Leonardo
Entrei no quarto e a encontrei exatamente como imaginei: Amber estava debruçada sobre a cama, dobrando roupas com cuidado enquanto montava as malas para a viagem. Cada movimento seu era meticuloso, como se arrumar as malas fosse mais do que uma tarefa prática; era quase um ritual.
Minha mente, no entanto, não estava focada na viagem. Estava presa em Magnus, que havia partido há horas e ainda não havia me dado qualquer notícia. A tensão pulsava em mim, transformando meu humor em algo fechado e sombrio.
Amber ergueu os olhos enquanto colocava uma blusa dobrada na mala. "Se você continuar andando de um lado para o outro desse jeito, vai acabar furando o chão."
Parecia que ela queria aliviar o peso que pairava no quarto, mas o sorriso no canto de seus lábios não encontrou eco em mim. Parei de andar e fiquei ali, a encarando por um momento antes de caminhar at
LeonardoMagnus estava no telefone, a seriedade habitual em sua voz, mas havia algo diferente – suas respostas eram curtas, quase calculadas, como se ele estivesse me preparando para algo muito pior. Conforme começava a passar as informações sobre Albus Cannon, senti minha paciência se desgastando com cada palavra que ele dizia."O garoto é um fantasma," ele começou, direto ao ponto. "Não está no banco de dados do governo ou da polícia, nenhum registro, nada. Não há pistas sobre ele em lugar algum. Parece que ele é apenas um laranja, alguém que traz e leva informações para terceiros.""Um laranja?" repeti, a frustração crescendo no meu peito. "Magnus, você está me dizendo que todo esse tempo, tudo o que temos é um moleque que nem sabe o que está fazendo?""Não exatamente," respondeu ele, com um tom c
AmberO som alto e repentino havia me tirado da cama. Assim como Louis, minha curiosidade foi mais forte do que a vontade de permanecer no quarto. Caminhei silenciosamente até a porta, entreabrindo uma fresta, vendo meu pequeno parado na frente de Leonardo, e por um momento, fiquei apenas observando. A ternura do jeito que Leo falava com Louis, explicando que o barulho era de um "bichinho na parede", quase me fez sorrir, mas eu sabia que aquilo era apenas para não impressionar o meu pequeno.Esperei até Louis voltar para a sala antes de me mover. Meu instinto me dizia que Leo estava carregando mais do que estava disposto a admitir. Quando ele desligou o telefone, abri a porta lentamente, ficando na soleira enquanto o encarava."Então?" perguntei, minha voz baixa, mas carregada de expectativa.Leonardo suspirou, passando a mão pelos cabelos em um gesto que só fazia quando estava completamente exasp
LeonardoA viagem para Vegas foi mais curta do que eu imaginava, mas para Amber, parecia que tinha durado uma eternidade. Desde o momento em que o avião começou a perder altitude, percebi algo errado. Seu rosto estava pálido, e ela segurava o braço da poltrona com tanta força que seus dedos estavam brancos."Amber," murmurei, inclinando-me para perto dela. "Você está bem?"Ela balançou a cabeça levemente, os olhos fechados enquanto respirava fundo. "Estou... só um pouco enjoada," respondeu, mas sua voz fraca não ajudou em nada a acalmar minha preocupação.Assim que o avião pousou, pedi para todos esperarem enquanto nos preparávamos para sair. Amber tentou se levantar, mas cambaleou levemente, e eu a segurei antes que ela pudesse cair."Amor, você não está bem," disse, minha voz mais dura do que pretendia
LeonardoVegas tinha um brilho único, uma energia que parecia pulsar no ar desde o momento em que aterrissamos. Apesar disso, minha mente estava focada na Delux e no contrato que estava prestes a ser assinado. Um passo importante para a MGroup, mas, no fundo, minha maior preocupação era Amber. Ela havia passado mal assim que desembarcamos, e isso me deixou ainda mais alerta.Estava terminando de ajustar a gravata em frente ao espelho quando ouvi a porta do banheiro se abrir. Virei-me e a vi sair, desl
