minha melhor amiga carioca, falando comigo: “Tônia, pare que tá ficando feio, deixa de ser mulherzinha, caralho! assim você envergonha a raça suprema das escrotas”.De repente fiquei sensível, saudosa de Brenda, sinto falta dos meus amigos no Brasil. Chega, eu hoje estou muito sensível, o que esse homem tá fazendo comigo?Vou acompanhar Ranya ao dentista e compraremos algumas peças de roupas novas para ela.Ranya indicou-me uma senhora cubana para ser a nova cozinheira, ela se chama Mercedes,uma senhora gordinha bem falante, o oposto de Ranya, gostei de sua comida e gostei ainda mais das salsas que ela escuta na cozinha enquanto faz o almoço, já dancei muito na sala, pra surpresa dos seguranças que me observam com
Há cinco dias que Hafiq está longe de casa.Foram cinco longos dias, e hoje meu coração está em festa porque ele está voltando.Já me certifiquei de que Mercedes fizesse o risoto de cordeiro que ele tanto gosta, troquei as flores dos vasos e a ansiedade dos minutos que demoram a passar, aumenta cada vez mais, até Kaled ficou agitado, só agora que consegui coloca-lo pra dormir.Decido matar o tempo fuçando no computador quais são as informações de Hafiq no Google.Já estou ficando pra lá de entediada em não ver nada de novo na internet, quando uma foto imensa de Hafiq surge na tela, datada de dois dias atrás em um campeonato de Polo em Doha, no Qatar.E pra completar a minha indignação, ao lado de uma mulher linda que a legenda do jornal Washington Post diz ser sua ex-noiva, uma tal de Jamilah Farid.Cravo os olhos na foto e tento encontrar desesperadamente algum erro de digitação, algum equívoco e percebo que o único equívoco que existe é eu estar envolvida até o pescoço com esse filh
ANTÔNIA— Não subestime a minha inteligência. Eu vou facilitar as coisas para você, já que você não tem nada para me dizer além do clichê “eu posso explicar”, eu vou dormir aqui hoje e é só o tempo de terminar de arrumar as coisas de Kaled, amanhã eu volto para o Brasil, como você mesmo diz, simples assim.Hafiq anda de um lado para o outro, passando as mãos pelo cabelo.— Eu posso te explicar, você promete me ouvir?— Você pode explicar é o cacete, você é um mentiroso, é isso que você é.Ele me puxa pelos ombros, levantando-me da cama e tenta me beijar, eu viro o rosto pra me desvencilhar e sem que eu possa me conter mais, dou um tapa no rosto dele que faz doer a minha mão.Ele vira o rosto vermelho, os olhos cheios de raiva, me agarra pela cintura e me segura pela nuca para que eu possa encará-lo.— Pode me bater, pode desabafar a sua raiva, você pode fazer o diabo, mas você não vai embora, não vai me deixar, v
ANTÔNIAEstou com uma enxaqueca do caramba, parece que um trator passou por cima de mim. Hafiq não está mais na cama, pelo visto já despertou.Levanto sonolenta, a minha mala não está mais do lado da cama, ele deve ter mandado alguém guardar.Preciso enfrenta-lo logo cedo, sei que depois de ontem ele deve estar fragilizado. Tomo um banho revigorante, bater de frente com esse paredão de homem não vai ser fácil.Visto um vestido verde de chiffon com um decote no busto discreto e sensual, scarpins altos bege.Preparo-me para sair quando Ranya bate na porta, abro a porta me certificando de que ela está sozinha, não quero estar com Hafiq agora no quarto.Ele tem um dom absurdo de preencher todos os espaços, com a sua presença intensa, a maneira hábil que ele tem de me levar até a borda; é tanta boca, tanta mão, tanta língua, eu me perco nessas distrações.Por mais que eu tente sustentar uma briga, eu acabo sempre perden
As mãos de Hafiq avançam mais um pouco, apertando as minhas coxas, ele abre os botões de meu vestido, afastando o bojo do meu sutiã e mergulha a boca em meus mamilos, lambendo, sugando um e depois o outro.A barba por fazer roça entre meus seios, minha pele se arrepia toda. Cinco dias sem essa boca e eu estava no inferno sem saber.Estou com pressa, faminta, sedenta de seu gosto em meus lábios, de sua boca entre minhas coxas, de receber o pau que é só meu, dentro de mim.Ele é meu, todo meu, o marido, o amante, o macho, neurótico ou gentil, certo ou errado ele é só meu e de mais ninguém.A “vaca árabe” que vá pastar em outro lugar. Essa vadia que se foda!Abro a calça de Hafiq com os dedos trêmulos, ele abaixa a cueca em um único movimento e morde meus lábios.- Me dá gostosa, eu quero você.Gosto de ter nas mãos o seu desejo, tenho ele na palma de minha mão, meus dedos se fecham em torno da base grossa do seu membro grande, movimento-o para frente e para trás e aliso a glande úmida.
