Amber
Me levantei da cama, tentando ignorar a tontura que fez o quarto girar. Segurei-me na cabeceira, esperando que a sensação passasse, mas Leonardo já estava ao meu lado, suas mãos grandes segurando meu rosto.
"Ei, você está bem? O que você está sentindo?" sua voz carregava uma preocupação que me desconcertou.
"Nada demais," tentei me esquivar. "Só uma tontura. Noite mal dormida, você sabe..."
“Deixe-me ver sua mão," ignorou minha desculpa, segurando meu pulso delicadamente. "Está mais inchada que ontem. Vou chamar um médico."
"Não precisa, eu..."
"Não é uma sugestão, Amber," seu tom era firme, mas gentil. "Você não está cuidando dela de maneira adequada. Se isso infeccionar, pode ser ainda pior do que a dor que sente agora."
"Puf, bobagem. Eu sei me cuidar." falei apoiando minh
LeonardoA passos rápidos saí do hotel e entrei no carro, meu peito queimando com a necessidade de resolver a situação com Martina. Eu a suportei por tempo demais, e não podia mais adiar isso. Mal tinha saído do estacionamento quando meu celular começou a tocar insistentemente."Senhor..." a voz de Lucius estava tensa como nunca ouvi antes. "Valéria está fazendo as malas. Ela disse que não suporta mais a senhorita Martina e vai embora.""Como é que é?" freei bruscamente, fazendo os pneus cantarem no asfalto. "Que história é essa de ir embora?""A senhorita Martina..." ele hesitou. "Ela destruiu metade da casa em um acesso de fúria. Quebrou tudo, senhor. Valéria disse que não vai esperar até virar o próximo alvo dela.""Aquela maluca..." murmurei entre dentes, girando o volante com tanta força que Magnus agarrou
LeonardoO celular vibrou em minhas mãos, mas desliguei a chamada, mantendo meus olhos fixos em Martina. Em um movimento rápido, ela bateu em minha mão, fazendo o aparelho voar longe."São seus filhos, não são?" sua voz tremia de fúria. "Aqueles bastardos são seus!"O ofegar surpreso de Valéria e Lucius preencheu o silêncio tenso. Naquele momento, algo clicou em minha mente, e se eles fossem meus? E se ela já estivesse grávida quando? A incredulidade se abateu sobre mim, mas Martina não podia saber disso. Para protegê-los, eu precisava negá-los."Não, Martina," mantive minha voz firme, ignorando como cada palavra rasgava minha garganta. "Infelizmente, não são meus filhos. Embora eu adoraria que fossem.""Mentiroso!" ela começou a esmurrar meu peito. "Eu posso te dar filhos, Leonardo. Eu posso..."Segurei seus pul
LeonardoObservei Amber adormecendo, seu rosto finalmente relaxado depois de tanta tensão. Seus cabelos escuros espalhados pelo travesseiro me incomodavam, não combinavam com ela, não eram dela. Assim como aquela vida que Peter construiu não era dela. Como eu não percebi antes? Os sinais estavam todos ali.Saí do quarto silenciosamente, encostando a porta com cuidado. O corredor do hospital estava quieto àquela hora, apenas o som ocasional de passos e monitores ecoando pelas paredes brancas. Me apoiei na parede, deixando escapar o ar que nem percebi que estava segurando.Louis e Bella... meus filhos? A ideia fazia meu coração disparar de uma forma que eu não queria admitir. Suas risadas, seus olhares, até mesmo o jeito como Louis franzia a testa quando estava confuso, tudo parecia gritar uma verdade que eu estava com medo de encarar.Puxei o celular do bolso, discando rapidamente
AmberAcordei lentamente, minha consciência flutuando entre o sono e a vigília. O quarto estava mergulhado em penumbra, exceto pela luz suave de um abajur que criava sombras dançantes nas paredes. Meus olhos pesados escanearam o ambiente até encontrarem a silhueta de Leonardo recortada contra a janela. Ele observava a cidade noturna, suas mãos nos bolsos, os ombros tensos sob o tecido fino da camisa.Tentei me mover, mas cada músculo do meu corpo protestou. O movimento fez o colchão ranger levemente, e ele se virou. Seu rosto estava tão sério, tão intenso, que senti um arrepio de apreensão percorrer minha espinha. Notei que minha mão estava mais enfaixada que antes, e um acesso com medicamentos serpenteava por meu braço.Leonardo se aproximou com passos deliberadamente lentos, sentando-se na beirada da cama. Seus olhos escuros me estudavam como se procurassem algo."
LeonardoObservei atentamente a mudança em seu olhar. O momento exato em que algo estalou em sua memória, fazendo seu corpo inteiro estremecer. A enfermeira se aproximou, preocupada, mas eu conhecia aquela expressão, não era febre que a deixava corada, era eu.
Amber"Um exame de DNA?" repeti suas palavras, sentindo meu coração apertar.
Leonardo"Vocês se parecem..." as palavras de Amber fizeram meu coração saltar. Era a primeira vez que ela verbalizava o que todos pareciam notar. Louis se virou em meus braços, suas sobrancelhas franzidas exatamente como as minhas quando estou confuso.
AmberOs gêmeos finalmente adormeceram, suas respirações suaves o único som no quarto, após eu desligar o desenho que eles tanto adoravam. Me levantei devagar, sentindo necessidade de agradecer a Leonardo por tudo que estava fazendo por nós.O encontrei na sacada, debruçado sobre o parapeito com um copo na mão. Hesitei na porta, mas ele se virou antes que eu pudesse falar."Vem aqui, B," sua voz rouca me chamou. "Sei que está aí."Me aproximei timidamente. "Como?""Não sei, mas sempre sei," ele respondeu simplesmente. "Como estão as crianças?""Dormiram," murmurei, observando seu perfil contra o céu estrelado. "Acho que o dia movimentado as cansaram. Se bem que Magnus está de parabéns. Eles adoraram todas as brincadeiras que ele propôs e já querem saber quando vão brincar com o tio Magnus de novo.""Magnus