Capitulo Três

Se passou uma semana e ainda nada do Rayn. O que é muito bom.

Todos os dias a Emma passa na livraria para perguntar como eu estou, eu não contei a ela ainda que penso em deixar a Liz com a família dela por um tempo. Na verdade é porque eu não quero que isso aconteça e espero que todos entendam um dia sobre as minhas decisões.

É sexta-feira e tenho que ficar sozinha na Rowling Story, pois Megan dá aulas de violão para crianças carentes por hobby. O movimento está fraco hoje, então vou aproveitar para limpar todas as prateleiras, tirar pó de tudo para deixar um aspecto bom, sempre.

O tempo vai passando, pessoas entrando e saindo pela porta. Algumas cantadas aqui e ali. Nada fora do comum,a não ser por um telefonema inesperado de um número estranho da região :

- Alô? - atendo curiosa.

- Olivia ,é a Alice ! Preciso falar com você.

Meu coração dispara e então respondo rápido.

- Nós não temos sobre o que conversar.

- Temos, sim! Me encontre no Wynwood daqui a uma hora.

Wynwood, é uma galeria de arte muito conhecida em Miami. Alice, tinha se formado em arte contemporânea e moderna a mais ou menos 1 ano.

- Tudo bem! Nos encontramos lá.

Combinamos mais alguns detalhes e então desliguei o celular. Sei que a Megan vai odiar saber disso, mas talvez ela entenda que no fundo eu merecia uma explicação boa sobre tudo, para pelo menos compensar os dias em que eu chorei pensando nela.

Depois de alguns minutos, fechei a livraria e peguei o carro rumo ao Wynwood.

Alice estava bem na porta com um vestido preto curto, de salto e com os cabelos soltos. Vou de encontro e a abraço um pouco de longe, só para não ser mal educada:

- Está linda, Liv! Como sempre. - diz ela me olhando de cima a baixo.

- Obrigada!

Fomos entrando logo por uma sala toda iluminada com vários quadros por todo lado, fomos passando por varias portas e salas até chegarmos em umas mesas em um restaurante dentro da galeria. Nos sentamos e eu fui direto ao assunto:

- Para que me trouxe aqui?

- Eu queria uma chance de me explicar. Eu tive uma chance única e tive que ir embora. Eu iria te contar isso bem no dia que você me pediu em namoro naquela festa... eu... eu não queria te machucar mais..

- Mas você machucou. - disse interrompendo ela - Naquele dia eu sofri um acidente e quase matei a Megan! Tudo isso por que você é egoísta.

Ela me olha e retruca:

- Eu não sou egoísta, Olivia! Eu não poderia namorar com você e me mudar pra estudar ao mesmo tempo. Me desculpa.

Me levantei da mesa e olhei para ela:

- Sabe o porque me casei com a Megan? Exatamente porque ela é o oposto de você.

- Olivia, eu te...

- Não! Não ama. Porque se amasse você saberia que eu iria te apoiar em tudo o que você quisesse. Saberia que eu iria me mudar para onde é que você fosse e ficaria do seu lado para sempre ou até mesmo depois dele. Porque o amor é assim, Alice. Ele supera qualquer problema que seja. Então não venha me falar que você me ama, porque não é verdade.

- Ela não merece você, Olivia! - diz ela se levantando.

- E quem merece? Você? Me poupe, Alice! Eu tenho que ir.

Saí pela porta indo diretamente para o meu carro, obviamente tudo isso foi uma perda de tempo. Dirigi por pelo menos 40 minutos até chegar em casa, quando cheguei entrei pela porta e vi Megan brincando com a Liz na sala.

Eu não sei se a Alice tinha alguma razão em dizer que Megan não me merecia, na minha humilde opinião (talvez) eu é que não merecia ela. Dei um beijo de boa noite nas duas e fui direto para o banheiro tomar banho. Enquanto a água caia em meu rosto eu só conseguia pensar em uma coisa que eu sentia toda vez que eu lembrava do que tinha acontecido :

"Eu me encontrei em você. Em nossos primeiros olhares trocados. Nos seus olhos esverdeados. No seu interesse em me descobrir. Em sua atitude de vir até mim. Na nossa falta de assunto. Na nossa sincronia em falar junto. Na troca de contatos. Em nossa primeira foto auto retrato. No abraço da partida. No abraço da chegada. Nos encontros e desencontros. Nos desencontros que pareciam prontos. Nas brigas. Nas verdades ditas. Nas mentiras. No seu modo de vestir sua personalidade fria. No que era e não é mais. No que se foi e não voltaria jamais. Na decepção que você me trás. Na paixão que eu tinha por alguém que não existia. Em você. Eu me encontrei. Mas que sorte a minha te perder."

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