Seis meses de treinamento foram o suficiente para transformar Ana numa atiradora hábil; mais rápida e precisa do que a maioria dos pistoleiros dos cinco reinos. Isso graças em parte, ao seu potencial, e ao treinamento rígido e constante. Nenhum humano conseguiria suporta o ritmo de treinamento de um lampião. O segredo estava no sono de cura, que poderia até mesmo revitalizar as forças.
Ana mais uma vez puxou o ar naquela manhã. Estava treinando com sua faca bifurcada, simulando estocadas, e defesas. Não gostava muito de lâminas, mas Alexandre lhe mostrou o valor de uma faca a curta distancia. Sorriu pra si mesma aprovando o próprio desempenho.
Num piscar de olhos trocou a faca para mão e
Não mais que uma sombra movendo-se pelas paredes, não mais que um espectro vivo no mundo das trevas. A lua já brilhava forte no céu, embora ainda não fossem nem dez horas. E mesmo a lua não denunciava o invasor.A grande estrutura era constituída por uma fonte redonda cercada por três andares do imponente prédio quadrado. David olhou para cima, viu o que procurava; a janela aberta estava no terceiro andar da parte externa. Não um lugar difícil de invadir, mas quem iria querer invadir a sede dos diplomatas, que tinha o símbolo dos agulhas e dos lampiões?Retirou o arco das costas. A flecha que retirou em seguida era diferente; era constituída de quatro partes, três ganchos e uma a
Tomas se levantou quando o viu o advogado voltando. Eles o esperavam em uma clareira, a quarenta minutos de cavalgada da Árvore Mestre, que não passava de uma árvore petrificada que era considerada sagrada pela igreja. Dizem que um santo havia sido morto ali, assim, se os pecadores fossem executados ali, teriam mais chances de serem perdoados.–Então? – ele colocou a escopeta sobre o tronco onde estava sentado.O advogado era um homem acima do peso, com os cabelos bem penteados, e um terno caro. Ele desceu do cavalo.–Sua amiga foi presa por crimes con
As águas descem das montanhas geladas do sul, arrodeiam Ponta Branca e se derramam no mar ao norte. Uma praia de areias brancas cerca a parte mais larga do rio. Naquele período, a praia estava infestada de banhistas. Deveria haver cerca de cinquenta pessoas e não era nem dez da manhã. Ana gostou do que viu.–Não esperava tantas pessoas – Henrique disse baixo. Ele ainda estava nervoso devido ao acontecido do dia anterior. Na verdade, David também parecia muito perturbado, estava mais calado do que nunca.–É ótimo para conhecer pessoas novas – Maria disse, como sempre vendo o lado bom das coisas.
Quando ele sorrir, faz lembrar um tubarão; uma boca demasiada grande e lábios finos, com fileiras de dentes alinhadas. Quando ele anda, faz parecer um macaco; é capaz de andar sobre duas pernas, mas não foi feito para aquilo. E com o seu um metro e setenta o andar fica ainda mais peculiar. Quando ele fala, faz parecer que é um anjo, mas dos caídos, que ainda detém a bela voz, porém ficaram feios com o pecado. E seus olhos, eram demasiados pretos, como os de um peixe. –Bom dia! – o Sabiá do Norte pôs seu belo barítono para funcionar.&nb
Ana sempre foi barulhenta, mas para David ela estava ensurdecedora agora. Ela cantarolava, assoviava ou cantava enquanto seguiam para o coração da floresta de chumbo. E quando não tinham mais sons para fazer com a boca, tamborilava na sela do cavalo.A floresta de chumbo era tão sombria quanto os relatos afirmavam. Muitas balas ainda estavam nos troncos das arvores, além de outras marcas da guerra que acontecera cem anos antes. As lendas também falavam sobre fantasmas que ainda lutavam numa guerra, que para eles nunca teria fim. O mundo era guerra, ele sabia. Talvez aquilo não passasse de uma historia para simbolizar a eterna guerra que é o mundo.–Depois de um tempo
O mês seguinte foi de treinamento intenso. Ana e David deveriam aprender a trabalhar em equipe, e entenderem suas respectivas funções em caso de crise.Ela deveria entender que em um tiroteio as atenções deveriam estar voltadas para ela, enquanto David usaria sua furtividade para se aproximar –geralmente pelas costas – dos inimigos. Ela deveria entender, que quando o desespero tomasse conta das vítimas, seria ela a dizer mensagens de esperanças, enquanto David caçaria os responsáveis.Ela sempre veria o bem que poderia fazer, proteger. Ele veria o mal, e mataria. Ela seria a luz que espantaria o mal para ser tragado por David nas trevas.&nbs
Seguiram para leste.No começo da viagem conversaram. Alexandre quis saber onde estava o parceiro de Rafael; ele lhe explicou que tinha ido buscar mais informações sobre outro caso em que estavam trabalhando. A outra parte da viagem foi seguida de musica. Alexandre emprestou para Rafael um violão que tocava tão animado quanto Alexandre. Sem muita escolha, Ana teve que levar seu violino, arranhava as cordas sem muito jeito. Ainda ficava receosa em tocar na frente dos outros, mas depois de um tempo estava tocando tão animadamente quantos os lampiões.Alex e David ficaram um pouco mais atrás, provavelmente para evitar o máximo possível as músicas.
A escopeta era sua esposa, o próprio general Julius tinha oficializado o casamento. O revólver era sua amante, esse não era oficial. Sua filha era a faca de lâmina larga, grossa e pesada. Era mais um ferramenta do que uma arma em si. Mas nas mãos se um patrulheiro de fronteira qualquer coisa poderia ser uma arma. Naquele momento usava sua filha para cortar lenha para o jantar. Eram cinco da tarde, logo escureceria. Estava na fronteira há um mês, tudo que tinha feito até agora fora cortar lenha, buscar água e servir aos superiores. Não era isso que esperava do exército. O treinamento fora árduo, e esperava que servisse para alguma coisa além de cortar lenha. Olhou para trás, a imensa muralh