— Pai. Liam ficou um tanto surpreso por ver Bryan. Primeiro porque pediu, praticamente implorou, para que Mia não o deixasse ir visitá-lo, e segundo porque achou que ele já teria voltado a frequentar as aulas. Àquela hora do dia, ele devia estar na escola. Mesmo assim, se sentiu feliz por vê-lo. Por perceber que ele realmente estava bem. Que tinha tido uma ótima recuperação, como seus irmãos, cunhados e esposa contaram quando o visitaram. Sempre que recebia uma visita perguntava sobre cada um de seus filhos. Bryan em especial por causa de sua condição. E era tão bom saber que o perigo passou e que ele estava totalmente recuperado. — Senti sua falta. Quando o abraçou, seu coração se acalmou de imediato. Sentiu os braços dele em volta de si e aquele sentimento de que não havia mais com o que se preocupar apossou de si. Ele finalmente poderia se tranquilizar. Apesar de a situação em que estavam não fosse a melhor, apesar de ainda estar preso, ao menos seus filhos estavam bem. — Ve
— Urgh. Vocês deviam ir para um quarto. Belle empurrou o namorado, corando dos pés à cabeça enquanto descia a saia do vestido. Ela começava a pensar que não tinha muita sorte quando estava namorando ali na casa de Thomas. Sempre acontecia de ser flagrada por alguém. Já tinha acontecido duas vezes com sua cunhada e era a terceira vez que acontecia com Bryan. Não sabia como, mas ao menos ainda não tinha acontecido com sua sogra e sogro, e ela agradecia aos céus por isso. — O que está fazendo aqui, moleque? — Essa ainda é minha casa. — Abusadinho, você não devia estar com seu pai? — Ele tinha coisas importantes a fazer, e por isso me deixou aqui. Thomas suspirou e se jogou na poltrona ao lado, sabendo que seu namoro tinha ido por água abaixo graças a Nathan. Não tiraria mais nenhuma lasquinha de sua garota, não enquanto seu irmão mais novo estivesse ali. Se ao menos fosse apenas os trigêmeos, estaria no lucro. Aqueles três preferiam destruir o jardim a atrapalhar seu namoro.
— Sabia que ia me procurar. Nathan observou aquele sorriso presunçoso, e sua vontade era de pegar ela pelos cabelos e fazer ela pagar por tudo que vinha fazendo. Mas ele não era homem de bater em uma mulher, mesmo que essa fosse Holly. Mesmo que ela merecesse. Ele poderia ser esquentadinho, mas jamais encostou em uma só mulher, nem mesmo na irmã, apesar de ela ter sido uma criança birrenta e sem educação. O único motivo de estar ali era por Bryan. Por seu filho, ele era capaz de tudo. Já era um milagre ele ser pai, mais ainda poder conviver com essa criança, e por ela o chamar de amar, e o amar, e aceitar morar com ele. Era um milagre. Ele abandonou Bryan. Não que tivesse a intenção de fazer isso com um filho realmente dele, mas mesmo assim, o fez. Se tivesse feito um exame de DNA seu filho não teria vivido em um orfanato, mas também não teria conhecido aquelas pessoas incríveis que deu a ele um nome e uma família. As coisas aconteceram como aconteceram, e de alguma forma deu tudo
— Você não vai fazer isso. — Nada que diga vai me fazer mudar de ideia. — Me fez uma promessa. — E eu estou cumprindo-a. Na verdade, eu estou fazendo melhor. Estou te devolvendo a sua família. — Acabando com sua vida no processo. — É só um casamento idiota, nem vai valer nada. — No papel vai. Nathan sabia que Liam não iria gostar, ou aceitar, e que iria tentar de tudo fazê-lo mudar de ideia, mas nada do que ele poderia dizer o faria voltar atrás. Era o certo a se fazer. E depois de conversar com Finn Quigley, percebeu que sim, ele estava fazendo o melhor. Só assim Liam estaria livre. Holly inventaria uma desculpa, daria um novo depoimento, entregaria novas provas, e pronto. Liam estaria livre em menos de vinte horas. Logo após seu casamento. — Não faça isso. — Eu devo isso a vocês de alguma forma. — Por quê? Porque apareceu na vida do Bryan? Ou porque se tornou seu pai também? Você foi essencial para o nosso filho se sentir mais seguro, você o ajudou a compreender sua
Por onde passava, havia uma revista ou uma manchete com o título: “O casamento da golpista”. Era o título do ano. Ou deveria ser, se não tivesse um outro mais chamativo e que chegou trazendo revelações. Todos queriam saber quem era a golpista e qual foi o golpe que ela deu no “marido”. Havia também alguns outros títulos, alguns pesados até demais, mas nem por isso fez com que Mia, ou alguém da família dela sentir pena de Holly. Ela merecia ser tachada como golpista. Ou como chantagista. Ou como “o diabo veste ganância”. Um dos títulos de uma das revistas mais aclamadas pela cidade. Primeiro por causa do título incrivelmente curioso e segundo porque era de um editor novo na cidade. Tudo que sabiam era que ele era anônimo e que a revista dele se chamava: Precious. Mia pegou a revista nas mãos, dando uma foleada antes de pagar. Normalmente ela não gostava de saber sobre as fofocas, mas aquilo era diferente. Era sobre Holly. Era sobre Nathan. E também poderia muito bem ser sobre Bryan.
