Estou em mais um cochilo cheio de pesadelos, quando sou sacudida por várias mãos e ao abrir os olhos a claridade me incomoda, volto a fechá-los e após um momento os abro devagar, para me deparar com cinco mulheres com caras de poucos amigos me encarando.
- Você vai agora mesmo tomar um banho, vestir uma roupa que preste e vai sentar conosco para comer alguma coisa. – Nat declara já me empurrando para fora da cama.
- Não quero me levantar agora. – Declaro.
- Mas vai. – Marcela sentencia.
- Se não se levantar por bem, jogarei um balde cheio de água em você. – Bia declara e sorri. – E é o balde mesmo, não somente a água.
Sem opção levanto-me e tomo um banho, lavando os cabelos ao ser amea&
Ver o desespero nos olhos de Carolina é quase desesperador, ela não sabe do tamanho do meu amor por ela e como não disse, assim como Raphael me avisou, sente dúvidas e mais ainda acredita que não é suficiente para mim. Vê-la mais magra com olheiras profundas e olhar perdido é como levar um soco no estomago. Saio do prédio em que mora com os nervos em frangalhos, a vontade é de esmurrar todos os que lhe causaram esse desespero. Quando olho para o lado, vejo alguém em quem posso descarregar minha ira, o que esse idiota está fazendo aqui? Daniel, desce do carro como se não estivesse proibido de chegar perto dela e vem com cara de deboche, ficando de frente para mim, o olho com fú
- O meu é alemão e sou totalmente goiano, ou seja, o sobrenome não quer dizer nada. – Raphael também estreita os olhos para o idiota. – E se você tem uma ordem de restrição, deve cumpri-la ou precisa que eu chame alguma patrulha?- Tudo bem, estou indo agora. – Levanta as mãos em sinal de rendição e aponta o indicador em minha direção. – Isso não acabou.- Está ameaçando-o? – Rapha pergunta, sem desfazer sua postura de autoridade. – Posso prendê-lo por ameaça.- Estou indo oficial. – Fala com deboche e segue para seu carro. Todos mantemos as posturas até que seu carro vire no fim da rua. Quando isso ocorre, vejo Marcela e Antonella soltarem o ar que estavam segurando, bem como vejo Nat se virar para Raphael, sem esconder seus
- Muito bem. – Marcela pigarreia e continua. – Quando saíamos daqui Carol, demos de cara com Daniel na porta do prédio. Olavo o enfrentou e estava pronto para colocá-lo para correr, quando nossa amiga Nat Tyson ali. – Aponta o indicador para Nat. – Resolver socar o idiota. Carolina coloca a mão direita sobre a boca e arregala os olhos, porém, não consegue se segurar e cai na gargalhada.- Nat minha amiga, você é louca? – Pergunta, limpando as lágrimas dos cantos dos olhos.- Na verdade esse soco estava ganhando vida desde quando ele começou a implicar com nossa amizade e essa vida vem se intensificando desde o dia que o pegamos com aquela penosa naquele apartamento mal decorado. – Diz a última frase olhando para suas unhas.- Espera
O pensamento de que toda a minha vida foi uma mentira me bate como um soco, mas diferentemente do que estava sentindo até a algumas horas, estou bem com isso. Fui rodeada por mentiras, por pessoas com índole duvidosa e que manipulam os outros por ganância. O silêncio em minha sala é na verdade ensurdecedor, todos estão em seus próprios pensamentos, fazendo conjecturas e ao mesmo tempo percebo que estão temerosos por minha reação, verdadeiramente preocupados comigo.- Não posso dizer que me surpreendo. – Falo finalmente. – Após o término de nosso casamento, senti como se tivesse vivido uma mentira e enxerguei a verdadeira face de Daniel. – Olho fixamente para o chão. – O que Cassandra pretende com tudo isso é que
Pegamos apenas o necessário, que não poderia ser substituído e quando as crianças chegaram da escola, Rodrigo nos trouxe para a casa de Olavo. As crianças desceram e já correram para o interior, direto para a cozinha, sendo seguidas por Hortência, mas continuo parada na porta da frente, sem saber o que fazer. Estou olhando a fachada da imponente mansão e quando abaixo o olhar, vejo a senhora que detém o mais puro amor de Olavo. Ela está me esperando e percebo que seu semblante é de amor e compreensão. Só agora me dei conta de que minha relutância em entrar é medo de que não me entenda e que me acuse de tirar a paz de seu neto. Com passos incertos sigo em sua dire&
Já faz 10 dias que Olavo viajou, nesse tempo, não me ligou, nem eu o fiz. Raphael, Enrico, Marcela, Antonella e minha mãe vieram duas vezes me ver e repassamos incansavelmente toda a história, mas não encontramos mais brechas ou pontas. Mamãe realmente não sabe mais de nada, após meu nascimento e a morte de Moisés, nunca mais havia ouvido falar de Cassandra, então acreditou que ela tinha nos deixado em paz. Daniel tentou uma nova aproximação, apareceu inclusive na portaria do condomínio e tentou de tudo para entrar, mas liguei para Raphael e ele foi retirado pela polícia. Retornei a minha rotina, mas agora no escritório que montamos, Nat, Rita e eu, administrado por no
Saio pela porta do avião e paro no início da escada, respiro calmamente e olho para o dia que está terminando de ir embora. No horizonte posso ver os tons alaranjados se destacando e algumas estrelas já são visíveis. É como se finalmente, ao fim de muitos anos eu pudesse respirar, como se estivesse preso em uma sala escura e finalmente conseguisse abrir a porta e ver a luz. No início a luz cegou e senti certo desconforto, porém como sempre ocorre o tempo fez com que viesse o costume e assim pude enxergar claramente o que está a minha frente. Solto um suspiro com força e olho para o carro parado a frente do avião, onde me esperam Enrico e Rodrigo, ambos estão com semblante carregado, o que me dá certo desconforto, pois só pode significar que
Quando chego em casa, sinto meu coração disparado, as mãos suando e a boca seca. Faz 10 dias que não vejo aqueles olhos de esmeralda e não sei como ela irá me receber, também não sei o que meu silêncio provocou em nossas vidas, além de que não sei como ela vai encarar meu passado, mesmo sabendo agora que não tenho culpa. Quando abro a porta e entramos, encontramos uma sala repleta de alegria, risadas e algazarra. As três senhoras da minha casa estão sentadas observando uma interação muito interessante entre Nat, Bia, Thaynara e quatro crianças. Paço meus olhos por todos que ao me verem se calaram e ao olhar na porta que leva a sala de TV, vejo quem eu queria. Minhas pernas bambeiam com a força do impacto que tenho,