— O que achou do Nathan? Quer dizer, do meu pai? Quer dizer... Era estranho ver seu irmão tão perdido daquele jeito. Envergonhado por não saber como chamar o homem que era seu pai, mas ao mesmo tempo, não era. E realmente ele tinha motivos para ficar sem saber como chamá-lo. Eles tiveram apenas um encontro. E se não fosse pela atitude de seu irmãozinho de apenas nove anos, aquele encontro provavelmente nunca aconteceria. Culparia o homem, se não tivesse conhecido ele e compreendido melhor ao conversarem. Ele não estava pensando apenas em Bryan, mas também nas pessoas que cuidaram do filho dele por todo aquele tempo. E por ele ter aquele tipo de “compaixão” por seus pais, Thomas já não tinha ressentimento por aquele homem. — Ele me pareceu uma pessoa de bem. — Ele não me rejeitou. — Irmãozinho, você é muito especial, se ele o rejeitasse, estaria perdendo muito por não conviver com um garoto como você. — Minha mãe me rejeitou. — Isso diz muito dela, não de você. — Por que s
Mia percebeu como Bryan parecia estar diferente desde que se encontrou com o pai biológico. Inacreditavelmente, aquele encontro tinha feito mais bem que mal, o que a deixava mais tranquila. Ele está mais alegre e divertido, e não tem se escondido em seu quarto mais, mesmo porque, agora ele não tem mais o que procurar naquele notebook. Ele sabia quase tudo sobre sua família biológica. Quase, porque ele ainda não conhecia direito coisas sobre Holly. E não parecia mais querer descobrir seja o que fosse sobre ela. Ao que parecia, Nathan tinha de alguma forma o convencido a não procurar pela “mãe”. E, claro que Mia se tranquilizou. Não era só ciúmes, era preocupação. Ela temia que aquela mulher machucasse seu filho de alguma forma. Se ela não pensou nele nem quando bebê, por que motivo só agora estava querendo vê-lo e ter sua guarda? Para quê? É claro que tanto ela quanto o marido estavam muito curiosos a respeito disso, mas não estavam dispostos a ir atrás de algo que pode trazer problema
— Bom, ignorando essas implicâncias... – Liam se pronunciou finalmente. – Nós vamos almoçar... não quer nos acompanhar? — Bom... — Seria legal. – Bryan diz, o que fez com que Nathan aceitasse ficar. — Obrigado pelo convite. Eu só não posso ficar muito, hoje eu tenho um compromisso muito importante com a empresa. — Eu sei como são essas coisas. É uma chatice. — Eu que o diga. Alguma vez já quis explodir aquilo tudo? — Quase todos os dias. Mia soltou uma risada. — O papai diz que é irritante. Eu nunca entendi o motivo. — Porque você ainda é uma criança. — Foi o que eu disse a ele. – Liam diz com um sorriso ladino. – Você ainda vai crescer, Bry, e vai ver o quanto a vida adulta é difícil. Não queira crescer. — Eu penso no Daisuke e na Mayu todos os dias quando passa pela minha cabeça ser adolescente. A família riu, mas os irmãos se indignaram. — Prometo que não vou dar trabalho para vocês. — Obrigada, meu amor, meu coração de mãe agradece. Bryan sorriu para ela.
