Artur saiu e me deixou sozinha naquela casa com um garoto loiro, que estava encarregado de me vigiar. Apesar disso, eu estava mais preocupada com outros assuntos. Como eu iria contar para Layla que nós não poderíamos mais se ver? Eu não saberia nem por onde começar, e além disso, eu estava trancada em uma casa, sendo vigiada. Eu olhava para os lados e não encontrava mais a saída daquilo, até o desespero começar a vir. Eu precisava falar com a Layla, eu não podia sumir e abandoná-la.
Nesse momento, eu comecei a chorar. Meu pai tinha morrido na minha frente e eu estava prestes a abandonar a garota mais especial que já conheci, além dos meus amigos e minha família. Era surreal demais para se engolir.
O garoto loiro deve ter visto que eu
Onze anos após a morte de Rayn Anderson:Voar ainda era um pesadelo em minha vida, mas depois da minha pequena viagem, eu precisava ir para casa, finalmente a minha casa. Peguei a estrada, poupei o fôlego que ainda me restava e fui.Voltar a essa cidade parecia, para muitos, uma coisa sem importância alguma, mas para mim, era de extrema euforia. Passaram-se tantos anos, que eu não me lembro de quase nada, das casas, das pessoas, do ar, do meu próprio quarto. A única coisa que ainda permanecia da mesma forma era minha moto, após anos mantendo ela, milhares de dólares gastos para deixá-la da mesma forma foram usados, mas valeu a pena.Ao chegar próximo à minha antiga casa, não pude controla
A angústia era tanta que eu mal consegui dormir. Pesadelos iam e voltavam, flashes na minha cabeça não paravam.Aquela dor parecia que iria demorar muito para passar. Eu rolava na cama quando acordei pensando que eu tinha ouvido a voz da Layla mas era só um dos meus sonhos.Será que isso era o sentido do amor? Ficar feliz por ela amar uma outra pessoa, estar nos braços de um outro alguém. De me sentir honrada apenas por ter tido ela em minha vida por alguns únicos meses? Eu não sei. Da mesma forma que se esse for o resumo do que eu sinto, eu teria muito desgosto. Mas ao mesmo tempo eu não consiguiria desejar algum mau para aquela que eu amo. Acho até que tenho maturidade o bastante para lidar com isso.Me leva
- Bom, eu estou a fim de comemorar a volta da minha linda irmã!- Seria uma boa, meu amor. - disse Charlotte, concordando com a ideia.- Eu topo qualquer coisa com vocês. - respondi.- Então vamos, senhorita Megan Acaster! - exclamou Aaron, rindo.Entramos no carro do meu irmão e eu fui no banco de trás. Durante todo o percurso, eu via o quanto Aaron e Charlotte estavam felizes. Eles riam um do outro, se beijavam, pegavam um na mão do outro, enquanto eu só conseguia imaginar Layla ali do meu lado. É difícil para mim estar nessa cidade, reviver os lugares por onde eu passei e perceber que o tempo passou e as pessoas seguiram suas vidas.
Os dias de trabalho não poderiam ser mais eletrizantes. Apesar de toda aquela movimentação, de estar novamente com a farda do F. B. I, eu ainda estava me sentindo triste por dentro.Arrisco a dizer que a paisagem do meu novo escritório não ajudava muito, a cor laranjada do por -do-sol penetrante, dava uma ótima combinação com o verde escuro das folhas nas árvores. Aquilo remetia a horas e horas de interminavéis e longos suspiros dados por alguém que tinha uma vaga lembrança de contemplaçâo. A última vez que eu havia visto um por-do-sol tão bonito quanto, eu estava na praia com uma garota.Talvez os suspiros eram uma somativa de várias outras coisas, talvez eu estivesse um pouco frustrada com o rumo que minha vida havia tomado. Me lembro de ter sonhado com a Juilliard
Em meio a vários drinks, eu enlouquecia junto a descarga de ansiedade que explodia dentro de mim, minha perna tremia fazendo com que eu ficasse ainda mais nervosa que o normal.Em menos de vinte minutos eu iria estar no mesmo ambiente em que a Layla estava. Borboletas no estômago não são suficiente para demonstrar o que eu estou sentindo nesse momento. Não sei o que pensar sobre isso. Não sei se devo ou não obedecer o meu coração. A quinta taça de vinho falava por sí só, a coragem que havia em mim se desfez a partir do momento em que me lembrei que fazia onze anos que eu não a via. Eu precisava ser forte, coerente, objetiva e todas essas outras palavras de encorajamento que conheço. Era praticamente banal o esforço mental que eu estava tentando fazer. Meu rosto estava ardente, queimando. Já não sabia mais se era nervosismo ou o álcool fazendo efeito,o que não fazia nenhuma diferença para mim naquele momento: - Você está bem? - Perguntou Aaron, colo
Morte súbita. Senti os pelos do meu braço se arrepiarem ao ouvir tais palavras. Tomei coragem para virar o rosto e percorrer meus olhos até achar Layla. Lá estava ela.Com um vestido branco com rendas.Seus cabelos loiros e ondulados estavam enormes, uns 20 centímetros a baixo dos seios.Seus traços amadurecidos pela idade reluzia com todo o seu esplendor, seu sorriso ainda era o mesmo. Ela continuava linda: - O que eu faço? - Pergunto desesperada , ao voltar o olhar para Dion. - Vai falar com ela! Mas leve ela para um lugar reservado. Aqui tem muita gente que conhece a Margot. Podem interpretar errado, sei lá. - Respondeu ele, olhando para os lados. - Eu te dou cobertura. - Sério? - Claro, amiga. Olha, lá atrás tem um ja
A noite pareceu a minha maior inimiga, o tempo fez de mim uma palhaça. O ponteiro do relógio resolveu andar devagar e a minha ansiedade tornou-se minha aliada. As horas teriam que correr pra que eu pudesse me encontrar com Layla novamente, ver seu lindo rosto corado e me apossar de seu melhor abraço. Mal consegui pregar os olhos pensando nela, rolava por toda a cama tentando achar uma posição confortável, mas foi inútil pensar que isso ajudaria em alguma coisa, então foquei minha atenção em um aplicativo do celular, um jogo de sudoku irritante, até que enfim o sono chegou. Tomei um susto quando ouvi o celular vibrando e tocando ao mesmo tempo. Abri os olhos atordoada com o barulho - Não pode ser - Disse, não acreditando que já eram 08:00 da manhã.Me levantei esfregando os olhos e ao abrir a porta acabei trombando com Aaron :
Pedir comida por aplicativo é de extrema praticidade, mas não ligar para o restaurante e falar com alguma atendente foi um problema. Pois o silêncio entre eu e Layla deu espaço o suficiente para que ela continuasse a fazer algumas perguntas : - Você ainda me ama? E eu não respondi, tentei disfarçar que estava ocupada olhando o cardapio no celular.Layla não se deu por satisfeita e chamou a minha atenção, cutucando a minha perna de maneira irritante. - Ei, Megan, estou falando com você. - Oi.. Desculpa.. Você disse alguma coisa? - Perguntei. - Perguntei se você ainda me ama. - Ah.. É.. É uma pergunta um pouco complexa.