Era incrível como um dia que devia ser só de alegria parecia que terminaria em um final trágico. Seu filho continuava em uma mesa operatória, ainda não pode ver sua esposa ou conhecer sua filha, e agora tinha um novo problema para resolver: e a culpada era Holly. De tudo que estava acontecendo naquele dia, ela era a culpada. Começou por causa dela e terminaria também por causa dela. E isso estava irritando aquela família de uma forma que eles não conseguiam suportar. Suportar ter de esperar, suportar ter de fazer nada, suportar, suportar, suportar... Finn ordenou que eles não fizessem nada. Não fossem atrás de Holly e menos ainda tentar manobrar o que ela estava causando. Porque no fim poderia voltar para eles, como eles tentavam fazer com que não acontecesse, por mais que soubessem que seria bem complicado agora que sabiam o plano maquiavélico de Holly. Mas Liam não era idiota. Ele sabia como proteger seus filhos. Todos eles, inclusive Bryan. Provavelmente aconteceria o pior. Finn p
Um momento de silêncio aconteceu, mas só até um dos policiais se pronunciar: — Eu sinto muito, sr. Kavanagh. — Nathan, é com você. — Pai? O senhor não vai vê-lo? — Ele tem que vir conosco. Agora. Thomas fechou as mãos em punhos ao escutar o policial. — Ele está bem, e eu já fico feliz por isso. — Sentimos muito ter que fazer isso, mas... — Vão algemá-lo? Precisa mesmo disso? — Está tudo bem, Killian. – Diz, se virando de costas para o policial mais perto de si. — Espere! – Luna gritou. – Só um pouco. Ele ainda não pegou a filha dele no colo. E ela acabou de nascer. Deixe-o só sentir o cheirinho dela ao menos uma vez. O coração de Liam bateu mais forte quando viu um bebê nos braços de uma médica de cabelos castanhos. Ela se aproximava com calmaria, e um sorriso nos lábios. Ele então se aproximou ao perceber que o policial se afastou um pouco. Seu corpo tremia um pouco, mas ainda assim pegou a bonequinha toda embalada dos braços da médica. Linda. Sua filha era linda. C
Bryan não tinha dito uma palavra. Mesmo depois de ele escutar tudo o que aconteceu, mesmo depois de ele compreender seu pai, ainda que não tivesse lido sua carta. Não conseguia parar de pensar que se não tivesse ido atrás de Holly, agora seu pai não estaria preso. Era injusto. E triste. E pensava se sua mãe não estaria odiando-o naquele momento. Seria compreensível se ela o odiasse. Ele merecia. Se não tivesse ido atrás de Holly, se não tivesse ido atrás da mulher que o abandonou no corpo de bombeiros, nada disso estaria acontecendo. Sua mãe não teria tido Lívia sozinha e seu pai não estaria preso e longe da família. Seus irmãos também deveriam odiá-lo, mas não, eles estavam ali ao seu lado junto de Nathan. Apoiando. E prometendo a ele que tudo ficaria bem, mesmo que soubessem que poderia demorar para tudo realmente ficar bem. Talvez anos. Não gostava nem de pensar em seu pai preso por anos. — Sabe, ele ficou muito preocupado com os planos de Akemi. Ele queria evitar que você fosse
Por mais que a situação não fosse das melhores, Mia conseguia se tranquilizar com Bryan em seus braços. Antes, ele estava tão agitado, mas agora, dormia tão calmo. Ele tinha um sono bom, e esperava que esse sono continuasse bom. Não queria que ele tivesse pesadelos. Já tinha sido tão difícil ver seus gêmeos entristecidos. Natalie então, estava “acabada”. Talvez porque além de saber que o pai estava preso, ela viu o momento em que o levaram. Não deve ter sido uma cena legal de se ver. Legal. Deve ter sido um horror. Ela mesmo imaginava como deve ter sido, e já chegava a chorar desesperadamente. Seu marido sendo algemado, pessoas comentando sobre isso, ele em um carro de polícia... e dentro de uma cela. Ele não merecia. Sua família não merecia estar passando por tamanho sofrimento. Se eles não tiveram baixado a guarda com Holly, por Bryan, pela felicidade dele e para que ele não se revoltasse com eles, tudo teria sido diferente. E agora podia compreender por que seu garotinho estava tão
