Já fazia onze anos desde a chegada de Mia naquela casa. Onze anos que a vida de todos mudou completamente, inclusive de Thomas e Natalie. Eles tiveram a sorte de ela aparecer na vida deles. Porque foi quando eles conheceram uma mãe de verdade. Algo que desejavam, mesmo que não admitissem em voz alta. Thomas era quem mais escondia aqueles sentimentos, e só percebeu que deveria fazer algo sobre isso quando teve uma conversa sincera com a única mãe que ele reconhecia naquela vida. Foi aí que ele decidiu que era hora de aceitar seu pai com alguém. Mas não com qualquer uma. Só tinha uma escolha. E ela era sua babá. O que teria acontecido se seus planos não tivessem dado certo? Ele não teria Mia como mãe, não teria mais irmãos e principalmente, teria talvez Freya como mãe. Só de pensar ele se arrepiava por inteiro. Após colocar o uniforme de sempre, pegou a mochila em cima da cama e saiu, mas não sem antes dar uma olhada na fotografia em família que havia em cima da mesa de cabeceira. Sua
— Thomas, você pode levar Bryan hoje? Os trigêmeos vão entrar na escola no segundo período por causa do médico. — Claro, mãe. — Eu vou dirigir. — Nem sobre meu cadáver, maninha. — Sobre ele ou não, eu vou dirigir. Você dirigiu a semana inteira e o papai prometeu que eu poderia pegar o carro hoje. — O pai prometeu, não eu. Liam e Mia trocaram um olhar cansado. — Tem certeza de que estou seguro com esses dois? — Olha só. Estão fazendo Bryan se preocupar. – Mia diz. – Filho, deixe sua irmã pegar o carro hoje. Qual o problema? Ela dirige tão bem. — Vamos então perguntar ao cachorro que ela quase atropelou semana passada se ele confiaria nela como motorista. — Não seja implicante, Thomas. – Liam pediu. — Aquilo não foi culpa minha. Ele apareceu do nada na minha frente. — Que explicaçãozinha meia boca. — Pai. Pode me levar por favor? Eu não vou aguentar isso aí, não. — Thomas, pelo amor de Deus, seu irmão de nove anos precisa que você seja um pouco menos implicante. S
Natalie ignorou completamente o fato de ver seu irmão e sua amiga se beijando ali no corredor. Eles mal tinham se encontrado, e já estavam “trocando saliva” como Bryan adorava dizer. Não que ela não fizesse o mesmo, mas era irritante quando eles podiam fazer aquilo sem se preocupar com o que diriam. Ou no caso, com o que seu pai diria. Estava escondendo o namoro desde que sua mãe revelou a nova gravidez. Surpreendentemente, tinha começado a namorar apenas duas semanas antes. Um dia antes, sua mãe teve conhecimento, assim como seu irmão do meio, que prometeu manter em segredo. Ela o adorava mais por ser fiel a ela, mesmo que soubesse que o certo era seu pai saber. E ela contaria. Na verdade, já queria ter contado, mas houve contratempos. E por isso ainda estava namorando escondido. Apenas sua mãe, seus dois irmãos e Belle sabiam sobre o namoro. E já era gente demais. Ela achava que era muita sorte seu pai não ter descoberto ainda, mesmo ela sendo tão cuidadosa. Muito mais que o irmão,
— Seus pequenos estão tendo uma boa alimentação, porque estão no peso certo, tamanho certo, a imunidade está ótima... Mia sorriu, se virando para ver seus filhos brincarem no tapete colorido, onde tinha vários brinquedos em volta. Aquela sala era uma festa para crianças. Colorida e cheia de brinquedos. E a médica era maravilhosa. Gentil, carinhosa, muito educada e observadora. — Eu acredito que já podemos retirar o medicamento de apetite. — Eu também acho, eles só não estão comendo parede, porque o gosto é ruim. A médica, riu, Mia riu, e Liam abriu aquele sorriso ladino. — Não posso contar nos meus dedos quantas vezes escuto “tô com fome” durante o dia. — Isso é bom, deixe-os comer. — Foi o que eu disse. — Só que com moderação. Liam fitou a esposa. — Foi o que eu disse. – Ele repetiu e ela revirou os olhos. – O bom é que durante a tarde eles preferem algo mais saudável. Fruta, vitamina, iogurte... A médica balançou a cabeça. — Ótimo, isso é muito bom, está explicad
