A história do Olavo me abalou muito, como pode uma criança sofrer tanto e ainda se tornar o homem íntegro e maravilhoso que ele é. Cada dia que passamos juntos, sinto-me mais apaixonada, porém, o medo de sofrer faz com que não revele a ele esse sentimento, mesmo que eu sinta que seja correspondida. Mas, e se eu só estiver enxergando o que quero, se minha mente estiver novamente me pregando uma peça e o que ele quer comigo seja apenas passar um tempo? Afinal se ele me amasse já teria se declarado. Mas, como se ele não sabe se eu sinto o mesmo e pode estar da mesma forma que eu, se resguardando do sofrimento.
Já se passou 1 mês, desde aquela manhã, não voltei mais para meu apartamento, a casa de dona Isabel ficou pronta e é lá que os meu
Raphael fica em silêncio e percebo que está desconfortável com minha fala. É inegável a atração entre ele e minha amiga, mas penso que sua relutância em assumir, se deva a este caso do passado, pois é incrível como ele tem o dom de se interessar por mulheres geniosas. Para não o deixar mais perdido, decido continuar nosso foco.- Qual o seu plano? Ele me olha por um longo tempo e ao perceber que estou disposta a escutar e quem sabe participar, começa a discorrer sobre seu plano. É um plano arriscado, complexo e realmente eu posso perder o homem por quem me apaixonei perdidamente, porém, lembrando-me dos olhos mesquinhos de Cassandra, decido sem ao menos pestanejar.**********************************************************
- Não, vocês todos é que não me deram escolha.- Certo, então agora você está retomando estas escolhas. – Faço que sim com a cabeça, pois não sei se consigo falar mais. – Essa mulher de quem falo, me deu impulso para ir atrás do meu passado e quando o ouviu, me mostrou entendimento, compaixão e discernimento, me ajudando a entender que o que passou, deve ser entendido, mas não revivido. Mostrou-me que o companheirismo é algo fundamental em um relacionamento e principalmente deu a entender que estaria ao meu lado em todos os momentos. Eu entendi errado?- Você entendeu o que quis, nunca me perguntou sobre isso. – Falo sem olhar para ele, não consigo e sinto quando ele prende a respiração.- Tudo bem, só me responde uma pergunta, por que saiu da minha casa e voltou para o apartamento?- Porque preciso do meu esp
Meus pensamentos estão turvos pela bebida, mas ainda posso sentir a dor, a revolta e o ódio percorrendo minhas veias. Eu preciso esquecer e se o entorpecimento causado pelo álcool não ajudar, não sei como vou fazer. Ao sair do prédio daquela diaba, pedi a Rodrigo que me trouxesse para o hotel de Enrico, precisava ficar sozinho, então pedi um quarto, uma garrafa de Whisky e desde então, não sei a quanto tempo, pois a garrafa vazia já foi substituída por uma que está agora pela metade, por um serviço de quarto muito bom, mas a merda da dor não me deixa, não entorpece e não melhora. Como eu pude confiar em alguém novamente, como eu fui capaz de entregar meu
- Boa tarde, sou a doutora Michele. Vou aproveitar que o senhor acordou e realizar alguns exames físicos e fazer algumas perguntas, tudo bem? – Com seriedade e sem olhar para meus amigos ela me pergunta.- Tudo bem! – Respondo secamente. Ela fica por uns 10 minutos checando tudo em mim, usa aqueles trecos que tem luz para olhar cada orifício a vista e faz inúmeras perguntas. Ela é bonita e muito profissional, em outra época eu apreciaria as duas coisas, mas nesse momento estou sem saco para isso.- Bem senhor, acho que já pode ser liberado, uma vez que chegou ontem e já se reidratou, pode retornar para casa agora. – Escreve em um papel e entrega para meus amigos em um silêncio constrangedor, mas que para ela não parece ser nada. – Em alguns minutos uma enfermeira virá retirar o acesso. Tenha uma boa tarde
Sinto uma mão segurando o meu braço e quando vejo é o tal de George que me ampara, então me lembro que estava até alguns minutos atrás tomando soro em um hospital.- Se acalma, você não pode ficar tão nervoso e ainda não comeu nada. – Ele fala comigo de forma firme, mas que não admite discussão, assinto e me sento novamente.- Me explica direitinho essa asneira que você disse Raphael. – Falo com a voz embargada.- Eu tinha um plano, que seguimos à risca até que ela saísse correndo atrás de você a três dias atrás. – Como assim ela saiu atrás de mim, nada faz sentido na minha cabeça. – Semana passada eu vim até sua casa e contei a Carolina que as provas para pegar aqueles idiotas não eram suficientes, expliquei qu
Mesmo que a mágoa tenha tomado conta do meu coração, não consigo conceber a ideia de que ela está nas mãos daqueles bandidos. Ela me magoou imensamente, primeiro com sua rejeição e depois com sua falta de confiança em mim.- Você vai achá-la? – Olho para o lado e vejo os olhos suplicantes de Luiz Miguel e nesse momento desmorono, choro toda a dor que me sufoca a três dias. Saio da minha cadeira e ajoelho ao lado da sua, abraçando-o dou vazão ao meu sofrimento, não consigo falar, apenas abraço-o e compartilho com ele o desespero de não ter Carolina conosco. Sinto pequenas mãos me abraçando e quando olho é Ana Carolina que se junta ao nosso abraço.- Ela vai ser encontrada, o tio Raph
- Acorda piranha. – Sinto tapas no meu rosto ao mesmo tempo em que percebo que estou sentada de forma desconfortável.- Já era para ela ter acordado. – Ouço a voz que me assusta, eu a escutei por anos, é o Daniel.- Vamos, vagabunda, aqui não é para repousar. – Mais tapas fazem com que a pele do meu rosto arda e ao tentar me mexer percebo que estou com pernas e braços amarrados a cadeira. – A bela adormecida acordou, finalmente. Abro os olhos e o ambiente é escuro, tento mexer o pescoço, mas devido a posição em que estou, ele está duro e muito dolorido, fecho os olhos mais uma vez e obrigo-me a levantar a cabeça, quando abro novamente em minha frente estão Cassandra e o idiota do meu ex.- Onde eu estou? – Pergunto, mas tenho certeza de que não vão m
Sinto um baque em meu estomago, paro para analisar e permaneço em silêncio, como assim? Que marido ela está falando?- Como assim? – Finalmente pergunto.- Eu a convenci a dar o golpe em um paspalho que era podre de rico, mas que não aceitava o dinheiro que possuía, um fraco como você, diferente do primo, que era tão ou mais ambicioso do que eu. – Fecho meus olhos quando suas palavras vão fazendo sentido, não pode ser verdade, que coincidência filha da puta.- Qual era o nome da sua filha? – Sussurro, pois já não tenho mais voz.- Mônica. Ela era meu bebê. Nem você e nem aquela sonsa da Camila chegam a seus pés. – Uma lágrima desce de seus olhos. – Ela era filha do Manoel. – Arregalo os olhos para ela, que sorri com desdém. – Um d