Luna Collins Relembrei a sensação de enjoo que me pegou de surpresa quando ele me beijou no elevador, e um pensamento repentino tomou conta de mim: talvez esse fosse o primeiro sinal de uma nova vida. Talvez nosso amor estivesse prestes a dar um passo que eu nunca tinha imaginado. Mas então, de novo, o medo também se misturava à alegria. Tantas mudanças… Será que eu seria uma boa mãe? E o que isso significaria para o futuro que eu e Kerem vínhamos construindo com tanto cuidado? Finalmente, o alarme no celular tocou, indicando que os resultados dos testes estavam prontos. Fechei os olhos por um momento, respirando fundo para reunir coragem. Então, abri-os e peguei o primeiro teste. As palavras apareceram como um sussurro, mas suas implicações eram gigantescas. "Positivo." Meu coração deu um salto e quase deixei o teste cair. Olhei para os outros dois que tinha feito, um por um, e todos confirmavam o mesmo: eu estava grávida. Uma enxurrada de emoções passou por mim: surpresa, aleg
Kerem Kaya Senti meu estômago dar um nó quando Luna fez aquela pergunta. “Já imaginou nós dois com um bebê?” Ela estava sorrindo, mas algo no brilho de seus olhos deixava claro que a pergunta era mais séria do que parecia. Uma onda de ansiedade me envolveu; palavras começaram a se acumular na minha garganta, mas só uma resposta verdadeira poderia sair. — Luna, eu… não imagino isso agora — murmurei, tentando manter o tom leve. — Não quero ser pai agora, ainda não. Ainda estou lidando com tanta coisa… não sinto que seja o momento certo. Vi um leve estremecer em sua expressão, mas antes que ela pudesse responder, me levantei. Senti uma pressão crescente no peito, como se estivesse sufocando. A ideia de ser pai, de novo, de uma forma ou de outra, trazia de volta todas as memórias que eu queria deixar no passado. Fui direto para o banheiro, lavei o rosto, tentando clarear a mente. Enquanto a água escorria pelo meu rosto, uma avalanche de lembranças tomou conta de mim. Eu já tinha vivid
Luna Collins A dor no meu peito era quase insuportável enquanto eu abria a porta do apartamento e olhava para Kerem. Ele tentou falar, sua expressão alternava entre surpresa e arrependimento, mas eu não deixaria que ele me fizesse fraquejar. A decisão estava tomada. — Vá embora, Kerem. — Minha voz saiu firme, embora eu pudesse sentir a dor rasgando por dentro. — E leve sua sopa com você. Não quero mais nada que venha de você. Ele me olhou como se não pudesse acreditar, mas ao perceber que eu não recuaria, abaixou os ombros e saiu, sem uma última palavra. Fechei a porta assim que ele passou pelo corredor. Deixei meu corpo cair contra a porta, e, finalmente, as lágrimas começaram a escorrer sem controle. Por um longo tempo, chorei sozinha, sentindo o peso da rejeição e da dor que Kerem havia deixado para trás. Tantas esperanças e planos desmoronaram em questão de segundos, e agora, a solidão parecia esmagadora. O toque da campainha me fez pular, e uma raiva súbita subiu à superfíc
Lion Collins Eu me levantei da cama da minha irmã com cuidado, tentando não fazer barulho. Ela finalmente havia adormecido depois de uma longa conversa, entre lágrimas e confissões, e me doía profundamente vê-la daquele jeito. Senti um nó na garganta enquanto a observava. Luna, minha irmã forte e independente, estava tão fragilizada. Antes de sair, apertei sua mão levemente, como uma promessa silenciosa de que eu estaria ali, não importa o que acontecesse.Fechei a porta devagar, deixando o quarto em silêncio. Caminhei até o quarto de hóspedes, onde Nazli já estava, vestida com um pijama simples que a deixava ainda mais encantadora. Ela levantou o olhar assim que entrei, e sorriu suavemente, como se soubesse o quanto eu precisava daquela presença acolhedora. Sem dizer nada, me aproximei e me deitei ao seu lado, sentindo o alívio de tê-la ali, a pessoa que se tornara minha paz.Ela se virou para mim, apoiando a cabeça na mão enquanto me observava com aqueles olhos calorosos e atentos.
