Natalie estava magoada, e envergonhada, e sentia mais algumas coisas mais. Queria se esconder para sempre. Até do namorado. Sabia que estava errada, que não devia estar namorando daquele jeito na casa do pai, e na sala ainda por cima, mas seu pai não podia ter constrangido ela daquela maneira. Falando sobre sexo e sobre a virgindade dela. Até ela tinha dificuldades de falar sobre, e ele falava daquele jeito perto de Ezra. Jamais imaginou que se sentiria tão constrangida na vida. E talvez só por se sentir magoada com o pai que disse todas aquelas coisas. Constrangedoras, mas verdadeiras. Ela estava mesmo pronta. Ela queria mesmo se entregar a Ezra, mas queria ter dito isso a ele, e só a ele, e não a ele e seu pai, e agora os dois estavam sabendo. E sua mãe. Tinha certeza de que ela tinha escutado. Natalie resmungou, e chorosa, escondeu o rosto no travesseiro. Pronto, agora ela ia chorar. Odiava chorar. Ainda mais quando se sentia uma criança quando chorava daquela forma. Mas tinha mo
Thomas tentava não gargalhar do pai. Da cara dele. De como ele fuzilava Ezra durante todo o jantar. Mas era difícil. Muito difícil. Principalmente quando se lembrava do motivo de ele estar com um humor daqueles. Não que alguém tivesse contado a ele, apenas escutou sua mãe sendo dura com seu pai antes do jantar, e acabou descobrindo o motivo. Céus, sua irmãzinha não tinha sorte. Ele já tinha ficado com Belle ali várias vezes, inclusive, a primeira vez deles foi em seu quarto. Seus pais estavam fora junto com seus irmãos, Natalie estava em um encontro, as escondidas, porque o pai ainda não sabia do namoro dela, e ele aproveitou para organizar uma noite perfeita para a namorada. E foi perfeita. Mesmo que tivesse sido a primeira, mesmo que já tivesse escutado o quanto a primeira vez era dolorosa e nada agradável. Para ele foi. E para ela também. — Pai, o senhor teve um bom dia? Liam trocou um olhar com a esposa antes de murmurar e só então perguntar de volta: — Por que a pergunta? —
Nathan não sabia como tirar qualquer coisa de Bryan, principalmente quando ele parecia tão calado. Estranhamente calado. Ele não era assim. Algo estava acontecendo, e infelizmente não tinha conseguido nada com Alice. Ela prometeu entrar em contato assim que tivesse conhecimento do que Holly está aprontando, mas por enquanto está tudo muito quieto. Quieto até demais. Seja o que Holly estivesse fazendo, ela estava sendo cuidadosa. E estava odiando isso. Não tinha como proteger seu filho sem saber a trama daquela mulher. Tudo que sabia era que ela estava feliz demais, e que dizia a todos os colegas de trabalho que estava criando um laço lindo com o filho. Mas Nathan não acreditava nisso. Bryan não parecia estar feliz com aquele “laço”, muito menos que estivesse se dando bem com ela. Só havia uma pergunta no ar por enquanto: por que ele continuava se encontrando com ela? — O que acha de fazer algo diferente, eu e você? Bryan o olhou. — Podemos comer um hamburguer e depois visitar o m
— Irmão, é verdade que você tem duas mamães? Bryan ficou chocado, até porque seus irmãos menores não sabiam sobre Holly. Mas claro que eles iriam juntar um mais um, afinal, eles sabiam sobre Nathan. Desde que se viram pela primeira vez, ele vinha participando muito de sua vida, o que consequentemente o fazia fazer parte da sua família. Mas ainda assim, eles nunca perguntaram sobre Holly. A outra mãe. E achou até bom, afinal, não tinha intenções de ter nenhum contato com ela naquela época. — Você já a conheceu? — Ela é boa como o Nate? Seus irmãos estavam enchendo-o de perguntas e ele não sabia o que dizer. Eles eram pequenos, tinham apenas cinco anos. O que diria? Que Holly não era uma boa pessoa e que se ele pudesse estaria bem longe dela? — Ela é bonita? — Ahá. Encontrei vocês, pestinhas. Bryan quase agradeceu bem alto quando Thomas apareceu. — Fugindo do banho, né? — Estamos tendo uma conversa importante. – Mark diz. — E desde quando vocês foram tão maduros? Já para o
