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“Diário, bom dia...
Foi dia de trocarmos nossas roupas comuns por roupas mais fechadas e seguras. As enormes capas de couro nos protegiam do frio, mas talvez não de sermos mortos. Jasminy mesmo nos cedeu armas maravilhosas para uma possível guerra. Havíamos analisado a profecia no mesmo dia em que a recebemos. Tratei de escrevê-la em um papel velho amarelado manchado de café para ter certeza de que não esqueceria, mesmo sabendo que era impossível esquecer, eram palavras perturbadoras demais para serem deixadas de lado. Assim que acabamos de nos vestir e arrumarmos todas nossas armas, fui até o quarto onde Nathan estava, ainda sem ter acordado. O observei, pegando em sua mão. Sabia que o tempo era curto demais e ele ainda não havia despertado.
>Página 115<“Querido diário;Dormimos embaixo de uma cabana de capins construída por nós mesmos naquela noite, torcíamos para que não chovesse. Nathan não trocou nenhuma palavra comigo ou Ulisses depois que contei á ele que o assassino que procurávamos era o mesmo de sua mãe.-Eu não tenho idéia do que fazer para encontrar o assassino. – comentei com Saymon.Ele suspirou enquanto arrumava uma pequena fogueira ao lado da cabana.Nathan ora olhava para mim com seus grandes olhos, ora olhava para ele.No dia seguinte acordamos dispostos a ir
Divisa entre Cléris e MonteliteAlana tinha coragem escondida dentro de si. Aquele aviso de Stefânia a deixara com medo, mas a verdade é que era tão corajosa quanto qualquer outro ali. O monstro do medo é criado por nós mesmos.Suas botas enlameadas de barro e de sangue de soldados mortos mostrava um passado sombrio de Cléris e Montelite. Tudo o que acontecera, inclusive a perca de memória de Nathan a havia abalado demais. Tudo estava em suas mãos.Marchando com seu exército em busca de justiça, sangue ou paz, ela liderou muito bem ao lado de rei Rick Velásquez e Victória Pietroni. Não havia Amanda, Victor fora um traidor. Só restaram-lhe Saymon , Ulisses e Nathan. Durante o caminho ela rezava para que nenhum deles fosse mais um
As ideias mais loucas correm risco se tornarem mais sérias do que quaisquer outras ideias.Primeiramente Ulisses, Nathan e Saymon alegaram à Alana que mentir para Stefânia poderia render graves problemas, mas após não encontrarem outra saída para que não precisassem dar continuidade à guerra , ambos os três concordam em assinar tratados falsos de entrega da posse de terras e por mais incrível que pareça, rainha Victória aceitou o plano de forma mais harmoniosa possível.-Parece ser a única solução – disse Victória sentada perto à uma fogueira ao lado de uma tenda naquele mesmo dia de frio arrebatador. – Entrego o castelo e todas as terras por alguns meses, mas e depois?Grilos canta
Divisa de Cléris e MonteliteAo voltarem para a tenda não tão aconchegante a qual abrigava seus mantimentos e roupas, Alana e Nathan encontraram somente cinzas e o único Pégasu que lhes havia restado morto. Em seu peito estavam infiltradas três flechas.-Deuses – Alana murmurou – tudo está destruído.-Vamos até o outro lado do rio – disse Nathan – Victória, Saymon e Ulisses devem estar lá a lutar.O corpo de Victória Pietroni jazia sem vida no chão enevoado da floresta. Havia uma poça de sangue embaixo de seu pescoço . Ao se aproximar Alana notou que se tratava de degolamento com alguma lâmina muito afiada >página 118 do diário de Alana Forgari<“Diário de sangue;Um mês havia se passado desde que o pesadelo acabara.Era noite quando sentei-me na cadeira perto da escrivaninha com uma pena para escrever uma carta à rainha Victória, mesmo que ela jamais fosse ler. Pedi desculpas por amar Nathan, ( sim, eu o amo) que era seu inimigo. Pedi desculpas por ter causado tudo aquilo. Eu sabia que ela havia ordenado que Amanda fosse jogada à fogueira, mas Amanda escapara. Mesmo assim eu não conseguia ver a rainha Victória como alguém ruim. Se Amanda estivesse ali provavelmente me transformaria em uma raposa manca.Haveria um jantar no castelo de Cléris, agora Nathan era o rei. Eu não soubera mais notícias de Ulisses e NaEpílogo - Final
(Carta de Alana Forgari para a rainha de Montelite)“Inverno de 1516.Majestade,Não pude deixar de perceber o quanto vosso reino está destruído. Creio que precisaríamos de uma nova convocação de guerra. Sei que o caos e a destruição tomaram conta de todos nas redondezas. Presenciei mortes bárbaras de inocentes, pelas mãos do sangue dos Velásquez. Bem,majestade...estamos nos fins da nossa era, eu mesma já estou muito machucada, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Sei que foi difícil para a senhora ter perdido mais uma das suas proles( mesmo ela estando presente, não está viva. Sua alma é o que importa e ela já se foi a tempos), e eu compree
MonteliteAs luzes bicolores dançavam sobre o lago Athena. Corvos sobrevoavam o céu em círculos, emitindo sons estranhos às vezes parecendo tentar travar uma luta aérea. Havia muita neve nos campos de Montelite. Tratava-se de um reino calmo e congelante O inverno lá é rigoroso demais.O lago é uma península do rio Athena que abrange os arredores das florestas de um pequeno vilarejo que encontra-se no reino de Montelite. Nele as nuvens espelham-se de forma mútua assemelhando-se à esboços ou rabiscos de uma criança. O céu deste lugar mágico abriga desenhos de guerreiros, bruxas...basta apenas alguém observar suas nuvens com atenção.No reflexo do lago também havia o par de olhos azulados de Alana. El
ClérisO príncipe adentra pelo hall de entrada do palácio de Cléris. Em seguida pisa no tapete vermelho enfeitado nas suas laterais com vasos de rosas brancas e pretas. Pelo lado de fora, há um grande alvoroço em torno de uma invasão de suas tropas na noite anterior.-Guntter- ele entra e logo chama pelo mordomo que está distraído trocando alguns ramalhetes de flores de um vasinho de cristal para outro.- Ordene aos cocheiros que preparem cinco dos meus melhores cavalos.O idoso se vira, seus olhos atentos abrigam olheiras na parte inferior.-Perdoe-me alteza, o que disse?O rapaz já irritado, repete:-Ordene ao cocheiro que