— Irmão, é verdade que você tem duas mamães? Bryan ficou chocado, até porque seus irmãos menores não sabiam sobre Holly. Mas claro que eles iriam juntar um mais um, afinal, eles sabiam sobre Nathan. Desde que se viram pela primeira vez, ele vinha participando muito de sua vida, o que consequentemente o fazia fazer parte da sua família. Mas ainda assim, eles nunca perguntaram sobre Holly. A outra mãe. E achou até bom, afinal, não tinha intenções de ter nenhum contato com ela naquela época. — Você já a conheceu? — Ela é boa como o Nate? Seus irmãos estavam enchendo-o de perguntas e ele não sabia o que dizer. Eles eram pequenos, tinham apenas cinco anos. O que diria? Que Holly não era uma boa pessoa e que se ele pudesse estaria bem longe dela? — Ela é bonita? — Ahá. Encontrei vocês, pestinhas. Bryan quase agradeceu bem alto quando Thomas apareceu. — Fugindo do banho, né? — Estamos tendo uma conversa importante. – Mark diz. — E desde quando vocês foram tão maduros? Já para o
Thomas sabia quem procurar quando desconfiou da conversa que teve com seu irmão mais novo. Por isso, quando o pai o levou para se encontrar com Holly, se apressou em puxar seu cunhado e se dirigir ao local que sabia que encontraria o filho do seu tio Oliver. O mais velho e o primeiro a ser adotado. O garoto era um gênio. Ele era o único que conseguiria ter as respostas para suas perguntas, e finalmente o tranquilizar, ou não, sobre aquela mulher. Algo que lhe dizia que a verdade só o faria se preocupar mais, mas ao menos poderia proteger Bryan, e isso era tudo que importava. Ezra sabia que o cunhado tinha seus motivos, mas fazer aquilo sem avisar os pais dele era loucura. Se a tal Holly sonhar que estão buscando pelo passado dela ou qualquer coisa que possa tirá-la do caminho dos Kavanagh, ela poderia jogar muito sujo. E tentar ter a guarda de Bryan da forma mais baixa possível. E ele se preocupava. Mas ao mesmo tempo, apoiava Thomas. Era necessário. Principalmente quando concordava
— Nathan. O pai biológico de Bryan adentrou a casa sem esperar as palavras acolhedoras que viriam, olhando ao redor, parecendo procurar por alguém, e enquanto isso, ele estava sendo observado por Liam, que se encontrava um tanto confuso. — Sua esposa? — Está no andar de cima. — Ótimo. Assim ela não escuta o que eu tenho a dizer. Liam ficou curioso. — Bryan desapareceu. Liam deu um passo em direção a Nathan, chocado. — Como é? — Eu pedi para que o vizinho da Holly me ligasse se acontecesse alguma coisa suspeita, qualquer coisa, e ele me ligou a pouco. Disse que houve uma gritaria e logo em seguida Bryan correu desorientado. Ele foi atrás, mas o perdeu de vista. Nosso filho sumiu, Liam, ele está perdido pela cidade. — O que? Ambos se viraram, encontrando Mia, bastante chocada. — O que quer dizer com Bryan sumiu? Ambos ficaram calados. — Me respondam! Ela estava nervosa, e seria pior se eles não contassem, então Liam autorizou que Nathan contasse o que estava aconte
— Aquela maldita! Belle estava realmente preocupada, principalmente porque o namorado batia com força contra o volante vez ou outra, soltando todo o ódio que sentia dentro de si. — Maldita, maldita, maldita! Ele acelerou mais o carro, e ela tremeu. — Sabia que ela estava aprontando, eu sabia. Desde o momento em que percebi que havia algo de errado com meu irmão, e se eu tivesse feito algo... — Thomy, por favor, você pode dirigir mais devagar? E então ele percebeu que estava assustando a namorada, e desacelerou o carro. — Desculpe. Desculpe, linda, eu só... estou com tanto ódio. Eu devia ter pedido para Naoki ir te buscar. – Socou o volante pela enésima vez. – Não consigo parar de pensar nas coisas que ela pode ter dito ao meu irmão sobre... Lillie e Samuel. O medo que ela colocou nele. — Eu entendo você. — Ela soube manipular meu irmão. Foi só falar sobre nossos pais, fazê-lo querer protegê-los... pronto. Ela conseguiu o que queria. Estar perto dele. E ao mesmo tempo,
