Depois que Yara foi embora, Edgard tomou os remédios que a enfermeira Dora trouxe sorridente, pouco depois voltou a dormir, acordando apenas as nove da manhã, com a chegada do acompanhante de um jovem que também estava em observação.
O senhor era visivelmente o avô do rapaz e estava muito preocupado com as dores que o neto sentia, pouco tempo depois veio o diagnóstico, apendicite.
Edgard ficou acompanhando o sofrimento do rapaz até que ele fosse encaminhado para o centro cirúrgico, ele já tinha ouvido falar dessa doença mas desconhecia a causa, afinal o rapaz parecia ser muito tranquilo e saudável, aproveitando o “descanso obrigatório” Edgard pesquisou a respeito e acabou descobrindo que essa doença é ocasional e que não existe prevenção, é uma obstrução do apêndice que acaba inflamando e pode
O médico conversou com Edgard, e realmente liberou ele depois do almoço, mas insistiu que que ele precisaria de alguém para ajudar nos cuidados domiciliares, enquanto o médico explicava sobre como cuidar dos ferimentos, Kátia se aproximou. - Ah! Sr. Edgard, sua esposa está aqui, bem, vou explicar rapidamente para a Sra. os curativos das costas devem ser trocados diariamente, o gesso retirado após uma visita ao ortopedista em trinta dias e a dor nas costas e costelas deve sumir com o tempo, por hora ele deve tomar os medicamentos prescritos na hora certa e evitar esforço físico, uma vez que também existe uma luxação no tornozelo esquerdo. A Sra. entendeu? - Sim Dr. entendi, mas eu não sou esposa do Edgard, sou apenas amiga
Kátia avisa que vai sair a farmácia e que retorna em menos de uma hora e pede para que Edgard descanse em seu quarto até seu retorno. Mas tal qual uma criança curiosa, assim que ela cruza o portão, o homem se levanta e mesmo com dificuldade começa a percorrer todos os cômodos da casa dela e observar cada detalhe. A casa que ele sabia que foi montada de última hora para Kátia era aconchegante, simples e bem decorada. Todos os móveis tinham o padrão de madeira ou eram de madeira maciça envernizada alguns inclusive eram visivelmente de segunda mão, não pelo estado de conservação, mas pelo desi
Os dias passaram e Edgar não conseguiu descobrir o que Douglas e os outros membros dos Exilados fizeram com Marco, mas o fato é que ele não apareceu mais e Kátia não desconfiava do assunto, o que na opinião de Edgar era bom, já que ela vinha sofrendo com problemas de pressão de vez em quando, que a deixavam tonta. - Kátia, não acha melhor ir ao médico, essa tua tontura pode ser perigosa se estiver ao volante. O médico descobre a causa e te dá um medicamento pra regular a tua pressão. - Não se preocupa, Edgar. Tá tudo sob controle. É só a dieta que eu estou fazendo, eu quero diminuir o máximo de açúcar na minha alimentaç&
Quarta feira chegou e agora eles estavam convivendo a uma semana, o rapaz que tinha ainda fortes dores nas costas e que não tinha se habituado ao gesso que imobilizava seu braço direito praguejava constantemente: - Se pelo menos fosse o braço esquerdo! Mas sem opção tudo ele tinha era o direito de se conformar em trabalhar no computador durante o dia, mesmo que lentamente e esperar até que Kátia retornasse do buffet, o que nem sempre tinha um horário definido, o que na realidade compensava era a sensação de lar que ele tinha nessa casa pequena e simples para os padrões de alguém nascido na família Toniolo. Edgar ainda estava perdido em seus pensamentos quando a porta se abriu, com dificuldade ele se virou e viu a amiga que tão p
Inicialmente Edgar ia passar apenas uma semana na casa de Kátia, mas agora já tinham se passado mais de quatro, as tonturas e o leve mal-estar causado pela gestação já tinham passado e ninguém além de Érica, Yara e a Dra. Letícia, sabiam da gravidez dela, mas a situação não podia ser escondida para sempre, afinal, o ventre dela começava a crescer e logo ficaria visível para todos. Por isso, quando finalmente ela convenceu Edgar a ir para o apartamento dele, depois de selecionar uma governanta e uma diarista ela finalmente respirou aliviada. Enquanto cuidava de Edgar ela não preparou os amigos para essa revelação, e temia o momento que tudo viesse à tona.
Kátia quase não comparecia mais aos encontros dos Exilados, preocupados, Mauro e Murilo foram até a casa dela para saber o que estava acontecendo, assim que chegaram bateram palmas, mas ninguém atendeu, o portão estava fechado, mas não trancado, então os irmãos entraram e ouvindo o som de música nos fundos da casa, deram a volta e foram direto conversar com a “irmãzinha” deles. Qual não foi a surpresa deles ao verem ela de top e bermuda baixa ostentando uma bela e redonda barriga, enquanto estendia fraldas e roupinhas no varal. - Kátia? O que tá acontecendo aqui? Desde quando você tá... grávida!? – Murilo não sabia como agir, de tantas possibilidades essa foi uma que ele nem cogitou. Mauro estava
Kátia olhava para o teto e acariciava a barriga que se movia com os chutes de Ícaro. - Calma filho, nem que seja um pai postiço, mas eu arrumei um pai pra você. Agora nós dois vamos ter que ajeitar tudo e ficar firmes, caso contrário daqui a pouco ele vai querer morar com a gente, e isso, bem, isso a mamãe não pode deixar tá? Ele vai ser teu pai só no papel e só até a mamãe achar alguém que ame e aceite nós dois, então mandamos esse sem-vergonha procurar o caminho dele. Enquanto isso, os homens já tinham voltado da cozinha e agora interrogavam as “cúmplices” de Kátia, eles não queriam que ela ficasse inquieta e passasse mal
Rubens dirigiu o carro o tempo todo em silêncio, enquanto Érica mexia no telefone celular procurando alguma coisa para se distrair, mas nada agradava, ela aparentava calma e tranquilidade, mas realmente estava tremendo por dentro. Ao chegarem em casa, Rubens que sempre abria a porta do carro para ela, simplesmente saiu e destrancando a porta de casa, entrou sem nem mesmo olhar para a esposa. - É Érica, dessa vez tu se lascou todinha... – Dizia ela dentro do carro tentando criar coragem e entrar em casa enquanto a porta ainda estava aberta. Ao entrar, ela não viu o marido na sala, tampouco na cozinha, foi então direto para o escritório dele, mas também, nada de Rubens. Assim foi para o quarto do c