Liam andava devagar. Mesmo que estivesse ali há apenas dois dias, ainda assim era irritante. Mas aguentaria bem. Ele fazia aquilo por sua família, e não se arrependia. Só precisava esperar pelo momento em que finalmente Holly seria desmascarada e ele poderia voltar para a família. Mas nem por isso estava sendo fácil. Menos ainda quando disseram que ele tinha visita. Não queria ver ninguém. Não seria nada legal. Não queria que sua família o visse com aquela cara de cansado. Pensou que poderia ser Killian novamente. Ou Ryan, mesmo que seu irmão já tivesse avisado que os papeis tinham sido assinados pelo Juiz. O que queria dizer que seu filho estava a salvo. Talvez seu pai estivesse ali, ao invés de Ryan e Killian , ou sua mãe, teimosa como era, não iria escutar seu apelo. Mas não. Não era nenhum deles. Seu coração disparou, e ele não conseguiu andar mais quando a viu. Por pelo menos dois minutos. Ele ao menos achava que tinha se passado dois minutos até ele voltar a andar, agora mais ap
DEZ DIAS DEPOIS Bryan estava todo perdido em pensamentos. Durante todo o caminho, que ele não estava ligando muito por onde passava, ele se perdia em pensamentos. Pensava em seus irmãos menores, e em como eles deviam estar sentindo falta do pai, pensava em Natalie e em Thomas, por terem presenciado toda a cena horrível entre os policiais e seu pai, em sua mãe, que não pode nem ao menos se despedir de seu pai, e que tinha que se manter firme e forte, porque Lívia era uma bebê que precisava de toda a atenção para ela, e também pensava em seu pai, em uma cela, sozinho e preso por algo que não fez. Era injusto. Aquele sofrimento todo era injusto. E novamente, ali estava Bryan, se culpando. — Está se sentindo bem? Bryan olhou para o pai, sabendo que ele perguntava sobre os pontos na barriga. — Sim, eu estou. — Se sentir alguma dor, avisa. Bryan apenas balançou a cabeça, se virando para o vidro novamente. — Filho. Bryan o olhou novamente. — Eu quero te pedir um favor. Bryan
— Eu queria poder ajudar mais, perdão. — Já tem ajudado bastante ficando atenta a todos os passos de Holly. Bryan estava escondido na cozinha, apenas observando e escutando atentamente ao que o pai conversava com a moça de cabelos ruivos e olhos azuis. Ou seriam verdes? Ou seriam ambos? Ah, ele não se importava, apesar de achar os olhos dela tão lindos. A verdade, era que ele normalmente não escutaria conversa alheia, mas quando aquela mulher apareceu e ela começou a falar sobre Holly, ele mandou sua educação para o espaço. Ela conhecia e trabalhava com Holly. Não só isso, estava próxima a ela o bastante para tentar descobrir qualquer coisa que pudesse tirar seu pai, o outro no caso, da cadeia. Então só por isso, ele já não só era grato, como já estava ansioso para conhecê-la. — Ela está... nervosa. Reclamona. Está fazendo um estrago atrás de um estrago na agência, vai acabar sendo demitida. — Isso seria ruim, porque vocês não estariam mais juntas. — Ela tem confiado em mim.
DIAS DEPOIS — Olá, filho. Bryan tinha um sorriso nos lábios, mas que se desfez no momento em que abriu a porta e encontrou aquela mulher diante dele. Sabia que ela apareceria em algum momento, sabia que ela jamais deixaria de insistir em ter uma conversa com ele, que só ainda não aconteceu porque seu pai tinha conseguido uma liminar para que ela não procurasse pelo filho por enquanto. Ao menos enquanto ele estivesse se recuperando depois de um acidente terrível, que só aconteceu depois de ele escutar ela falar mal das pessoas que o criaram. O juiz concordou, é claro. Era uma situação complicada e que deveria resolver com cautela. — Holly. Ele não queria dizer alto e em bom tom aquele nome. Que lhe causava asco, vale ressaltar. Mas Alice estava em casa. E aquela mulher a sua frente não poderia encontrá-la ali. Sabia que seu pai a esconderia rapidamente, e só por isso não bateu à porta na cara dela, principalmente quando ela poderia colocar o pé para impedir e entrar na cara sem s