Por mais que a situação não fosse das melhores, Mia conseguia se tranquilizar com Bryan em seus braços. Antes, ele estava tão agitado, mas agora, dormia tão calmo. Ele tinha um sono bom, e esperava que esse sono continuasse bom. Não queria que ele tivesse pesadelos. Já tinha sido tão difícil ver seus gêmeos entristecidos. Natalie então, estava “acabada”. Talvez porque além de saber que o pai estava preso, ela viu o momento em que o levaram. Não deve ter sido uma cena legal de se ver. Legal. Deve ter sido um horror. Ela mesmo imaginava como deve ter sido, e já chegava a chorar desesperadamente. Seu marido sendo algemado, pessoas comentando sobre isso, ele em um carro de polícia... e dentro de uma cela. Ele não merecia. Sua família não merecia estar passando por tamanho sofrimento. Se eles não tiveram baixado a guarda com Holly, por Bryan, pela felicidade dele e para que ele não se revoltasse com eles, tudo teria sido diferente. E agora podia compreender por que seu garotinho estava tão
Liam andava devagar. Mesmo que estivesse ali há apenas dois dias, ainda assim era irritante. Mas aguentaria bem. Ele fazia aquilo por sua família, e não se arrependia. Só precisava esperar pelo momento em que finalmente Holly seria desmascarada e ele poderia voltar para a família. Mas nem por isso estava sendo fácil. Menos ainda quando disseram que ele tinha visita. Não queria ver ninguém. Não seria nada legal. Não queria que sua família o visse com aquela cara de cansado. Pensou que poderia ser Killian novamente. Ou Ryan, mesmo que seu irmão já tivesse avisado que os papeis tinham sido assinados pelo Juiz. O que queria dizer que seu filho estava a salvo. Talvez seu pai estivesse ali, ao invés de Ryan e Killian , ou sua mãe, teimosa como era, não iria escutar seu apelo. Mas não. Não era nenhum deles. Seu coração disparou, e ele não conseguiu andar mais quando a viu. Por pelo menos dois minutos. Ele ao menos achava que tinha se passado dois minutos até ele voltar a andar, agora mais ap
DEZ DIAS DEPOIS Bryan estava todo perdido em pensamentos. Durante todo o caminho, que ele não estava ligando muito por onde passava, ele se perdia em pensamentos. Pensava em seus irmãos menores, e em como eles deviam estar sentindo falta do pai, pensava em Natalie e em Thomas, por terem presenciado toda a cena horrível entre os policiais e seu pai, em sua mãe, que não pode nem ao menos se despedir de seu pai, e que tinha que se manter firme e forte, porque Lívia era uma bebê que precisava de toda a atenção para ela, e também pensava em seu pai, em uma cela, sozinho e preso por algo que não fez. Era injusto. Aquele sofrimento todo era injusto. E novamente, ali estava Bryan, se culpando. — Está se sentindo bem? Bryan olhou para o pai, sabendo que ele perguntava sobre os pontos na barriga. — Sim, eu estou. — Se sentir alguma dor, avisa. Bryan apenas balançou a cabeça, se virando para o vidro novamente. — Filho. Bryan o olhou novamente. — Eu quero te pedir um favor. Bryan
— Eu queria poder ajudar mais, perdão. — Já tem ajudado bastante ficando atenta a todos os passos de Holly. Bryan estava escondido na cozinha, apenas observando e escutando atentamente ao que o pai conversava com a moça de cabelos ruivos e olhos azuis. Ou seriam verdes? Ou seriam ambos? Ah, ele não se importava, apesar de achar os olhos dela tão lindos. A verdade, era que ele normalmente não escutaria conversa alheia, mas quando aquela mulher apareceu e ela começou a falar sobre Holly, ele mandou sua educação para o espaço. Ela conhecia e trabalhava com Holly. Não só isso, estava próxima a ela o bastante para tentar descobrir qualquer coisa que pudesse tirar seu pai, o outro no caso, da cadeia. Então só por isso, ele já não só era grato, como já estava ansioso para conhecê-la. — Ela está... nervosa. Reclamona. Está fazendo um estrago atrás de um estrago na agência, vai acabar sendo demitida. — Isso seria ruim, porque vocês não estariam mais juntas. — Ela tem confiado em mim.
