- Senhorita Lins, como que foi possível elaborar esse projeto sem saber as características do solo, se ocorre insolação no terreno ou se a ventilação é adequada para esse tipo de prédio?
- Sr. Lykaios, pode me chamar de Nathalia. – Diz minha amiga com uma calma que apenas eu que a conheço sei ser fachada. – Respondendo a sua pergunta, o senhor veio até nós com o intuito de construção de uma indústria automobilística aqui em Goiânia, certo? – Ele apenas anui sem retirar os olhos dela. - Sendo assim, supomos que ou será construída em torno da capital.
- Sim, pretendo estabelecer residência aqui e por razões de locomoção o terreno é em torno da cidade.
- Desta forma senhor, o município de Goiânia está, geologicamente, situado sob o embasamento de rochas metamórfica
Respiro fundo e rezo para ter entendido errado, ele não teve a intenção de colocar duplo sentido nesta frase, teve? Não, é claro que não, tivemos apenas uma noite e com a forma que fui tratada por ele, demonstrou não ter interesse em manter nenhuma intimidade comigo, não foi isso? Me encaminho para a minha sala, sendo seguida por minha fiel companheira, ela permanece em silêncio, o que definitivamente não é normal para uma pessoa como a Nat. Ao adentrar meu santuário particular deixo as emoções transparecerem ao mesmo tempo em que me jogo em meu sofá e olho para ela dizendo:- O que foi tudo isso Nat? Como eu vou fingir que nada aconteceu? – Minha voz demonstra o meu desespero. – Eu não sei fazer isso, nunca estive n
- Foi a melhor noite da minha vida! Escuto sua voz quase sussurrada e paro com a mão na maçaneta da porta. Fecho os olhos e espero para ver se ela diz mais alguma coisa, porém ela não diz nada. Me viro vagarosamente em sua direção e encontro aqueles olhos de esmeralda me olhando arregalados e fragilizados. Alguém machucou muito essa mulher e eu daria tudo nesse momento para descobrir quem é, para poder protegê-la de seus próprios demônios. Meu Deus do céu, que pensamentos são esses que eu estou tendo? Nunca os tive por mulher nenhuma, como assim protegê-la? Estou ficando louco, só pode.- Fica meio difícil de acreditar, uma vez que fugiu sem se despedir, não é mesmo? – Questiona e vejo um lampejo de raiv
André Pontes, o corretor me espera do lado de fora com um sorriso simpático no rosto, desço do carro e me dou um momento para observar a imponente fachada da casa, não é aqueles caixotes que costumam construir ultimamente, uma de minhas exigências. Também possui mais alvenaria na parte externa, tenho certa aversão a tantas janelas de vidro, para que qualquer um possa ver o interior. Sei que a casa precisa de luz do sol, porém também aprecio minha privacidade. Gosto das cores estilo cimento que cobrem as paredes externas e do contraste que faz com a porta branca e gosto mais ainda que a garagem possua portas, para que os carros também não fiquem expostos e sempre saibam quando estamos ou não em casa.&n
Entramos novamente na cozinha e passamos pela lavanderia, com eletrodomésticos na cor preta e chegamos a lateral da varanda que também se tem acesso da sala de jantar, com decoração um pouco rústica que com certeza me agrada, pois de forma acoplada se encontra uma varanda gourmet, também decorada rusticamente e com uma bela churrasqueira. Em frente se encontra uma piscina de tamanho olímpico, separando a casa de um jardim amplo e bem cuidado, com uma academia de bom tamanho do lado direito. E finalmente um espaço vago onde claramente cabe uma réplica da casa da Dona Isabel. O espaço é perfeito para um solteirão convicto como eu, principalmente por conter um ambiente exclusivo para os meus
- Merda de dia que não acaba mais. – Esmurro o volante do carro ao parar em um sinal fechado. Como se não bastasse a visita ilustre de Olavo Lykaios, a minha sala, após sua saída tive o desprazer de receber a Cobra Mor. Ela foi me repreender por minha postura nada profissional ao descaradamente flertar com um cliente. Que mulher insuportável, eu não fiz isso e ela sabe, mas ela é observadora e deve ter sentido a tensão e veio apenas tentar descobrir alguma coisa. E o dia havia acabado? Claro que não, já no fim do expediente recebo a ligação do Daniel, informando que as 18:00 horas ele passaria para buscar as crianças. Ele é assim, busca eles no dia que quer, faz o que lhe dá na cabeça e não procura saber se temos a
- Não fique assim Flor, eles vão ficar bem. – Digo já a abraçando, porém não sei se estou consolando a ela ou a mim.- Eu sei, mas não gosto quando se vão. – Solta um pequeno soluço e completa: - estou terminando a janta, vá tomar um banho e venha comer, saco vazio não para em pé.- Quem disse que sou um saco vazio? – Faço cara de questionamento com as mãos na cintura.- Hum, e quando mesmo foi a última vez que você comeu, menina? – Pergunta perspicazmente e eu enrubesço.- Foi no almoço. – Respondo cabisbaixa por ter sido pega no flagra.- Apresse-se menina, já está quase pronto. Tomei um banho bem rápido e me juntei a ela para degustar a maravilha que é Hortência na cozinha. Não se
Estou a 5 min parada em uma vaga de proibido estacionar em frente ao apartamento da Nat. Quando já me encontrava no elevador, indo para a garagem ela me ligou pedindo carona, seu carro não quis ligar e ela teve que chamar um guincho. Porém, como pontualidade não é um dos seus pontos fortes, ainda aguardo sua boa vontade. Ouço uma batida no vidro da janela do lado do passageiro e quando olho me deparo com ela, seu semblante entrega seu nervosismo, então me apresso em destrancar a porta e assim que ela entre e afivela o cinto, arranco com o carro em uma velocidade mais acentuada e não cheguemos atrasadas para conhecer o local da obra. Não é um local muito afastado, fica próximo ao centro da cidade,
- Algum problema Rodrigo? – Fala me encarando.- Desculpe Sr. Olavo, estava apenas cumprimentando duas velhas amigas. – Vira-se e abre a porta do motorista, mas nos olha e com um movimento de cabeça complementa. – Foi bom revê-las meninas, a Bia vai querer vê-las também.- A vi na semana passada, mas confesso que precisamos nos reunir com calma e colocar o papo em dia. – Após isso, me viro e vou em direção ao meu carro. Entro no carro e respiro fortemente algumas vezes para acalmar meus ânimos. Porém, o momento de calmaria não dura muito, sou surpreendida por Rita que bate na minha janela e faz um gesto para que a abaixe.- Pois não Rita? – Pergunto curiosa.- Não sei como lhe dizer isso. – Me fita de forma aflita, torcendo as mãos. – É um assunto