E, enquanto trabalhava, o mais velho se recordava de lembranças da época de faculdade, quando conheceu Rodrigo. Ele entrou para estudar advocacia, assim como o pai fizera quando tinha sua idade, antes dele se afogar na bebida com a partida de sua mãe. Simon era um jovem introvertido e, no começo, teve dificuldade em fazer amizade com os outros alunos. Seus pais estavam trabalhando muito, tendo de deixar Dante – que na época tinha três anos de idade – sob os cuidados da avó deles, para que o mesmo pudesse cursar a faculdade. Seu grande objetivo era, mais que tudo, ajudar a sua família com o que fosse possível e nunca deixou de frequentar um dia sequer das aulas, ou de entregar qualquer trabalho. Sempre dedicado, Simon tentava sempre deixar as tensões das brigas de suas pais em casa, se concentrando nos estudos.
Então, certo dia, ele estava andando em um corredo
Simon se achava um louco, mas Rodrigo se culpar por seu momento de fraqueza– Ro... Rodrigo... – tentou se explicar.– Me perdoe... – disse Rodrigo em um sussurro arrastado, enquanto lagrimas começavam a escorrer por seu rosto – Me... Me desculpe eu... – ele nem terminou a frase. Saiu correndo da cozinha direto para a sala, sai pela porta e indo embora.– Rodrigo! – Simon tentou alcançar o outro, mas ele já se foi. Quando sai de seu apartamento, via a porta do elevador no final do corredor se fechar, e, com isso, Rodrigo sumira de sua vista.Meu Deus... O que ele fez!?Ele beijou seu melhor amigo e não sabia o motivo disso. Parecia que algo o moveu a fazer tal coisa, como que controlando seus impulsos. Se odiava tanto naquele momento! Ele ainda ficou parado na porta de entrada, pensand
Ele se odiava tanto agora.Depois do que aconteceu com Rodrigo, Simon não conseguia mais ficar tranquilo com as coisas. Desde domingo, sua mente estava a mil por hora!Se recriminava por ter beijado seu melhor amigo, por ter se deixado levar por um desejo estranho e repentino.Mesmo que Rodrigo tivesse lhe correspondido na mesma intensidade, e não o impedido, ainda assim se sentia muito culpado. Não importava nada disso, não havia motivo algum para que Simon beijasse outro homem, especialmente alguém que foi seu amigo a anos. Foi um erro e ele se sentia um lixo, se sentia um louco. No trabalho, não conseguia se concentrar tão bem quanto gostaria... Achava que o serviço na agencia pudesse lhe servir para esquecer daquele assunto tão constrangedor.Mas nem isso adiantou.Não querendo preocupar
– Mas que porra cara?! Como isso aconteceu?!– Eu não sei! Eu estava fora de mim! Não sei porque fiz aquilo!– Cara... – Dante esfrega a mão pelos fios ruivos e no rosto– Não dá para acreditar... E o que o Rodrigo disse sobre isso?– Ele só se desculpou... E saiu correndo de casa.– Caralho... Que tenso. Mas acho que deve ser compreensivo ele ter fugido assim. Deve ter sido um choque tremendo para ele.– Nem me fale... – agora era Simon quem esfregava as mãos nos cabelos morenos, em sinal de frustração – O que eu faço? Estou até agora tentando entender o motivo de eu querer lhe beijar. Somos grandes amigos desde a faculdade, fazemos parte da vida um do outro... Não faz sentido eu fazer isso...&nd
Ao ouvir isso, Dante quase desmaia. O ruivo ficou olhando Abel com olhos arregalados em pura descrença. Sua respiração travou por um instante, antes de finalmente conseguir dizer algo.– Isso é sério?– É sim – ele morde o lábio – Rodrigo me falou de Simon ela primeira vez no dia antes da nossa primeira aula em casa, e ele ficou horas falando só do seu irmão. Durante nossas aulas particulares, ele sempre ia na minha casa à noite para jantar comigo e a Patrícia, ou apenas para botar o papo em dia... E, em uma dessas vezes que ele foi em casa, ele acabou me contando sobre o cara por quem ele era muito apaixonado, desde que era jovem. Que eles se conheciam a tempos, e que o sentimento era platônico. Ele não disse o nome, mas pela conversa dele, pelo modo maravilhado dele de falar sobre seu irmão... Agora, com
– Beleza.– Onde você mora Dante? – perguntou Danilo.– Moro aqui na zona Sul mesmo... No centro do Morumbi.– Ah Sei, conheço o lugar – disse Danilo, sorrindo – Eu já fui várias vezes no shopping Morumbi com a Laura, sua casa fica perto de lá?– Sim. Moro em um prédio perto desse shopping com meu irmão mais velho.– Entendi. Deve ser muito bom morar perto de um shopping, principalmente porque você não tem que pagar ônibus ou condução para ir até lá.– Pois é – ele dá uma risada baixa, continuando a comer tranquilamente.Enquanto a conversa entre os quatro se desenrolava, Abel sentia sua vida se ajustar novamente. Estava feliz de ver aquela cena
Seus olhos estavam muito arregalados. Pareciam querer saltar para fora das orbitas.Sua mente mau conseguia processar o que acabara de ouvir, e seu coração muito menos. Teria ouvido direito?Será que ele havia entendi errado? O choque era mais que evidente em seu rosto, o que preocupou Rodrigo de imediato. O advogado não conseguia acreditar nas palavras ditas pelo loiro, simplesmente nada daquilo conseguia entrar em sua cabeça. Era uma situação em que ele nunca esteve, e que nunca imaginou que fosse acontecer consigo em sua vida.A sensação era como se tivessem dado um nó em sua garganta, seu cérebro demorou para finalmente absorver tais palavras e conseguir proferir alguma coisa.– O... O que..?– Eu te amo Simon. Eu sinto muito...– M-Mas... C
Ele mal podia esperar por isso.***Naquele mesmo dia à tarde, Abel ligou para Patrícia, dizendo que iria dar sua aula com Dante na casa dele e que voltaria mais tarde de ônibus.Ela concordou e pediu para que ele ligasse assim que chegasse no ponto de ônibus, para que ela pudesse busca-lo na estação Barra Funda. Já que era mais perto de casa, nenhum deles teria de se preocupar com o trânsito.Tendo tudo combinado, os dois rapazes foram até o prédio residencial onde Dante morava, no Morumbi. No meio do caminho, os dois conversavam bastante, e o ruivo mostrava os principais pontos da Zona Sul para o amigo, já que Abelardo nunca tinha estado naquela parte de São Paulo antes. Era tudo muito chique, grande e bonito, com bastante arvores, prédios comerciais, shoppings e lojas caras, assim como restau
Sábado. O dia da festa de Danilo.Tanto Abel, quanto Dante, se arrumavam para a festa, escolhendo roupas lindas e pegando tudo o que precisariam como chaves, carteira e celular.Naquele dia, Simon iria ficar em casa para relaxar, já que o dia no trabalho fora muito puxado. O bom é que não teria que levar o irmão a tal festa, já que o mesmo iria pegar carona com Abelardo e sua prima. Os adolescentes combinaram o horário para se verem na entrada do prédio do jovem Martinez, dali uma hora.Dante dava os toques finais em seu visual. Afinal, um pouco de cuidado nunca era demais.Vestiu uma calça jeans escura, justa e com detalhes de rasgos, uma bota de couro preto de cano médio e uma camiseta cor cinza, que se ajustava aos seus músculos bem marcados. Além, é claro, de uma jaqueta de couro preto por cima, com detalhes de cinto e tachas. Colocava uma pulseira de couro marr