DIAS DEPOIS — Olá, filho. Bryan tinha um sorriso nos lábios, mas que se desfez no momento em que abriu a porta e encontrou aquela mulher diante dele. Sabia que ela apareceria em algum momento, sabia que ela jamais deixaria de insistir em ter uma conversa com ele, que só ainda não aconteceu porque seu pai tinha conseguido uma liminar para que ela não procurasse pelo filho por enquanto. Ao menos enquanto ele estivesse se recuperando depois de um acidente terrível, que só aconteceu depois de ele escutar ela falar mal das pessoas que o criaram. O juiz concordou, é claro. Era uma situação complicada e que deveria resolver com cautela. — Holly. Ele não queria dizer alto e em bom tom aquele nome. Que lhe causava asco, vale ressaltar. Mas Alice estava em casa. E aquela mulher a sua frente não poderia encontrá-la ali. Sabia que seu pai a esconderia rapidamente, e só por isso não bateu à porta na cara dela, principalmente quando ela poderia colocar o pé para impedir e entrar na cara sem s
— Pai. Liam ficou um tanto surpreso por ver Bryan. Primeiro porque pediu, praticamente implorou, para que Mia não o deixasse ir visitá-lo, e segundo porque achou que ele já teria voltado a frequentar as aulas. Àquela hora do dia, ele devia estar na escola. Mesmo assim, se sentiu feliz por vê-lo. Por perceber que ele realmente estava bem. Que tinha tido uma ótima recuperação, como seus irmãos, cunhados e esposa contaram quando o visitaram. Sempre que recebia uma visita perguntava sobre cada um de seus filhos. Bryan em especial por causa de sua condição. E era tão bom saber que o perigo passou e que ele estava totalmente recuperado. — Senti sua falta. Quando o abraçou, seu coração se acalmou de imediato. Sentiu os braços dele em volta de si e aquele sentimento de que não havia mais com o que se preocupar apossou de si. Ele finalmente poderia se tranquilizar. Apesar de a situação em que estavam não fosse a melhor, apesar de ainda estar preso, ao menos seus filhos estavam bem. — Ve
— Urgh. Vocês deviam ir para um quarto. Belle empurrou o namorado, corando dos pés à cabeça enquanto descia a saia do vestido. Ela começava a pensar que não tinha muita sorte quando estava namorando ali na casa de Thomas. Sempre acontecia de ser flagrada por alguém. Já tinha acontecido duas vezes com sua cunhada e era a terceira vez que acontecia com Bryan. Não sabia como, mas ao menos ainda não tinha acontecido com sua sogra e sogro, e ela agradecia aos céus por isso. — O que está fazendo aqui, moleque? — Essa ainda é minha casa. — Abusadinho, você não devia estar com seu pai? — Ele tinha coisas importantes a fazer, e por isso me deixou aqui. Thomas suspirou e se jogou na poltrona ao lado, sabendo que seu namoro tinha ido por água abaixo graças a Nathan. Não tiraria mais nenhuma lasquinha de sua garota, não enquanto seu irmão mais novo estivesse ali. Se ao menos fosse apenas os trigêmeos, estaria no lucro. Aqueles três preferiam destruir o jardim a atrapalhar seu namoro.
— Sabia que ia me procurar. Nathan observou aquele sorriso presunçoso, e sua vontade era de pegar ela pelos cabelos e fazer ela pagar por tudo que vinha fazendo. Mas ele não era homem de bater em uma mulher, mesmo que essa fosse Holly. Mesmo que ela merecesse. Ele poderia ser esquentadinho, mas jamais encostou em uma só mulher, nem mesmo na irmã, apesar de ela ter sido uma criança birrenta e sem educação. O único motivo de estar ali era por Bryan. Por seu filho, ele era capaz de tudo. Já era um milagre ele ser pai, mais ainda poder conviver com essa criança, e por ela o chamar de amar, e o amar, e aceitar morar com ele. Era um milagre. Ele abandonou Bryan. Não que tivesse a intenção de fazer isso com um filho realmente dele, mas mesmo assim, o fez. Se tivesse feito um exame de DNA seu filho não teria vivido em um orfanato, mas também não teria conhecido aquelas pessoas incríveis que deu a ele um nome e uma família. As coisas aconteceram como aconteceram, e de alguma forma deu tudo