AmberO endereço da Delux era tão imponente quanto os hotéis do grupo que estávamos prestes a incorporar ao MGroup. A fachada moderna, com linhas arquitetônicas arrojadas e detalhes que misturavam luxo e sofisticação, parecia refletir a filosofia que Leonardo sempre buscou em seus empreendimentos.Assim que o carro parou, Leonardo deu a volta rapidamente para abrir minha porta. Ele estendeu a mão para mim, um gesto simples, mas que sempre carregava algo íntimo e carinhoso. Segurei sua mão enquanto ele me ajudava a descer, entrelaçando nossos dedos logo em seguida."Pronto?" perguntei, olhando para ele.Seu sorriso carregava a confiança de quem já sabia a resposta. "Estou pronto há tempo demais para assinar esse contrato."Sorri de volta, apertando sua mão levemente. "Então, vamos fazer isso."Quando entramos no prédio, fomos
LeonardoSaímos da Delux com um sorriso que parecia não caber no rosto. O contrato finalmente assinado era mais do que um marco para a MGroup; era a prova de que nosso trabalho, nossa dedicação, estava valendo a pena. Mas, para mim, aquele momento era especial por outro motivo: Amber estava ao meu lado, radiante, como sempre."Conseguimos," comemorei, minha voz carregada de entusiasmo enquanto entrava no carro. "Esse contrato foi um dos maiores desafios, e agora está assinado." Olhei para Amber, que estava com os olhos brilhando. "E você estava lá, como deveria ter sido desde o começo."Amber riu, o som leve e contagiante. "Eu só fiquei sentada e sorri para as pessoas, Leo. A estrela foi você.""Não se subestime," retruquei, entrelaçando meus dedos com os dela. "Você sabe que sem você, nada disso teria acontecido. Hoje eu entendo, que de alguma forma, esse era o momento certo. Sem mentiras, sem pressão, com tudo ocorrendo da forma correta."Ela ape
LeonardoVegas tinha algo mágico, algo que transformava até os momentos mais simples em algo memorável. Depois do restaurante e do cassino, Amber estava radiante, e seu sorriso parecia iluminar tudo ao redor. Meu peito se enchia de orgulho e felicidade cada vez que a olhava. Mas enquanto caminhávamos pelas ruas cheias de luzes, ela parou de repente, seus olhos brilhando com algo que eu não via há algum tempo: pura emoção.Diante de nós, uma capela pequena e charmosa estava decorada com flores brancas e luzes que piscavam suavemente. O som de risadas e aplausos ecoava enquanto um casal saía, recém-casados, com sorrisos radiantes e lágrimas nos olhos.Amber ficou ali, imóvel, observando a cena com tanta intensidade que parecia estar gravando cada detalhe em sua memória."B.?" chamei suavemente, tocando seu ombro. "O que foi?"Ela piscou, como se tivesse
AmberVoltamos para o hotel e, antes que eu pudesse abrir a porta do quarto, Leonardo me surpreendeu ao me pegar no colo com uma facilidade que só ele parecia ter. Um grito de surpresa escapou dos meus lábios, seguido por uma gargalhada."Leo, o que você está fazendo?!" exclamei, tentando não me debater muito."Entrando com minha esposa no quarto como manda a tradição," ele respondeu com um sorriso travesso."Você é louco," ri, enquanto envolvia meu braço ao redor do pescoço dele."Pode até ser," disse ele, sem perder o ritmo. "Mas não vou arriscar anos de azar por não cumprir isso como deve ser."Eu apenas ri, me rendendo ao momento. Ele atravessou o quarto comigo nos braços, e foi só quando me colocou no chão que percebi o que estava ao nosso redor. Meu coração quase parou.O quarto estava completamente