Leonardo
Observei atentamente a mudança em seu olhar. O momento exato em que algo estalou em sua memória, fazendo seu corpo inteiro estremecer. A enfermeira se aproximou, preocupada, mas eu conhecia aquela expressão, não era febre que a deixava corada, era eu.
Amber"Um exame de DNA?" repeti suas palavras, sentindo meu coração apertar.
Leonardo"Vocês se parecem..." as palavras de Amber fizeram meu coração saltar. Era a primeira vez que ela verbalizava o que todos pareciam notar. Louis se virou em meus braços, suas sobrancelhas franzidas exatamente como as minhas quando estou confuso.
AmberOs gêmeos finalmente adormeceram, suas respirações suaves o único som no quarto, após eu desligar o desenho que eles tanto adoravam. Me levantei devagar, sentindo necessidade de agradecer a Leonardo por tudo que estava fazendo por nós.O encontrei na sacada, debruçado sobre o parapeito com um copo na mão. Hesitei na porta, mas ele se virou antes que eu pudesse falar."Vem aqui, B," sua voz rouca me chamou. "Sei que está aí."Me aproximei timidamente. "Como?""Não sei, mas sempre sei," ele respondeu simplesmente. "Como estão as crianças?""Dormiram," murmurei, observando seu perfil contra o céu estrelado. "Acho que o dia movimentado as cansaram. Se bem que Magnus está de parabéns. Eles adoraram todas as brincadeiras que ele propôs e já querem saber quando vão brincar com o tio Magnus de novo.""Magnus
AmberMe afastei de Leonardo bruscamente ao ver Louis parado na porta da sacada, seu dinossauro verde arrastando pelo rabo enquanto ele nos observava com curiosidade infantil."Meu amor," corri até ele, tomando-o nos braços. "Não é nada do que você viu. O tio Léo só estava... tirando algo do meu rosto.""Com a boca?" seus olhinhos astutos me encararam, e senti minhas faces queimarem.A risada grave de Leonardo ecoou atrás de mim. Ele se aproximou, braços estendidos, e Louis praticamente pulou em sua direção. "Não era nada, campeão. Mas o que você faz acordado tão tarde?""Tive um pesadelo," ele se aconchegou nos braços de Leonardo. "Vocês
LeonardoO sono não vinha. Como poderia, com as palavras dela sobre o porão ecoando em minha mente? Observei Amber e as crianças dormindo pacificamente, tentando controlar a fúria que crescia em meu peito cada vez que imaginava o que aquele desgraçado tinha feito com eles."Que merda de punição é essa?" sussurrei no escuro, meus olhos fixos no teto como se pudesse encontrar respostas nas sombras. "Por que eles?"A pergunta pairou no ar sem resposta. Não era eu quem merecia sofrer? Como pude deixar isso acontecer? Três anos. Três malditos anos eles estavam à mercê daquele monstro enquanto eu vivia minha vida, alheio a tudo.As peças do quebra-cabeça agora pareciam tão óbvias que me faziam sentir um idiota. O desaparecimento repentino de Amber, o acidente suspeit
PeterO uísque no copo balançava suavemente enquanto eu observava a cidade através da janela panorâmica de meu escritório. Colorado Springs se estendia aos meus pés, como deveria ser. Controle. Era tudo questão de controle.
AmberAcordei lentamente, meus lábios ainda formigando com a lembrança dos beijos da noite anterior. Era como se cada célula do meu corpo tivesse despertado de um sono profundo com o toque de Leonardo. Mesmo agora, horas depois, podia sentir o calor de suas mãos, o sabor de sua boca, a forma como meu corpo respondia instintivamente ao dele."Para de pensar nisso," murmurei para mim mesma, tentando afastar as sensações que faziam meu coração disparar.Me virei na cama, esperando encontrar todos ainda dormindo, mas minha mão tocou apenas o espaço vazio. Abri os olhos completamente, o pânico começando a se instalar quando percebi que Bella não estava ali. Nem Leonardo. Apenas Louis repousava sereno."Calma," respirei fundo, tentando controlar a ansiedade que começava a subir por minha garganta. "Eles devem estar..."Um som de risada atravessou a porta fech
LeonardoNão deveria ter saído daquele quarto. Não depois da noite que tivemos, não com Amber começando finalmente a confiar em mim, não com as crianças sorrindo daquele jeito. Mas quando a primeira mensagem chegou alertando sobre os planos de Martina, sabia que precisava me afastar. Tinha aprendido da pior forma que minha raiva podia ser devastadora, e Amber e as crianças já carregavam traumas demais.Agora, parado neste escritório improvisado onde Magnus mantinha nossa operação em andamento, eu tentava controlar a fúria que crescia a cada nova informação. Como se não bastasse Peter e suas ameaças, Martina parecia determinada a tornar minha vida um inferno."Senhor Martinucci, sobre o casamento em Positano..." a voz da cerimonialista soou animada demais no telefone. "A senhorita Ricci já reservou o local para daqui a dois meses e..."