Peter
"Ainda estou tentando entender como você deixou que meu exame desse negativo." Minha voz ecoa pelo escritório, carregada de fúria. Meus punhos batem na mesa, fazendo os papéis tremerem. O advogado à minha frente, um homem de meia-idade com a expressão de quem foi pego em flagrante, recua alguns passos.
"Senhor Calton," ele gagueja, tentando encontrar as palavras certas. "Eu... eu providenciei a fraude do exame do senhor Martinucci. Não foi especificado que-"
"Não foi especificado?" minha risada amarga corta o ar, preenchendo o espaço com uma tensão palpável. "Você tinha uma única função, uma tarefa simples: garantir que eu fosse o pai daquelas crianças. Qual parte disso escapou à sua compreensão?"
"Eu... eu..." ele gagueja, o rosto já coberto de suor. "Eu não pensei direito, senhor Calton."
LeonardoO som das risadas das crianças preenche a sala como música, uma melodia que dissolve as tensões e faz meu coração transbordar. Depois do pânico de mais cedo, vê-los brincando e sorrindo novamente é um alívio indescritível. Amber está ao meu lado, os olhos fixos neles com um misto de amor e preocupação, as emoções dançando em seu rosto.Magnus se aproxima com discrição, mas sua postura firme e expressão séria denunciam a urgência da mensagem. "Senhor, a audiência está marcada para daqui a duas horas.""Obrigado Magnus, deixe o carro pronto para sairmos em uma hora." falo, passando as mãos pela calça.Amber vira-se para mim, os olhos cheios de perguntas que ela não precisa verbalizar. "Você acha que Peter pode ter fraudado os outros exames também?" Sua voz sai
AmberO corredor do tribunal parecia sufocante, embora o ar condicionado mantivesse uma temperatura agradável. Minhas mãos estavam inquietas, e meu olhar vagava pelo ambiente à procura de qualquer sinal de Peter. Nada. A ausência dele era uma mistura de alívio e inquietação."Ele pode simplesmente não vir?" perguntei, minha voz carregando a tensão que parecia se acumular desde o momento em que saímos de casa.Leonardo, ao meu lado, pousou uma mão firme na base das minhas costas, oferecendo-me seu conforto silencioso. "Pode, sim. O advogado pode representá-lo.""Então ele desistiu?" arrisquei, tentando buscar esperança em suas palavras."Ele deve ter percebido que perdeu," Leonardo respondeu com aquele meio sorriso que sempre me deixava mais calma. "E, francamente, acho que ele não quer passar pela humilhação de enfrentar o ób
LeonardoO ar da nossa casa parecia diferente, mais leve, mais vibrante. Cada passo que dava ao lado de Amber era impulsionado por uma alegria que parecia crescer no meu peito, quase sufocante de tão intensa. Assim que atravessamos o corredor em direção à sala de jantar, pude ouvir as risadas das crianças, cristalinas e cheias de vida, misturadas às vozes animadas dos meus pais e aos comentários alegres de Nonna.Quando paramos na entrada, a cena diante de nós era como um retrato perfeito. Meu pai estava ajudando Louis a pegar um pedaço de comida com o garfo, enquanto minha mãe pacientemente limpava o rostinho de Bella com um guardanapo. Nonna fazia caretas exageradas, arrancando gargalhadas dos dois pequenos, que pareciam esquecer de comer enquanto se divertiam.Senti o peso do momento em meu peito, como se o universo estivesse me dando um presente que nunca soube que precisa
AmberA felicidade vibrava em mim enquanto acompanhava Bella e Louis pelo parque de rua. A alegria estampada em seus rostinhos era contagiante. Cada risada, cada corrida em direção a algo novo, fazia meu coração se aquecer. Leonardo estava ao meu lado, e sua presença sólida fazia tudo parecer possí
Amber"Consegue andar?" Magnus perguntou, a voz baixa, mas cheia de urgência. Seus olhos avaliavam cada detalhe do meu estado, enquanto eu tentava me manter de pé."Sim..." comecei a responder, mas minhas pernas cederam, tremendo tanto que ele não hesitou. Num único movimento, me ergueu em seus braços como se eu fosse leve como uma pluma."Esconda o rosto," ele murmurou. Não era um pedido; era uma ordem. Enterrei meu rosto em seu peito, envergonhada e completamente arrasada. Não queria que ninguém me visse assim — machucada, humilhada, frágil. Joguei meus cabelos sobre o rosto, para evitar qualquer foto de algum paparazzi a paisana.Magnus caminhou rápido até o carro, seus passos firmes e decididos. Assim que me colocou no banco de trás, fechou a porta e entrou no banco do motorista. O motor rugiu, e partimos.Foi então que o pânic
LeonardoDesligo o celular tremendo de raiva. Nem mesmo no dia mais importante da nossa vida tínhamos um pouco de paz."Cadê a mamãe?" A vozinha de Louis corta o ar como uma faca, carregada de preocupação infantil que só faz meu coração apertar ainda mais."Ela não estava se sentindo bem, piccolo," respondo com uma calma que não sinto, enquanto forço um sorriso para tranquilizá-lo. "Magnus a levou para casa para descansar."Bella puxa minha camisa, seus olhos grandes e brilhantes fixos em mim. "A mamãe tá doente, papai?""Não é nada sério, principessa," murmuro, passando a mão em seu cabelo. "Ela só precisa descansar um pouco, está bem?"Meus pais, sentados à mesa com os gêmeos, trocam olhares carregados de preocupação. Mamma tenta disfarçar, mas seus olhos revelam tudo.
LeonardoAndava de um lado para o outro no escritório, a raiva fervendo em meu sangue. O rosto machucado de Amber assombrava minha mente, como um lembrete cruel de minha falha em protegê-la."Como isso aconteceu, Magnus?" parei abruptamente, encarando-o. "Onde você estava que não percebeu o perigo?"Magnus manteve a postura rígida, mas a tensão era visível em cada linha de seu rosto. "Estava do lado de fora do banheiro, chefe. Não imaginei que ela pudesse ser atacada lá dentro. Não foi uma falha de protocolo, mas eu... eu sinto muito.""Sentir muito?" Minha voz explodiu, ecoando pelo escritório, enquanto eu batia a palma da mão na mesa. "Sentir muito não vai apagar os hematomas dela! Sentir muito não vai livrá-la do trauma! Precisamos ser melhores, Magnus. Mais rápidos. Não admito que isso aconteça de novo!"Respirei fundo, te
AmberA voz da Dra. Gabriela flutuava em algum lugar distante, abafada pelo peso do meu próprio medo. Apesar disso, os espasmos começaram a diminuir, deixando apenas um tremor fraco em minhas mãos e o eco das ameaças ainda martelando em minha mente."Amber," ela chamou suavemente, puxando minha atenção. "Você consegue me ouvir?"Último capítulo