Mia já estava desperta quando sentiu um dos braços do marido em volta de si. Queria descansar um pouco mais, aproveitando que não seria necessário acordar as crianças para a escola. sentiu os lábios do marido em seu pescoço, e a mão direita subindo por sua coxa, por debaixo da camisola que vestia. Conseguiu conter um suspiro quando a mão dele mudou de posição, tocando a parte interna daquela mesma coxa. Ele estava provocando-a. Sabia que ela estava acordada, e por isso provocava ela daquela maneira. Mesmo com ela virada de costas para ele, ele pode perceber que ela já estava desperta. Ela se virou para ele para avisar que os trigêmeos poderiam aparecer a qualquer instante, mas os lábios dele foram mais rápidos, e ela não conseguiu resistir. Menos ainda quando ela sentiu o dedo dele entre suas pernas, tocando em seu ponto sensível por cima da calcinha. O som que saiu da boca da esposa quando pressionou o clítoris e começou a fazer movimentos circulares no clítoris, fez com que seu memb
Thomas ainda se estremecia quando chegou a cozinha. Ele se lembrava da cena, e estremecia outra e outra vez. Nunca tinha flagrado os pais em uma situação como aquela. Nem quando era mais novo. Eles sempre foram muito cautelosos. Depois que cresceu, sabia o que acontecia entre eles entre quatro paredes, mas não pensava sobre, e sempre batia na porta, mesmo que soubesse que estava trancada, mas naquele dia foi diferente. E ele se recriminava por isso. — O que aconteceu com você? — Eu vi o inferno mais cedo. — Que horror, Thomy. — É sério. Muito sério. Nunca, jamais entre no quarto dos nossos pais sem bater. Natalie fez uma careta, até entender tudo e arregalar os olhos. — Você flagrou... — Não termine. – A cortou. – Nós nunca vamos falar sobre isso. Nunca. Jamais. Isso vai para o túmulo comigo e com você. A gêmea estremeceu. — Não pretendo fazer perguntas ou lembrá-lo disso. — Obrigado. — Bom dia. Natalie abriu um lindo sorriso quando o viu, recebendo um beijo na testa
Rolou na cama ao escutar aquele som irritante sei lá quantas vezes. Sabia que tinha tocado mais de duas, mas não sabia qual foi a vez que rolou e puxou o travesseiro para os ouvidos. Resmungou, mas se levantou após jogar as cobertas para longe com os pés. Caminhou até o banheiro, tomou um banho, lavou os cabelos, fez a higiene que faltava e saiu de lá de dentro já pronta para ir ao colégio. Queria ficar em casa? Sim. Mas a vida não é tão feliz assim. Ela tinha aula e se tentasse enrolar sua mãe ou seu pai a levantaria pelos cabelos. Bem, estava exagerando, mas a cena não seria linda, não. Passou o creme no corpo ao se lembrar que tinha se esquecido, colocou a bota de cano longo, subindo o zíper ao mesmo tempo em que abriam a porta. — Ei, bate na porta. — Preguiça ambulante, a mamãe está chamando. — Preguiça ambulante é a senhora sua... — Oi? Quem? Ela trincou os dentes vendo que ele se divertia por ela não poder continuar. — Eu vou finalizar minha maquiagem. — Nós vamos n
— Onde está o restante do tecido da sua saia, Natalie? Mia segurou uma risada ao ver a cara que seu marido fazia enquanto fitava a vestimenta da filha deles. Claro que ele ainda não se conformava com o uniforme minúsculo, menos ainda com as roupas que a garotinha começava a se vestir. Aquele era um dia em que eles poderiam ir livre, por ser sexta-feira, e por isso ela se vestia com algo que era a cara dela. Uma saia de cintura alta cor-de-rosa e uma camisa branca de manguinha com babados. Estava linda, mas para o seu marido ciumento, isso não era o mais importante. — Pela forma como ela está grossa hoje, ela deve ter comido. — Some da minha frente, Thomas. Ele soltou uma gargalhada. — Você se lembra de que vamos juntos para o colégio, não é, maninha? — Se você não sair daqui, eu juro que vou te infernizar até chegarmos lá. Maninho. Tudo que o gêmeo dela fez foi dar de ombros. — Eu vou enlouquecer. Mia segurou uma nova risada, fitando ao marido, que não tinha a melhor das