Thomas sabia quem procurar quando desconfiou da conversa que teve com seu irmão mais novo. Por isso, quando o pai o levou para se encontrar com Holly, se apressou em puxar seu cunhado e se dirigir ao local que sabia que encontraria o filho do seu tio Oliver. O mais velho e o primeiro a ser adotado. O garoto era um gênio. Ele era o único que conseguiria ter as respostas para suas perguntas, e finalmente o tranquilizar, ou não, sobre aquela mulher. Algo que lhe dizia que a verdade só o faria se preocupar mais, mas ao menos poderia proteger Bryan, e isso era tudo que importava. Ezra sabia que o cunhado tinha seus motivos, mas fazer aquilo sem avisar os pais dele era loucura. Se a tal Holly sonhar que estão buscando pelo passado dela ou qualquer coisa que possa tirá-la do caminho dos Kavanagh, ela poderia jogar muito sujo. E tentar ter a guarda de Bryan da forma mais baixa possível. E ele se preocupava. Mas ao mesmo tempo, apoiava Thomas. Era necessário. Principalmente quando concordava
— Nathan. O pai biológico de Bryan adentrou a casa sem esperar as palavras acolhedoras que viriam, olhando ao redor, parecendo procurar por alguém, e enquanto isso, ele estava sendo observado por Liam, que se encontrava um tanto confuso. — Sua esposa? — Está no andar de cima. — Ótimo. Assim ela não escuta o que eu tenho a dizer. Liam ficou curioso. — Bryan desapareceu. Liam deu um passo em direção a Nathan, chocado. — Como é? — Eu pedi para que o vizinho da Holly me ligasse se acontecesse alguma coisa suspeita, qualquer coisa, e ele me ligou a pouco. Disse que houve uma gritaria e logo em seguida Bryan correu desorientado. Ele foi atrás, mas o perdeu de vista. Nosso filho sumiu, Liam, ele está perdido pela cidade. — O que? Ambos se viraram, encontrando Mia, bastante chocada. — O que quer dizer com Bryan sumiu? Ambos ficaram calados. — Me respondam! Ela estava nervosa, e seria pior se eles não contassem, então Liam autorizou que Nathan contasse o que estava aconte
— Aquela maldita! Belle estava realmente preocupada, principalmente porque o namorado batia com força contra o volante vez ou outra, soltando todo o ódio que sentia dentro de si. — Maldita, maldita, maldita! Ele acelerou mais o carro, e ela tremeu. — Sabia que ela estava aprontando, eu sabia. Desde o momento em que percebi que havia algo de errado com meu irmão, e se eu tivesse feito algo... — Thomy, por favor, você pode dirigir mais devagar? E então ele percebeu que estava assustando a namorada, e desacelerou o carro. — Desculpe. Desculpe, linda, eu só... estou com tanto ódio. Eu devia ter pedido para Naoki ir te buscar. – Socou o volante pela enésima vez. – Não consigo parar de pensar nas coisas que ela pode ter dito ao meu irmão sobre... Lillie e Samuel. O medo que ela colocou nele. — Eu entendo você. — Ela soube manipular meu irmão. Foi só falar sobre nossos pais, fazê-lo querer protegê-los... pronto. Ela conseguiu o que queria. Estar perto dele. E ao mesmo tempo,
— Isso não é bom. Liam também se encontrava muito preocupado, mas extremamente calado. Diferente de Nathan, que não parava de resmungar enquanto dirigia, e não o julgava. Eles eram os pais do garotinho de nove anos que estava perdido naquela cidade, e sobre aquela chuva. Ele poderia pegar uma pneumonia se não encontrasse um lugar seguro. Poderia se machucar se não tomasse cuidado com os carros, poderia conhecer uma pessoa ruim no meio do caminho. Eram tantas coisas que se passava na cabeça de ambos os pais de Bryan. — Ele não está por aqui. — Ele não iria muito longe. Ele é esperto, ele perceberia que estava perdido e tentaria encontrar um lugar que pudesse usar o celular de alguém. — Se ele estiver transtornado como me disseram que ele estava, ele não conseguiria pensar direito. Menos em conseguir um celular com um estranho. Eu acho. Liam suspirou ao pensar que Nathan podia estar certo. — Eu não devia ter deixado ela com ele hoje. — A culpa não é sua. — Eu devia ter i