Mal o Sol raiou o telefone de Edgar começou a tocar.
Ainda sonolento ele atendeu sem nem mesmo olhar quem estava ligando.
- Alô?
- Edgar, que voz é essa? Ainda dormindo? Eu achei que já estava a caminho, a menos é claro que venha de avião.
Do outro lado da linha, Dona Isabel Lia estava animada, naquela noite muitas coisas boas iriam acontecer e a presença de Edgar era fundamental.
- Oi mãe. Eu ainda estou na cama, eu não vou pro jantar hoje a noite, tenho que aproveitar que os proprietários do terreno que escolhi vão estar aqui na cidade hoje pra conversar com eles a tarde.
- Filho, você é como seu pai, ontem enquanto eu corria como uma louca preparando o jantar de hoje, ele ficou trancado no escritório o dia todo resolvendo problemas de uma obra lá em Minas.
- Problemas?
- É, foi o que ele me disse mas não especificou mais o assunto. Só me pediu pra deixar ele quieto porque talvez a empresa perca todo o projeto.
<O domingo de Edgar foi perfeito, tinha participado de um churrasco animado na praia, visto mulheres bonitas e admirado mesmo que discretamente as curvas harmônicas e perfeitas de Kátia, a quem presenciou bêbada pela primeira vez e descobriu o quanto ela fica ridiculamente linda e leve dançando descoordenadamente, e que só faz isso depois de algumas cervejas. Além disso tinha conseguido um ótimo contato que poderia resolver mais rápido a questão do Escala e assim ele poderia correr para São Paulo com um pré-contrato assinado e garantir o negócio, afinal, com esse documento seu pai e seu tio não voltariam atrás na palavra que ele empenhou em nome da Toniolo Engenharia. Mas, o que ele não esperava, era a tempestade que cairia sobre sua cabeça assim que acordasse na segunda-feira, um belo dia de sol. O telefone dele vibrou, ele tinha uma nova mensagem: Gi: Mano, PARABÉNS! (bonecos de noivinhos) Gi: A Mel acaba de
Oito horas da manhã de segunda-feira.Lady Lara: (carinhas sorrindo) Bom dia!Clara: Bom dia o quê!? Tô de plantão (carinha chorando)Rica: E eu? Tenho turno duplo hoje, e tou toda queimada de ontem. (carinha de raiva e camarões)Galã: HAHAHAHAHA... Devia ter ficado com a gente.Miss SC: Ei, vcs me acordaram.Dr.: (carinha assustada) Sério Kátia?Miss SC: (camarões) demorei a dormir.Jú: (camarões) Eu avisei vcs, hahahahaRica: Ah! Eu só queria pegar uma cor, nessa vida de shopping nem vejo mais o sol. (carinha triste)Lady Lara: Kátia, gostei do teu novo amigo, ele é bem interessante.Luke: Interessante como Rita??
Edgar desligou o telefone, pelo menos no trabalho as coisas pareciam estar se encaminhando, agora era exercitar todas as técnicas de negociação que tinha aprendido e desenvolvido na companhia do pai ao longo dos anos, seu pensamento então voou até São Paulo, mais precisamente para o escritório do seu pai. “Caralho! Eu precisava falar com o meu pai sobre o problema em Minas, mas se eu abrir a boca ele vai me mandar prá lá resolver e eu não quero sair de Santa Catarina antes de fechar a compra do terreno, preciso primeiro garantir o Escala.” Ele então procurou no celular o contato de Décio o engenheiro responsável pela obra em Minas Gerais, um condomín
As horas passaram lentamente e Kátia olhava para o contato enviado por Rita, salvo apenas como Chefe? no seu celular, um frio na barriga incomodava, afinal ela nunca tinha trabalhado na área da alimentação, tudo o que ela possuía era um caderno de receitas antigo, sem capa e com páginas manchadas. A formação dela também não ajudava em nada, como a faculdade de Administração iria ajudar ela a ser doceira? Kátia balançou a cabeça para espantar esses pensamentos, ela precisava de um emprego e na realidade não tinha nada a perder, suspirou profundamente e então enviou uma mensagem.Kátia: Boa tardeKátia: Meu nome é Kátia Meyer, a
Edgar passou no hipermercado indicado por Douglas e seguiu para a casa de Kátia, ele já tinha ouvido durante o churrasco de domingo tudo o que os amigos dela tinham feito e conhecia talvez melhor que ela mesma as desventuras deles para que estivesse tudo pronto quando ela retornasse para Camboriú, o que deixou o engenheiro realmente curioso com o resultado final da surpresa. Ele parou o carro na frente do endereço indicado e observou a casa que externamente ainda tinha uma aparência abandonada, o que não o surpreendia em nada, mas ele prestou uma atenção especial a arquitetura do imóvel, se ele estivesse correto essas paredes teriam pelo menos trinta centímetros de espessura. O telhado, de telhas francesas cobertas de limo era um indicativo da idade do imóvel, ele já ti
Naquela noite Edgar dormiu bem, ele estava feliz sem entender claramente a razão, talvez ter finalmente encerrado o noivado tivesse tirado um peso enorme das suas costas e depois de ter sido o “ entregador” da pousada, sentiu que a vida podia ser menos complicada e desejou ardentemente por viver assim, como Kátia e os amigos, que se apoiam sem reservas e a qualquer tempo. Na manhã seguinte a curiosidade foi maior e já que ele estava de partida, tomou coragem para questionar Douglas diretamente: - Bom dia, Edgar. O café já está servido. - Bom dia, Douglas. Já estou indo até lá, mas depois podemos conversar?
A noite foi longa, mas produtiva, as geleias ficaram prontas e logo pela manhã Kátia foi a entrevista levando ambas para que Dona Rosemar que mesmo antes de conversar com ela foi logo a cozinha e sem nenhuma cerimônia recheou dois bolinhos e provou. - Isso! Perfeito! Doce na medida certa e ainda é possível sentir qual é o sabor da fruta. Vamos para o escritório, temos muito o que conversar. Mas antes de sair ela se virou e olhou para uma mulher que parecia ser uma das doceiras e disse: - Pegue essas geleias e monte um bolo degustação, vou falar com a cliente para ela vir até aqui a tarde para provar.
Edgar acelerava o máximo que podia e em poucos minutos chegou a Oásis, estacionando a cerca de cinquenta metros da portaria, sem pensar muito apenas trancou o carro e desceu preocupado em como entrar rápido e levar Kátia logo para casa, afinal ele ainda pretendia dormir mais um pouco antes de embarcar no avião e seguir viagem. No entanto, ao se aproximar mais da portaria, uma confusão gigantesca o recepcionou, os seguranças tentavam impedir Hector de bater mais ainda em um homem que gritava com ele, as pessoas saiam da boate para assistir a briga, Yara, noiva de Hector chorava e segurava o braço do empresário, tentando impedir que as agressões continuassem. Todo o quadro apenas deixou Edgar mais inquieto ainda, pelo que ele conhecia Hector, poucas situaçõ