Mais tarde, naquele mesmo dia, a mãe de Kátia ligou para ela:
- Tata, o Galo me disse que tu ligou mais cedo e que já está em Camboriú, o que tu tá fazendo aí filha, vem pra casa, teu lugar é aqui com a gente.
- Mãe, eu tou bem. Meus amigos me arrumaram uma casa numa rua tranquila não muito longe do centro. Eu estou bem instalada, pode ficar tranquila.
- Tu já disse isso Tata, mas a mãe não consegue acreditar, como teus amigos montaram uma casa tão rápido pra ti?
- Mãe, parte dos mó
Edgar foi trabalhar a tarde e o fato de ter um guia local ajudou bastante, ele conversou com Júlio e passou a ele todas as especificações da área que estava procurando, depois de visitarem os imóveis já agendados, Júlio levou Edgar para ver uma área que já estava a venda a mais de dez anos e que pertencia a uma antiga indústria que fechou no início dos anos oitenta, o prédio formado por vários galpões já tinha sido demolido e agora o terreno de quinhentos metros de frente estava entregue ao capim. Júlio contou ao engenheiro que os donos do terreno moravam em São Paulo e que se dizia que raramente apareciam, como estavam pedindo muito dinheiro, nem mesmo as imobiliárias tentavam mais vender o i
Mal o Sol raiou o telefone de Edgar começou a tocar.Ainda sonolento ele atendeu sem nem mesmo olhar quem estava ligando.- Alô?- Edgar, que voz é essa? Ainda dormindo? Eu achei que já estava a caminho, a menos é claro que venha de avião.Do outro lado da linha, Dona Isabel Lia estava animada, naquela noite muitas coisas boas iriam acontecer e a presença de Edgar era fundamental.- Oi mãe. Eu ainda estou na cama, eu não vou pro jantar hoje a noite, tenho que aproveitar que os proprietários do terreno que escolhi vão estar aqui na cidade hoje pra conversar com eles a tarde.- Filho, você é como seu pai, ontem enquanto eu corria como uma louca preparando o jantar de hoje, ele ficou trancado no escritório o dia todo resolvendo problemas de uma obra lá em Minas.- Problemas?- É, foi o que ele me disse mas não espec
Mal o Sol raiou o telefone de Edgar começou a tocar. Ainda sonolento ele atendeu sem nem mesmo olhar quem estava ligando. - Alô? - Edgar, que voz é essa? Ainda dormindo? Eu achei que já estava a caminho, a menos é claro que venha de avião. Do outro lado da linha, Dona Isabel Lia estava animada, naquela noite muitas coisas boas iriam acontecer e a presença de Edgar era fundamental. - Oi mãe. Eu ainda estou na cama, eu não vou pro jantar hoje a noite, tenho que aproveitar que os proprietários do terreno que escolhi vão estar aqui na cidade hoje pra conversar com eles a tarde. - Filho, você é como seu pai, ontem enquanto eu corria como uma louca preparando o jantar de hoje, ele ficou trancado no escritório o dia todo resolvendo problemas de uma obra lá em Minas. - Problemas? - É, foi o que ele me disse mas não especificou mais o assunto. Só me pediu pra deixar ele quieto porque talvez a empresa perca todo o projeto. <
O domingo de Edgar foi perfeito, tinha participado de um churrasco animado na praia, visto mulheres bonitas e admirado mesmo que discretamente as curvas harmônicas e perfeitas de Kátia, a quem presenciou bêbada pela primeira vez e descobriu o quanto ela fica ridiculamente linda e leve dançando descoordenadamente, e que só faz isso depois de algumas cervejas. Além disso tinha conseguido um ótimo contato que poderia resolver mais rápido a questão do Escala e assim ele poderia correr para São Paulo com um pré-contrato assinado e garantir o negócio, afinal, com esse documento seu pai e seu tio não voltariam atrás na palavra que ele empenhou em nome da Toniolo Engenharia. Mas, o que ele não esperava, era a tempestade que cairia sobre sua cabeça assim que acordasse na segunda-feira, um belo dia de sol. O telefone dele vibrou, ele tinha uma nova mensagem: Gi: Mano, PARABÉNS! (bonecos de noivinhos) Gi: A Mel acaba de
Oito horas da manhã de segunda-feira.Lady Lara: (carinhas sorrindo) Bom dia!Clara: Bom dia o quê!? Tô de plantão (carinha chorando)Rica: E eu? Tenho turno duplo hoje, e tou toda queimada de ontem. (carinha de raiva e camarões)Galã: HAHAHAHAHA... Devia ter ficado com a gente.Miss SC: Ei, vcs me acordaram.Dr.: (carinha assustada) Sério Kátia?Miss SC: (camarões) demorei a dormir.Jú: (camarões) Eu avisei vcs, hahahahaRica: Ah! Eu só queria pegar uma cor, nessa vida de shopping nem vejo mais o sol. (carinha triste)Lady Lara: Kátia, gostei do teu novo amigo, ele é bem interessante.Luke: Interessante como Rita??
Edgar desligou o telefone, pelo menos no trabalho as coisas pareciam estar se encaminhando, agora era exercitar todas as técnicas de negociação que tinha aprendido e desenvolvido na companhia do pai ao longo dos anos, seu pensamento então voou até São Paulo, mais precisamente para o escritório do seu pai. “Caralho! Eu precisava falar com o meu pai sobre o problema em Minas, mas se eu abrir a boca ele vai me mandar prá lá resolver e eu não quero sair de Santa Catarina antes de fechar a compra do terreno, preciso primeiro garantir o Escala.” Ele então procurou no celular o contato de Décio o engenheiro responsável pela obra em Minas Gerais, um condomín
As horas passaram lentamente e Kátia olhava para o contato enviado por Rita, salvo apenas como Chefe? no seu celular, um frio na barriga incomodava, afinal ela nunca tinha trabalhado na área da alimentação, tudo o que ela possuía era um caderno de receitas antigo, sem capa e com páginas manchadas. A formação dela também não ajudava em nada, como a faculdade de Administração iria ajudar ela a ser doceira? Kátia balançou a cabeça para espantar esses pensamentos, ela precisava de um emprego e na realidade não tinha nada a perder, suspirou profundamente e então enviou uma mensagem.Kátia: Boa tardeKátia: Meu nome é Kátia Meyer, a
Edgar passou no hipermercado indicado por Douglas e seguiu para a casa de Kátia, ele já tinha ouvido durante o churrasco de domingo tudo o que os amigos dela tinham feito e conhecia talvez melhor que ela mesma as desventuras deles para que estivesse tudo pronto quando ela retornasse para Camboriú, o que deixou o engenheiro realmente curioso com o resultado final da surpresa. Ele parou o carro na frente do endereço indicado e observou a casa que externamente ainda tinha uma aparência abandonada, o que não o surpreendia em nada, mas ele prestou uma atenção especial a arquitetura do imóvel, se ele estivesse correto essas paredes teriam pelo menos trinta centímetros de espessura. O telhado, de telhas francesas cobertas de limo era um indicativo da idade do imóvel, ele já ti