Amber
Estava deitada na cama, o celular em mãos, apenas navegando pelas redes sociais enquanto aproveitava o silêncio do quarto. O dia tinha sido tranquilo, e aquele momento era raro, só meu. A luz da tela iluminava meu rosto, mas minha mente estava longe, perdida entre pensamentos sobre como nossa vida estava começando a encontrar equilíbrio.
De repente, uma manchete chamou minha atenção: "Peter Calton é preso sob acusações de ameaças, extorsão e tentativa de assassinato!" Meu coração disparou, e me sentei na cama, meus olhos fixos na tela enquanto lia cada detalhe da notícia. Era como se o ar ao meu redor tivesse mudado, ficando mais leve.
Antes que eu pudesse processar completamente o que aquilo significava, a porta do quarto se abriu, e Leonardo entrou com um sorriso que eu não via há tempos, algo entre triunfo e al
MagnusA mansão estava em silêncio absoluto. A noite havia sido calma, repleta de conversas leves e risos na sala de estar. Eleonora e Tomaso se despediram cedo, levando os gêmeos para o quarto depois de uma noite animada. Amber e Leonardo pareciam tranquilos, aproveitando a rara paz que conquistaram após tantos meses de turbulências. Tudo parecia perfeito.Eu estava no quarto, deitado ao lado de Gabriela. O som da respiração dela era suave, quase imperceptível, e o calor do seu corpo contra o meu era um conforto que eu não sabia que precisava até tê-la ali. Sua presença tinha o poder de silenciar meus demônios, pelo menos por algumas horas.Mas, como sempre, a calmaria foi interrompida.Uma explosão ecoou pela mansão, seguida por um tremor que fez as paredes vibrarem. O impacto foi tão forte que o abajur na mesinha ao lado da cama caiu, quebrando-se no chão. Gabriela acordou sobressaltada, os olhos arregalados e a respiração descompassada."O que
LeonardoO silêncio pesado no esconderijo do subsolo era interrompido apenas pelos soluços abafados de Bella e Louis, que agora estavam mais calmos, ainda sendo consolados pelas babás. Amber estava em meus braços, tremendo levemente, e eu podia sentir seu coração disparado contra o meu peito. Magnus estava ao lado, sua postura firme e alerta, enquanto Tomaso, mesmo tentando parecer calmo, deixava transparecer a tensão em cada linha de seu rosto."Magnus," comecei, minha voz mais baixa, mas carregada de determinação. "Obrigado por manter todos a salvo. Como sempre, você fez o impossível parecer fácil."Ele apenas assentiu, sua expressão séria como sempre, mas havia algo em seus olhos que demonstrava o peso da responsabilidade que ele carregava."Mas eu decidi," continuei, olhando para Amber e depois para Tomaso. "Nós vamos para a It&aacut
GabrielaNo quarto, o silêncio só era interrompido pelo som dos passos de Magnus, que andava de um lado para o outro, claramente insatisfeito com minha decisão. Eu estava sentada na beirada da cama, os dedos brincando nervosamente com a barra do meu suéter enquanto buscava as palavras certas para convencê-lo."Magnus," comecei, minha voz baixa, mas firme. Ele parou e me olhou, o cenho franzido, os olhos escurecidos de preocupação. "Eu pensei muito sobre isso. Sei o que é importante para você, e estar com os Martinuccis agora é crucial. Eles precisam de você, Magnus. Você é mais do que um chefe de segurança para eles. É a linha de defesa deles."Ele cruzou os braços, balançando a cabeça em negação antes mesmo que eu terminasse. "Gabi, isso não significa que eu vou te deixar sozinha. Você é importante para mim."