— Isso não é bom. Liam também se encontrava muito preocupado, mas extremamente calado. Diferente de Nathan, que não parava de resmungar enquanto dirigia, e não o julgava. Eles eram os pais do garotinho de nove anos que estava perdido naquela cidade, e sobre aquela chuva. Ele poderia pegar uma pneumonia se não encontrasse um lugar seguro. Poderia se machucar se não tomasse cuidado com os carros, poderia conhecer uma pessoa ruim no meio do caminho. Eram tantas coisas que se passava na cabeça de ambos os pais de Bryan. — Ele não está por aqui. — Ele não iria muito longe. Ele é esperto, ele perceberia que estava perdido e tentaria encontrar um lugar que pudesse usar o celular de alguém. — Se ele estiver transtornado como me disseram que ele estava, ele não conseguiria pensar direito. Menos em conseguir um celular com um estranho. Eu acho. Liam suspirou ao pensar que Nathan podia estar certo. — Eu não devia ter deixado ela com ele hoje. — A culpa não é sua. — Eu devia ter i
Era incrível como um dia que devia ser só de alegria parecia que terminaria em um final trágico. Seu filho continuava em uma mesa operatória, ainda não pode ver sua esposa ou conhecer sua filha, e agora tinha um novo problema para resolver: e a culpada era Holly. De tudo que estava acontecendo naquele dia, ela era a culpada. Começou por causa dela e terminaria também por causa dela. E isso estava irritando aquela família de uma forma que eles não conseguiam suportar. Suportar ter de esperar, suportar ter de fazer nada, suportar, suportar, suportar... Finn ordenou que eles não fizessem nada. Não fossem atrás de Holly e menos ainda tentar manobrar o que ela estava causando. Porque no fim poderia voltar para eles, como eles tentavam fazer com que não acontecesse, por mais que soubessem que seria bem complicado agora que sabiam o plano maquiavélico de Holly. Mas Liam não era idiota. Ele sabia como proteger seus filhos. Todos eles, inclusive Bryan. Provavelmente aconteceria o pior. Finn p
Um momento de silêncio aconteceu, mas só até um dos policiais se pronunciar: — Eu sinto muito, sr. Kavanagh. — Nathan, é com você. — Pai? O senhor não vai vê-lo? — Ele tem que vir conosco. Agora. Thomas fechou as mãos em punhos ao escutar o policial. — Ele está bem, e eu já fico feliz por isso. — Sentimos muito ter que fazer isso, mas... — Vão algemá-lo? Precisa mesmo disso? — Está tudo bem, Killian. – Diz, se virando de costas para o policial mais perto de si. — Espere! – Luna gritou. – Só um pouco. Ele ainda não pegou a filha dele no colo. E ela acabou de nascer. Deixe-o só sentir o cheirinho dela ao menos uma vez. O coração de Liam bateu mais forte quando viu um bebê nos braços de uma médica de cabelos castanhos. Ela se aproximava com calmaria, e um sorriso nos lábios. Ele então se aproximou ao perceber que o policial se afastou um pouco. Seu corpo tremia um pouco, mas ainda assim pegou a bonequinha toda embalada dos braços da médica. Linda. Sua filha era linda. C
Bryan não tinha dito uma palavra. Mesmo depois de ele escutar tudo o que aconteceu, mesmo depois de ele compreender seu pai, ainda que não tivesse lido sua carta. Não conseguia parar de pensar que se não tivesse ido atrás de Holly, agora seu pai não estaria preso. Era injusto. E triste. E pensava se sua mãe não estaria odiando-o naquele momento. Seria compreensível se ela o odiasse. Ele merecia. Se não tivesse ido atrás de Holly, se não tivesse ido atrás da mulher que o abandonou no corpo de bombeiros, nada disso estaria acontecendo. Sua mãe não teria tido Lívia sozinha e seu pai não estaria preso e longe da família. Seus irmãos também deveriam odiá-lo, mas não, eles estavam ali ao seu lado junto de Nathan. Apoiando. E prometendo a ele que tudo ficaria bem, mesmo que soubessem que poderia demorar para tudo realmente ficar bem. Talvez anos. Não gostava nem de pensar em seu pai preso por anos. — Sabe, ele ficou muito preocupado com os planos de Akemi. Ele queria evitar que você fosse