— Uau, você está um gatinho. — Mamãe. Mia riu do constrangimento de Bryan. — Quem é a gatinha que você está querendo conquistar o coração? — Mamãe. — Por que o constrangimento, o que há de mal meu filho se apaixonar? — Eu passo. Mia segurou uma risada. — Não tenho intenções de me apaixonar nem tão cedo. Isso é bobagem. Além de ser muito nojento. — Eu me apaixonei pela primeira vez com treze anos. — Desculpa, mas a senhora não é normal. Mia riu. — Uau! Meu irmãozinho está um gatinho. Bryan corou mais do que era possível, o que divertiu a mãe dele. — Quem é a dona do seu coração? — Vocês garotas são tão bobas. Por que eu iria querer impressionar uma garota? Eu tenho nove anos. Natalie levou a mão ao queixo, encenando. — Você é maduro demais para um garotinho de nove anos. — Isso é ruim? — Eu prefiro você um garotinho maduro. Ao menos não é um palhaço, como uns e outros. — Minha orelha está queimando. Por acaso é você, maninha, que está falando mal de mim
Mia não estava conseguindo mais suportar aquele “desprazer” de seu marido. Tudo bem que ele tinha ciúmes, e que tinha a cisma dele por conta da escolha da filha, mas ele não podia ficar insuportável no dia mais importante dela. Ela treinou tanto para estar nas finais com a equipe dela. A família inteira estava ali para apoiá-la, e infelizmente o pai dela continuava com aquele “azedume”. Talvez fossem os hormônios que estivessem fazendo com que ela se irritasse mais que o normal. Mas seu marido também não contribuía para que ela se acalmasse. — Chega. Toda a família olhou para ela, surpresos e muito confusos. — Tira essa cara de azedo, está bem? Sua filha está na torcida desde que ela fez doze anos, pelo amor Deus! Supera isso. Killian soltou uma gargalhada, e então Lucca, e logo Ryan, Oliver, Mattew e os irmãos de Mia também o acompanharam. Também, pudera, a grávida estava com a feição mais assustadora do mundo no momento. — Ela está na final, devia estar orgulhoso dela. —
Liam tentava fazer Mia parar de comer. Ela tinha comido de tudo em menos de uma hora. Quase acabou com a dispensa. Naquele momento ela comia um pedaço de bolo recheado com doce de leite. Ela subia as escadas, ignorando totalmente ao marido. Ele sabia disso, mas mesmo assim continuava a chamar sua atenção. Não era nada saudável comer daquele jeito, e mesmo assim ela parecia não se importar, mesmo que a lembrasse o tempo todo da garotinha que estava dentro dela. Não seria normal comer sem controle não estando grávida, estando então, não é normal e é perigoso. A médica tinha dito que ela havia engordado demais naqueles dois últimos meses. “Demais” tinha sido as palavras da médica. Se ele dissesse, dormiria no sofá por vários dias. Encontrou Thomas no meio do caminho, irritando a irmã novamente. Era o passatempo preferido dele ultimamente. Liam se perguntava se faria o mesmo se tivesse um irmão gêmeos ou mais novo. O provocante da família era Killian, e seu filho apesar de ver o tio sem
SEMANAS DEPOIS Natalie reconheceu aquele cheiro e o calor do corpo do namorado, antes mesmo de ele abraçá-la por trás; ainda que estivesse em uma interessante conversa com suas amigas. Ela estava à espera dele, já que ele quem a levaria para casa. Ela agradecia por não ter que ir junto do irmão e a namorada dele, de vela, principalmente quando eles não conseguiam deixar de implicar um com o outro. Ainda não soube de onde saiu aquela implicância toda, mas no fim era até divertida. Bem, ao menos ela achava isso, ao contrário de seus pais e irmão, que viviam surtando. — Olá, namorada. Ela abriu um enorme sorriso. — Ezra. — Esperou muito? — Não, minhas amigas me fizeram companhia. — E estamos de saída. — Bom namoro, pombinhos. Natalie corou, como sempre. Mesmo que já estivesse acostumada com as provocações de suas amigas, não adiantava, ela sempre corava. — Como foi seu dia? — Foi quase perfeito. — Quase? Ezra pegou na mão da namorada, levando-a até seu carro. — Sim,
— Não tenho nada a dizer ou escutar da senhora. Ezra abriu a porta rapidamente, querendo que sua namorada entrasse logo para dentro a casa dele, mas parecia que aquele era o dia de a chave não resolver aquele “problema”. E era irritante, principalmente quando aquela mulher insistia em ter uma conversa com Natalie. O que era mais estranho ainda. Primeiro, como ela soube que eles estavam ali? Segundo, por que ela procurou logo sua namorada? E terceiro, como ela conhecia o endereço de sua casa? Não fazia sentido nenhum. — Está enganada, mocinha. Temos algo em comum. — Eu e você não temos nada em comum. – Se virou para ela, raivosa. – Você abandonou meu irmãozinho. O deixou pensando... que não era amado. Ignorou a existência dele até dias atrás, e agora... quer vê-lo? Não tem esse direito. — Eu me arrependi. Natalie deu uma risada debochada. — É meio tarde para isso. — Eu quero muito conhecê-lo. — É meio tarde para isso também. — Você acha que é fácil ser mãe tão nova, e a