— Irmãozinho, você está arrasando corações, é isso mesmo? Bryan corou, e se sentiu um idiota por ter falado sobre o que aconteceu com a mãe, estando ambos seus irmãos mais velhos em casa. Era para ser segredo. Só falou com ela sobre, porque não sabia como ser ele mesmo com Hope agora que sabia que ela gostava dele. Se Henry não tivesse contado, ele nunca saberia. Não que não gostasse da irmã do amigo, ou que ela não fosse bonita. Na verdade, ela era muito bonita, mas ele tinha quase dez anos, e ela já tinha completado os dez. Não pensava em garotas ainda. Até porque, com sua vida complicada e cheia de emoções, como ele iria pensar nelas? Mesmo Hope estando ao seu lado quase que sempre. E agora não parava de pensar que ela deve estar se sentindo envergonhada, chateada e pensando se ele não começaria a tratar ela diferente, e tudo por culpa do linguarudo do irmão dela. — Que fofinho. — Thomy, deixe-o em paz. — Mãe, eu quero ajudar meu irmão a conquistar a garota. — Ele não quer
— Bryan. O menino percebeu a surpresa nos olhos do pai, o que já era esperado por ele. — Não vai me abraçar? Não houve resposta. — Tudo bem, eu faço isso. E então Bryan se aproximou, abraçando o pai, que o correspondeu após um segundo, relaxando. A tensão no corpo de Nathan evaporou no instante em que teve o filho em seus braços. Foram tantos dias se perguntando se ele estava bem. Emocionalmente, no caso, já que ele era um tanto sensível quando o assunto era “família”. Ele podia estar muito feliz por ter o outro pai de volta em casa, mas não queria dizer que estava completamente feliz, não quando não podia ver o outro pai. Nathan também se sentia mal. Triste. Com saudades. Mas foi a única forma de fazer com que Holly deixasse aquela família, o que incluía seu garotinho, em paz. Se ela soubesse que eles ainda estavam se vendo, ela poderia imaginar em sua cabecinha, que ele estava tramando contra ela. E ele realmente estava. — Senti sua falta. — Eu também senti. – Suspirou.
Liam entrou naquela casa, que mais parecia um labirinto, como uma que ele morou quando era mais novo, observando tudo atentamente. Atrás dele, estavam seus dois filhos mais velhos, seu filho mais novo e Hope. Sim, a garotinha insistiu que estaria ao lado do melhor amigo, e o pai do menino não teve opção a não ser concordar. Enquanto isso, Nathan fazia o trabalho de manter Holly bem longe daquela casa. Não foi fácil tirá-la dali, menos ainda de forma que ela não desconfiasse de nada. Mas ela era gananciosa e quando o “marido”, no seu modo tanto faz, insistiu para que ela comprasse um vestido e um sapato por causa da festa da empresa que aconteceria no fim da semana, ela aceitou. Tudo como planejado. Ela nunca iria desconfiar da festa da empresa de Nathan. E menos ainda quando ele era obrigado a levá-la como sua esposa. O que de certa forma fazia com que ele se enojasse por saber que teria de passar mais de três horas com ela ao seu lado. Mia tinha ficado em casa com os mais novos. So