Kerem KayaEu saí de casa logo ao amanhecer, o ar fresco da manhã me acertando o rosto, mas era incapaz de me tirar do desconforto. Dirigi sem rumo por mais de uma hora, cada quilômetro uma tentativa inútil de escapar do peso que pressionava meu peito. Quando finalmente estacionei em frente ao hospital, a dor apenas se intensificou. Eu sabia que não estava pronto para o que iria enfrentar ali, mas algo dentro de mim me impelia a seguir em frente.O hospital estava silencioso. O cheiro estéril e as luzes frias me lembraram o quanto eu odiava aquele lugar, mas esse era o único lugar em que eu me sentia disposto a estar. Passei pela recepção sem dar uma segunda olhada para os corredores ao redor, como se eles pudessem engolir meus próprios pensamentos. Caminhei até o quarto de meu irmão, o único lugar onde eu sentia que poderia encontrar alguma espécie de resposta, ou talvez algum consolo.Quando entrei, fui recebido pelo som rítmico das máquinas ao lado dele, mantendo-o vivo. O som do
Lion Collins Eu o segui desde que ele saiu do apartamento, observando cada movimento que fazia, as mãos apertando o volante, os olhos fixos na estrada como se quisesse escapar de tudo. Kerem não fazia ideia de que eu estava atrás dele, mas havia algo na expressão dele que me fazia questionar o homem que tinha machucado minha irmã. Luna estava arrasada por dentro, e eu sabia que precisava entender o que se passava na cabeça desse homem. Eu só queria uma chance de falar com ele e deixar claro que, se ele pretendia reaparecer na vida da minha irmã, seria melhor que fosse de verdade ou nem tentasse.Quando ele entrou no hospital, estacionei meu carro e o segui discretamente pelos corredores até o quarto onde ele parou. Fiquei do lado de fora, respeitando seu espaço, mas atento a tudo. Sabia que ele estava visitando alguém, provavelmente alguém que lhe era muito importante, e a ideia de confrontá-lo nesse momento me pareceu dura. Ainda assim, depois de ver a devastação no rosto da minha
Luna Collins Uma semana havia se passado desde que tudo aconteceu e os dias se arrastaram para mim. Havia uma angústia, uma incerteza que me consumia por dentro. Eu sabia que Kerem estava sofrendo, mas nunca imaginei que o impacto daquela perda fosse tão avassalador, ele não foi nenhum dia ao trabalho na semana inteira, Hoje, era sábado, enquanto preparava o café da manhã, perdida em pensamentos, a campainha tocou. Meu coração deu um salto, e, ao abrir a porta, encontrei o irmão de Kerem ali, com o rosto marcado pela preocupação. Ele parecia esgotado, os olhos cansados. — Luna, desculpe aparecer assim, mas preciso de sua ajuda — ele disse, em um tom quase suplicante. — Kerem… ele não está bem. Nunca o vi assim. Não come, não fala, não sai da cama. Estou realmente preocupado. Você é a única que talvez possa fazer algo por ele. Minhas mãos tremiam ligeiramente, mas fiz um esforço para manter a calma. Respirei fundo. As palavras dele ecoavam em minha mente. Kerem, o homem que sempr
Luna Collins — Me perdoe, Luna… Por ser tão fraco, tão… inútil — ele sussurrou, a voz embargada, carregada de culpa, enquanto chorava. Aquelas palavras me atingiram em cheio. Eu não esperava ver Kerem, um homem tão determinado, tão firme, se despedaçar assim diante de mim. Me aproximei e o abracei, sentindo meu coração apertar. — Você não é fraco, Kerem — murmurei, segurando-o firme. — Só está escondendo sua força. Mas agora é hora de mostrar essa força, por mim, pelo nosso bebê… por você. Aqueles dias foram difíceis. Kerem parecia estar numa batalha constante consigo mesmo, entre a dor e a necessidade de seguir em frente. Mas cada pequeno avanço era uma vitória. Ele começou a comer, a sair da cama, a reagir lentamente à vida ao seu redor. Não era fácil, mas estava tentando, e isso era o que importava. Um mês se passou desde a morte do irmão dele, e era noite, ao voltar para casa, após o trabalho, uma surpresa me esperava. Logo que entrei, senti o aroma suave de um jantar pre