Leonardo
"Leonardo querido, que bom que finalmente retornou minhas ligações!" A voz melosa de Martina ecoa pelo viva-voz do telefone. "Sua... hóspede tem sido um verdadeiro desastre. Não sei por que insiste em manter essa caridade."
Respiro fundo, controlando a irritação que cresce há dois dias. "Martina, você não deveria estar em Asp
AmberO som da porcelana se estilhaçando aos meus pés me faz prender a respiração. O chá escorre pelo carpete importado enquanto Martina me encara com aquele sorriso cruel."Frio. Novamente." Ela pronuncia cada sílaba como se falasse com uma criança. "Você não consegue fazer nem isso direito, não &ea
LeonardoO ar gélido de Aspen corta meu rosto assim que desço do avião particular. As montanhas ao fundo estão cobertas por nuvens escuras e pesadas, como se o próprio céu pressentisse a tormenta que está por vir. Lucius já me espera na pista, encostado na SUV preta, seu semblante mais fechado que o habitual. Em três décadas trabalhando para mim, aprendi a ler cada ruga de preocupação em seu rosto, e agora elas gritam que algo terrível aconteceu."Como estão as coisas, Lucius?" questiono enquanto caminho em sua direção, o vento açoitando meu casaco.Ele aperta os lábios numa linha fina, seus dedos tamborilando nervosamente na porta do carro. "Nada bem, senhor. A situação... passou dos limites."
AmberO quarto minúsculo do hotel de beira de estrada era nossa nova realidade. Observei Bella e Louis explorando o espaço com olhares confusos, suas pequenas testas franzidas enquanto tentavam entender nossa mudança repentina da mansão luxuosa para este cubículo com papel de parede descascando.
LeonardoA chuva castigava impiedosamente quando o carro parou em frente ao hotel decadente. Minha irritação, que já estava no limite desde as afirmações de Lucius, apenas aumentou ao ver a fachada descascada do estabelecimento. As luzes piscavam irregularmente, como se até mesmo a eletricidade hesitasse em permanecer naquele lugar."Tem certeza de que é aqui?" Questionei Lucius através da janela do carro, já encharcado pela chuva torrencial."Sim, senhor. Foi o que ela pôde pagar com o dinheiro que tinha." Ele respondeu, evitando meu olhar furioso. "Sugeri levá-la para um lugar melhor, mas ela...""Deveria tê-la levado para meu hotel, mesmo contra a vontade dela." Cortei-o, passando a mão pelo cabelo molhado."Com todo respeito, senhor, a senhora Amber é... determinada." Lucius escolheu as palavras com cuidado. "Especialmente depois do incidente com a s
LeonardoObservei Amber se afastar, processando minhas palavras sobre Peter. A luz da vela dançava em seu rosto, criando sombras que acentuavam sua expressão confusa. Quando ela se virou novamente para mim, seus olhos buscavam respostas.
AmberO grito assustado de Louis cortou a noite como uma lâmina. Em meu sobressalto, rolei para fora da cama, minha mão machucada batendo no chão seguida por minha cabeça no criado-mudo. A dor explodiu em ambos os lugares, "Ahhhh que merda..." gemi baixo,mas o instinto maternal foi mais forte. Em segundos estava de pé, ignorando a tontura, tomando meu pequeno nos braços.Um trovão estrondoso sacudiu as janelas do hotel, fazendo Louis se encolher contra meu peito, seus soluços partindo meu coração. Girei pelo quarto, balançando-o suavemente, tentando acalmá-lo. Foi então que notei a ausência de Leonardo. Teria sido tudo um sonho?"Shh shh meu pequeno. Está tudo bem, eu estou aqui." falei tentando acalmá-lo, ainda incomodada. Eu não me lembrava de ter ido para a cama.Como se respondendo minha dúvida silenciosa, ele surgiu na por
LeonardoPequenos dedos curiosos exploravam meu rosto e abdômen, me arrancando do sono profundo. Abri os olhos lentamente, encontrando dois pares de olhos brilhantes me estudando com interesse infantil.
AmberMe levantei da cama, tentando ignorar a tontura que fez o quarto girar. Segurei-me na cabeceira, esperando que a sensação passasse, mas Leonardo já estava ao meu lado, suas mãos grandes segurando meu rosto."Ei, você está bem? O que você está sentindo?" sua voz carregava uma preocupação que me desconcertou."Nada demais," tentei me esquivar. "Só uma tontura. Noite mal dormida, você sabe..."“Deixe-me ver sua mão," ignorou minha desculpa, segurando meu pulso delicadamente. "Está mais inchada que ontem. Vou chamar um médico.""Não precisa, eu...""Não é uma sugestão, Amber," seu tom era firme, mas gentil. "Você não está cuidando dela de maneira adequada. Se isso infeccionar, pode ser ainda pior do que a dor que sente agora.""Puf, bobagem. Eu sei me cuidar." falei apoiando minh