LeonardoA movimentação pela mansão era intensa. As malas já estavam sendo carregadas pelos seguranças, e todos pareciam compartilhar a mesma tensão. A decisão de partir para a Itália tinha sido rápida, mas necessária. Não havia mais tempo a perder depois do ataque à nossa casa.Amber estava ao meu lado, quieta, mas eu sentia seu nervosismo. Sua mão agarrava a minha com força, como se precisasse se segurar em algo sólido para não desmoronar. Olhei para ela e apertei sua mão de volta, tentando passar alguma segurança."Vamos ficar bem," murmurei, mas nem eu estava completamente convencido. O peso da responsabilidade estava esmagador, e a incerteza sobre o que viria nos próximos dias não ajudava.Magnus apareceu na sala com um semblante sério, como sempre. "Os carros estão prontos. Vamos sair pela rota de
AmberA paisagem de Positano era de tirar o fôlego. As casas coloridas espalhadas pelas colinas, o mar azul ao fundo, o aroma de flores e sal no ar. Tudo era como um sonho, e por um momento, pensei que essa viagem poderia ser um novo começo. Mas a tensão que pairava no ar entre Leonardo e Magnus tornava difícil me permitir aproveitar completamente.Enquanto esperávamos no pátio do aeroporto para que os carros fossem organizados, observei Leonardo e Magnus sussurrando algo a poucos metros de distância. Magnus tinha a testa franzida, e Leonardo mantinha os braços cruzados, a mandíbula apertada. Era evidente que estavam discutindo algo importante, algo que não queriam compartilhar. Meu peito apertou, uma sensação de inquietação crescendo dentro de mim.Do lado oposto, as crianças estavam radiantes. Bella apontava para tudo ao redor – o céu límp
GabrielaDepois de horas intermináveis de viagem, finalmente avistei o letreiro desgastado que marcava a entrada de Missoula, Montana, minha cidade natal. O céu estava tingido por tons alaranjados do fim da tarde, e as montanhas que cercavam a região pareciam abraçar a pequena cidade, dando-lhe um charme único. Era estranho como o lugar parecia tão familiar e, ao mesmo tempo, tão distante, como se eu estivesse voltando para um mundo que tinha deixado para trás há séculos.Respirei fundo ao ver a casa onde cresci. As persianas azuis desbotadas ainda estavam lá, e o jardim, embora um pouco negligenciado, tinha as mesmas flores que minha mãe sempre cuidava com tanto carinho. A varanda de madeira rangia com o vento, como um velho amigo dando boas-vindas."É aqui, Gabi," murmurei para mim mesma, tentando reunir coragem para sair do carro. Meu coração estava dividi
LeonardoO trajeto do aeroporto até a casa da família Martinucci foi silencioso. No banco ao meu lado, Magnus revisava mensagens no celular, o cenho franzido como sempre quando algo o incomodava. Eu também estava afundado em pensamentos, segurando o volante com mais força do que deveria. Cada quilômetro percorrido só fazia minha raiva crescer.Peter estava livre.A simples ideia de que ele conseguira escapar, mesmo depois de termos feito de tudo para colocá-lo atrás das grades, era insuportável. Como um rato que escapa pelas frestas, ele se mostrava mais escorregadio do que jamais imaginei. O pior era saber que ele não agia sozinho. Sempre havia alguém puxando as cordas nos bastidores."Já está sendo considerado oficialmente um foragido?" perguntei, mantendo os olhos na estrada."Sim," Hobbins respondeu do outro lado da linha. "A políci
AmberO dia inteiro passei sentindo como se estivesse invisível para Leonardo. Ele estava trancado no escritório desde o momento em que chegamos, falando ao telefone, dando ordens e ignorando completamente todos ao redor. Eu entendia que ele carregava um fardo enorme, que fazia tudo isso para nos proteger. Mas entender não tornava a situação mais fácil.Não importava o quanto me dissesse que era para o bem da família, não conseguia afastar o sentimento de estar sendo deixada de lado. Nós éramos um time. E, agora, parecia que ele estava me excluindo de tudo, como se eu fosse incapaz de lidar com o peso das decisões que precisávamos tomar.Passei o dia tentando distrair as crianças, ajudando Bella e Louis a explorar o jardim e as fontes da propriedade. Eles riam, encantados com o espaço, mas, mesmo no meio de suas brincadeiras, eu via o brilho nos olhos deles s