Divisa de Cléris e Montelite
Ao voltarem para a tenda não tão aconchegante a qual abrigava seus mantimentos e roupas, Alana e Nathan encontraram somente cinzas e o único Pégasu que lhes havia restado morto. Em seu peito estavam infiltradas três flechas.
-Deuses – Alana murmurou – tudo está destruído.
-Vamos até o outro lado do rio – disse Nathan – Victória, Saymon e Ulisses devem estar lá a lutar.
O corpo de Victória Pietroni jazia sem vida no chão enevoado da floresta. Havia uma poça de sangue embaixo de seu pescoço . Ao se aproximar Alana notou que se tratava de degolamento com alguma lâmina muito afiada
>página 118 do diário de Alana Forgari<“Diário de sangue;Um mês havia se passado desde que o pesadelo acabara.Era noite quando sentei-me na cadeira perto da escrivaninha com uma pena para escrever uma carta à rainha Victória, mesmo que ela jamais fosse ler. Pedi desculpas por amar Nathan, ( sim, eu o amo) que era seu inimigo. Pedi desculpas por ter causado tudo aquilo. Eu sabia que ela havia ordenado que Amanda fosse jogada à fogueira, mas Amanda escapara. Mesmo assim eu não conseguia ver a rainha Victória como alguém ruim. Se Amanda estivesse ali provavelmente me transformaria em uma raposa manca.Haveria um jantar no castelo de Cléris, agora Nathan era o rei. Eu não soubera mais notícias de Ulisses e Na
(Carta de Alana Forgari para a rainha de Montelite)“Inverno de 1516.Majestade,Não pude deixar de perceber o quanto vosso reino está destruído. Creio que precisaríamos de uma nova convocação de guerra. Sei que o caos e a destruição tomaram conta de todos nas redondezas. Presenciei mortes bárbaras de inocentes, pelas mãos do sangue dos Velásquez. Bem,majestade...estamos nos fins da nossa era, eu mesma já estou muito machucada, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Sei que foi difícil para a senhora ter perdido mais uma das suas proles( mesmo ela estando presente, não está viva. Sua alma é o que importa e ela já se foi a tempos), e eu compree
MonteliteAs luzes bicolores dançavam sobre o lago Athena. Corvos sobrevoavam o céu em círculos, emitindo sons estranhos às vezes parecendo tentar travar uma luta aérea. Havia muita neve nos campos de Montelite. Tratava-se de um reino calmo e congelante O inverno lá é rigoroso demais.O lago é uma península do rio Athena que abrange os arredores das florestas de um pequeno vilarejo que encontra-se no reino de Montelite. Nele as nuvens espelham-se de forma mútua assemelhando-se à esboços ou rabiscos de uma criança. O céu deste lugar mágico abriga desenhos de guerreiros, bruxas...basta apenas alguém observar suas nuvens com atenção.No reflexo do lago também havia o par de olhos azulados de Alana. El
ClérisO príncipe adentra pelo hall de entrada do palácio de Cléris. Em seguida pisa no tapete vermelho enfeitado nas suas laterais com vasos de rosas brancas e pretas. Pelo lado de fora, há um grande alvoroço em torno de uma invasão de suas tropas na noite anterior.-Guntter- ele entra e logo chama pelo mordomo que está distraído trocando alguns ramalhetes de flores de um vasinho de cristal para outro.- Ordene aos cocheiros que preparem cinco dos meus melhores cavalos.O idoso se vira, seus olhos atentos abrigam olheiras na parte inferior.-Perdoe-me alteza, o que disse?O rapaz já irritado, repete:-Ordene ao cocheiro que
Estelar do SulEnquanto no momento Alana Forgari tenta superar a casa destruída e a morte do pai, o príncipe Nathan Velásquez presencia a crueldade do pai na preparação de um ataque à Montelite.No reino de Estelar do sul,Victor Lolembergh está a pensar em como deve ser a morte. Seus pés calçados com botas escuras enlameadas de barro, sujam o chão de madeira da casa.Encontra-se rodeado de cadeiras cobertas com pele de carneiro e muitos espelhos nas paredes, de modo que para qualquer direção que você virasse, veria o reflexo de si mesmo em um deles.Victor L é um filho de Hades, o Deus grego dos mortos. Ao menos é abençoado por ele, como costuma sempre dizer.Em Estelar do Su
MonteliteDe cada lado daquela região fria e com “ar” de guerra, havia um caso diferente. Alana de um lado, Nathan de outro, Victor L de outro.-Mãe a senhora precisa ser forte.- Alana enxuga do rosto da mulher algumas lágrimas. Mas de certa forma era impossível enxugar todas.Helena Forgari não é capaz de responder nada à respeito. Apenas olhava com seu olhar avermelhado os restos do chalé em que viveram.Alana caminha devagar até o que restou do humilde casebre. Alguns vizinhos tentavam ainda conter as chamas ao redor.-Deuses- murmura, depois observa Miguy, a fadinha sentada em seu ombro.Anda mais um pouco, re
MonteliteAlana ouvira comentários a respeito de Stefânia Venax, estavam certamente espalhados pelos ouvidos de todos nas redondezas.Seus olhos azulados encontram os do irmão Alonso por uma fissura de luz das tochas que eram guiadas pelo lado de fora.“Que se abram as portas de carvalho entalhado...Que todo céu dê lugar aos anjos fardados.Que os nobres façam uma mesura à passagem da luzQue as almas podres encontrem o perdão diante da cruz...Recitaram baixinho em uníssono um pedaço do trecho de um poema do qual conhe
Estelar do NorteSeis dias depois...Na cela com vista para a floresta,Victor Lolembergh observa com tristeza o balançar das copas das árvores com o vento. Logo um elfo de meia idade abre as trancas,seus olhos experientes fixados no prisioneiro.-Vossa sentença é hoje.O filho de Hades põe-se de pé, aterrorizado.-Eu amo Sophia...eu não a matei, eu não a matei!-Está preocupado demais para quem diz não ter matado nossa princesa.- Ela não assumiu o posto real dos elfos porque escolheu viver comigo em Estelar do Sul.