A angústia era tanta que eu mal consegui dormir. Pesadelos iam e voltavam, flashes na minha cabeça não paravam.
Aquela dor parecia que iria demorar muito para passar. Eu rolava na cama quando acordei pensando que eu tinha ouvido a voz da Layla mas era só um dos meus sonhos.
Será que isso era o sentido do amor? Ficar feliz por ela amar uma outra pessoa, estar nos braços de um outro alguém. De me sentir honrada apenas por ter tido ela em minha vida por alguns únicos meses? Eu não sei. Da mesma forma que se esse for o resumo do que eu sinto, eu teria muito desgosto. Mas ao mesmo tempo eu não consiguiria desejar algum mau para aquela que eu amo. Acho até que tenho maturidade o bastante para lidar com isso.
Me leva
- Bom, eu estou a fim de comemorar a volta da minha linda irmã!- Seria uma boa, meu amor. - disse Charlotte, concordando com a ideia.- Eu topo qualquer coisa com vocês. - respondi.- Então vamos, senhorita Megan Acaster! - exclamou Aaron, rindo.Entramos no carro do meu irmão e eu fui no banco de trás. Durante todo o percurso, eu via o quanto Aaron e Charlotte estavam felizes. Eles riam um do outro, se beijavam, pegavam um na mão do outro, enquanto eu só conseguia imaginar Layla ali do meu lado. É difícil para mim estar nessa cidade, reviver os lugares por onde eu passei e perceber que o tempo passou e as pessoas seguiram suas vidas.
Os dias de trabalho não poderiam ser mais eletrizantes. Apesar de toda aquela movimentação, de estar novamente com a farda do F. B. I, eu ainda estava me sentindo triste por dentro.Arrisco a dizer que a paisagem do meu novo escritório não ajudava muito, a cor laranjada do por -do-sol penetrante, dava uma ótima combinação com o verde escuro das folhas nas árvores. Aquilo remetia a horas e horas de interminavéis e longos suspiros dados por alguém que tinha uma vaga lembrança de contemplaçâo. A última vez que eu havia visto um por-do-sol tão bonito quanto, eu estava na praia com uma garota.Talvez os suspiros eram uma somativa de várias outras coisas, talvez eu estivesse um pouco frustrada com o rumo que minha vida havia tomado. Me lembro de ter sonhado com a Juilliard
Em meio a vários drinks, eu enlouquecia junto a descarga de ansiedade que explodia dentro de mim, minha perna tremia fazendo com que eu ficasse ainda mais nervosa que o normal.Em menos de vinte minutos eu iria estar no mesmo ambiente em que a Layla estava. Borboletas no estômago não são suficiente para demonstrar o que eu estou sentindo nesse momento. Não sei o que pensar sobre isso. Não sei se devo ou não obedecer o meu coração. A quinta taça de vinho falava por sí só, a coragem que havia em mim se desfez a partir do momento em que me lembrei que fazia onze anos que eu não a via. Eu precisava ser forte, coerente, objetiva e todas essas outras palavras de encorajamento que conheço. Era praticamente banal o esforço mental que eu estava tentando fazer. Meu rosto estava ardente, queimando. Já não sabia mais se era nervosismo ou o álcool fazendo efeito,o que não fazia nenhuma diferença para mim naquele momento: - Você está bem? - Perguntou Aaron, colo
Morte súbita. Senti os pelos do meu braço se arrepiarem ao ouvir tais palavras. Tomei coragem para virar o rosto e percorrer meus olhos até achar Layla. Lá estava ela.Com um vestido branco com rendas.Seus cabelos loiros e ondulados estavam enormes, uns 20 centímetros a baixo dos seios.Seus traços amadurecidos pela idade reluzia com todo o seu esplendor, seu sorriso ainda era o mesmo. Ela continuava linda: - O que eu faço? - Pergunto desesperada , ao voltar o olhar para Dion. - Vai falar com ela! Mas leve ela para um lugar reservado. Aqui tem muita gente que conhece a Margot. Podem interpretar errado, sei lá. - Respondeu ele, olhando para os lados. - Eu te dou cobertura. - Sério? - Claro, amiga. Olha, lá atrás tem um ja
A noite pareceu a minha maior inimiga, o tempo fez de mim uma palhaça. O ponteiro do relógio resolveu andar devagar e a minha ansiedade tornou-se minha aliada. As horas teriam que correr pra que eu pudesse me encontrar com Layla novamente, ver seu lindo rosto corado e me apossar de seu melhor abraço. Mal consegui pregar os olhos pensando nela, rolava por toda a cama tentando achar uma posição confortável, mas foi inútil pensar que isso ajudaria em alguma coisa, então foquei minha atenção em um aplicativo do celular, um jogo de sudoku irritante, até que enfim o sono chegou. Tomei um susto quando ouvi o celular vibrando e tocando ao mesmo tempo. Abri os olhos atordoada com o barulho - Não pode ser - Disse, não acreditando que já eram 08:00 da manhã.Me levantei esfregando os olhos e ao abrir a porta acabei trombando com Aaron :
Pedir comida por aplicativo é de extrema praticidade, mas não ligar para o restaurante e falar com alguma atendente foi um problema. Pois o silêncio entre eu e Layla deu espaço o suficiente para que ela continuasse a fazer algumas perguntas : - Você ainda me ama? E eu não respondi, tentei disfarçar que estava ocupada olhando o cardapio no celular.Layla não se deu por satisfeita e chamou a minha atenção, cutucando a minha perna de maneira irritante. - Ei, Megan, estou falando com você. - Oi.. Desculpa.. Você disse alguma coisa? - Perguntei. - Perguntei se você ainda me ama. - Ah.. É.. É uma pergunta um pouco complexa.
Naquela mesma noite eu acabei recebendo uma mensagem de Layla dizendo que tinha contado tudo para Margot e que no dia seguinte nós iríamos conversar sobre o nosso futuro juntas.Fiquei sentida pela garota,não vai ser fácil aceitar que tudo acabou e conseguir seguir em frente. Mas ao mesmo tempo eu fiquei extremamente feliz em saber que a pessoa que eu amo, me ama, também. Quando eu acordei, logo fui para o banheiro escovar meus dentes, a felicidade estampada em meu rosto, era até bonita de se contemplar através do espelho do banheiro. Eu me sentia viva.Na volta ao meu quarto eu vesti a minha farda e fui direto para o trabalho. Tudo estava se encaixando em seu devido lugar! No caminho eu me lembrei do fato de eu estar ajeitando a minha vida. Após tantos anos lutando contra a minha própria tristeza, estar suspirando por algo bom
Sete dias se passaram desdo acidente, e eu já não sabia o que era comer direito, tomar banho ou dormir com conforto (a cadeira do hospital não era nada boa de se dormir). Aaron vivia trocando de turno comigo para que eu pudesse descansar pelo menos cinco minutos sem que Layla ficasse sozinha. Mesmo ela em coma, não se lembrando de nada, não gostaria que ela sentisse que estava só naquele quarto frio e cheio de aparelhos. Eu mesma, se estivesse em coma, não iria gostar que ninguém ficasse ali comigo, compartilhando de um silêncio mortal, interrompido com os bipes de meus batimentos cardíacos. Um dia ou outro eu passava no trabalho para dar satisfações, e Artur, como sempre, era muito compreensivo sobre tudo o que estava acontecendo. Eu estava com fome, então decidi comer algo e tomar