Peter
"Leonardo Martinucci, atingido! Finalmente, aquele bastardo sentiu o gosto do medo!" A gargalhada ecoou antes que eu pudesse contê-la. Reclinei-me na cadeira de couro, cruzando os pés sobre a mesa. Cada detalhe da notícia era um presente.
Moris, meu advogado, me encarava do outro lado da mesa de mogno, seu rosto franzido em preocupação. Mas eu não me importava, a sensação de vitória corria em minhas veias como champanhe.
"Que dia glorioso!" bati na mesa, fazendo os porta-retratos tremeram. "Aquele bastardo está pagando por ter me deixado algumas horas na cadeia. Algumas horas! Como ele ousa?"
"Senhor Calton," Moris ajeitou a gravata, claramente desconfortável.
Amber"Quanto brinquedos ainda faltam, meu Deus?" perguntei ao vazio enquanto recolhia os brinquedos espalhados pela sala.O barulho veio de repente, algo como vidro quebrando muito abaixo de nós. Na cobertura, os sons chegavam abafados, quase irreais. Parei com um ursinho na mão, tentando entender o que estava acontecendo."Que barulho foi esse?" Uma das babás saiu do quarto, me olhando de forma interrogativa."Não sei," tanto eu quanto ela fomos até a sacada, mas dali, não dava para ver nada."Parece que foi no hotel." Aretah falou e eu confirmei.De repente a porta se abriu com violên
LeonardoO mundo voltou em fragmentos confusos. Primeiro veio o cheiro de hospital, antisséptico e artificial. Depois, a dor no braço esquerdo, uma queimação constante que pulsava no ritmo do meu coração. Tentei me mover e descobri que estava imobilizado.Abri os olhos devagar, piscando contra a luz fraca do quarto. A primeira coisa que vi foi Martina dormindo numa poltrona próxima à cama. Seu pescoço estava em um ângulo estranho, o vestido vermelho amassado. A visão me trouxe sentimentos contraditórios, raiva por não ser quem eu queria ver ali, alívio por saber que ela não estava no hotel causando problemas para Amber."Martina," minha voz saiu rouca. " Martina..." esperei até que
AmberO relógio do meu celular marcava, 4:30 da manhã, mas eu não tinha conseguido dormir um minuto sequer. Passei a noite toda andando de um lado para outro na sala, checando as crianças a cada meia hora, como se elas pudessem desaparecer a qualquer momento e pensando em como o Leonardo estava. Eu queria poder fazer mais, queria estar lá, mas eu era a responsável por tudo. Se fosse até o hospital, traria mais problemas.Quando o telefone de Magnus tocou, meu corpo inteiro ficou em alerta. Me levantei do sofá num pulo, meu coração disparando no peito."Sim, chefe."A voz grave de Magnus fez minhas pernas fraquejarem de alívio. Era ele. Leonardo estava acordado.
Amber"Mamãe, acoda!" a voz doce de Bella invadiu meu sono. "Já é dia!""Muito dia!" Louis completou, pulando na cama.Abri os olhos devagar, sentindo o peso do corpo ainda pedindo mais algumas horas de descanso. Depois de falar com Leonardo, tinha finalmente conseguido relaxar um pouco, mas parecia que tinha dormido apenas alguns minutos."Que horas são, meus amores?" perguntei, puxando os dois para um abraço apertado."O sol já nasceu!" Bella declarou como se isso explicasse tudo."Cadê o tio Leo?" Louis perguntou, seus olhinhos curiosos me encarando.
Amber"É aqui que o pincipe mora?" Bella perguntou enquanto o carro entrava por uma passagem lateral da mansão moderna."Uau!" Louis colou o nariz no vidro. "Tem robô na porta!"Sorri com sua inocência, o que ele chamava de robô era apenas um scanner de segurança ultra moderno. A garagem subterrânea era impressionante, com diversos carros luxuosos alinhados e homens de terno por toda parte."Por que todo mundo tá vestido igual?" Louis cochichou."São os guardiões do castelo," respondi, tentando manter o clima leve, apesar do meu próprio nervosismo."Mas não pare
LeonardoO som da porta nos congelou no lugar. Amber tentou se afastar, mas mantive minha mão em sua cintura, já sabendo quem era antes mesmo de olhar. Só uma pessoa no mundo tinha a audácia de trancar a porta depois de entrar.Minha nonna estava parada na entrada, sua pequena figura imponente mesmo apoiada na bengala de madeira antiga que pertenceu ao meu avô. Seus olhos astutos nos estudavam com uma mistura de surpresa e divertimento que eu conhecia muito bem - a mesma expressão que tinha quando me pegava roubando biscoitos na cozinha quando criança.Amber finalmente se virou e, ao ver minha avó, praticamente saltou do meu colo, seu rosto ficando da mesma cor de seus cabelos. A forma como ela tentava ajeitar a blusa, evitando olhar pa
Amber"Me apoie, querida," Nonna Rosa pediu enquanto caminhávamos até o carro. "Essas pernas não são mais as mesmas de quando eu dançava tarantela.""Claro, senhora." ela me deu um tapinha na mão."Já falei, nonna. Me chame de nonna, afinal você agora é da família." A encarei por alguns segundos, mas não questionei.Magnus nos esperava junto ao veículo, e seu sorriso se alargando ao ver a senhora."Magnus, bello!" ela exclamou. "Está cada dia mais bonito! Se eu fosse quarenta anos mais jovem...""Nonna!" não consegui segurar o riso, logo cobrindo a boca envergonhada."Não se preocupe," Magnus piscou. "Ela sempre tenta me seduzir.""E um dia consigo!" ela declarou, entrando no carro com nossa ajuda."Eu é que não dou conta, Nonna." ele falou piscando para mim, e me senti acolhida por aquele momento de descontração entre os dois. Leonardo nunca tinha me dito que sua família seria assim, ou será que apenas Nonna Rosa era tão divertida?Depois que nos acomodamos, seus olhos astutos se volt
Leonardo"Nada de depois, Leonardo. Vamos falar agora sobre isso." Seus olhos, tão parecidos com os meus, me estudavam com uma mistura de preocupação e decepção que eu conhecia bem demais.
Último capítulo