Ele me olha com aquele jeito sem vergonha que eu adoro.Estico a sua camisa social e coloco-a por dentro da calça, fecho o cinto, abotoo o colete e ajeito o nó da gravata, ele tem um sorrisinho na boca daquele tipo que é gostoso e sabe bem muito disso.É bom despi-lo, mas vesti-lo também é delicioso.Ajeito o paletó e aproveito para apertar seu bumbum durinho, trago o seu quadril de encontro ao meu, roçando nele até senti-lo duro novamente.- Uau, Sra. Hassan, que roçada foi essa?- Só pra você lembrar quem manda.Ele levanta uma sobrancelha achando engraçado eu roubar uma de suas falas preferidas.- E quem é que manda Sra. Hassan?- Eu. É claro.Hafiq me agarra pela cintura e me dá um beijo molhado, eu enfio os dedos por seus cabelos desalinhados após nossa foda louca.- Pior que é verdade, vamos logo, você já nos atrasou demais se esfregando em mim feito uma gata no cio. Você não tem vergonha de levar um homem virtuoso para a perdição e trepar feito uma louca no elevador de sua casa
ANTÔNIAChegamos a um local que parecia ser um restaurante.Na entrada Hafiq se apresentou e o segurança nos conduziu ao interior, era uma casa de jazz, charmosíssima, a decoração elegante remontava os áureos tempos da década de 50.Um lustre de cristal pendia do teto formando um caleidoscópio que reluzia nas paredes lindamente revestidas com um papel aveludado.Mesas pequenas eram adornadas com toalhas brancas delicadas, a iluminação suave das velas trazia mais acolhimento à atmosfera do local.Alguns instrumentos antigos estavam expostos, fotos de ícones do jazz e do blues, ingressos de apresentações antológicas de Miles Davis, Chet Baker, além de vinis raríssimos, completavam o tom sedutor do pub.Nós seguimos até uma área reservada, nos acomodando em um sofá vermelho de couro e madeira.À nossa frente havia uma mesa posta com velas e um pequeno arranjo de flores, tudo simples e intimista.Percebi que o garçom ante
Achei muito bonito, um Range Rover SVU branco, seguimos conversando bobagens durante a viagem.Youssef me levará primeiro até a escola de Kaled e depois seguirá com Hafiq para o escritório.- Gostou do carro novo?- Achei lindo, apesar de normalmente te ver com sedan ou esportivos, esse carro parece grande pra você.- Realmente não faz meu estilo, mas espero que você tenha gostado do presente. Eu quase engasgo, por que ele me deu um carro?- É meu?- Sim, comprei quando voltei de viagem, chegou ontem da concessionária após algumas adequações, você gostou?Eu olho pra trás e vejo no banco de traseiro, duas cadeirinhas de bebê. Que estranho! Resolvo não perguntar o motivo.Não sei o que falar, o gato comeu minha língua, eu mal sei dirigir e ganho um carro imenso desses.- Amei, não precisava, ainda mais sendo tão grande.De repente ele ficou sério, vejo o seu cenho franzir rapidamente.- Quis te dar um modelo espaçoso porque é mais seguro para você e as crianças. Hafiq fala cada coisa s