- Boa tarde, sou a doutora Michele. Vou aproveitar que o senhor acordou e realizar alguns exames físicos e fazer algumas perguntas, tudo bem? – Com seriedade e sem olhar para meus amigos ela me pergunta.
- Tudo bem! – Respondo secamente.
Ela fica por uns 10 minutos checando tudo em mim, usa aqueles trecos que tem luz para olhar cada orifício a vista e faz inúmeras perguntas. Ela é bonita e muito profissional, em outra época eu apreciaria as duas coisas, mas nesse momento estou sem saco para isso.
- Bem senhor, acho que já pode ser liberado, uma vez que chegou ontem e já se reidratou, pode retornar para casa agora. – Escreve em um papel e entrega para meus amigos em um silêncio constrangedor, mas que para ela não parece ser nada. – Em alguns minutos uma enfermeira virá retirar o acesso. Tenha uma boa tarde
Sinto uma mão segurando o meu braço e quando vejo é o tal de George que me ampara, então me lembro que estava até alguns minutos atrás tomando soro em um hospital.- Se acalma, você não pode ficar tão nervoso e ainda não comeu nada. – Ele fala comigo de forma firme, mas que não admite discussão, assinto e me sento novamente.- Me explica direitinho essa asneira que você disse Raphael. – Falo com a voz embargada.- Eu tinha um plano, que seguimos à risca até que ela saísse correndo atrás de você a três dias atrás. – Como assim ela saiu atrás de mim, nada faz sentido na minha cabeça. – Semana passada eu vim até sua casa e contei a Carolina que as provas para pegar aqueles idiotas não eram suficientes, expliquei qu
Mesmo que a mágoa tenha tomado conta do meu coração, não consigo conceber a ideia de que ela está nas mãos daqueles bandidos. Ela me magoou imensamente, primeiro com sua rejeição e depois com sua falta de confiança em mim.- Você vai achá-la? – Olho para o lado e vejo os olhos suplicantes de Luiz Miguel e nesse momento desmorono, choro toda a dor que me sufoca a três dias. Saio da minha cadeira e ajoelho ao lado da sua, abraçando-o dou vazão ao meu sofrimento, não consigo falar, apenas abraço-o e compartilho com ele o desespero de não ter Carolina conosco. Sinto pequenas mãos me abraçando e quando olho é Ana Carolina que se junta ao nosso abraço.- Ela vai ser encontrada, o tio Raph
- Acorda piranha. – Sinto tapas no meu rosto ao mesmo tempo em que percebo que estou sentada de forma desconfortável.- Já era para ela ter acordado. – Ouço a voz que me assusta, eu a escutei por anos, é o Daniel.- Vamos, vagabunda, aqui não é para repousar. – Mais tapas fazem com que a pele do meu rosto arda e ao tentar me mexer percebo que estou com pernas e braços amarrados a cadeira. – A bela adormecida acordou, finalmente. Abro os olhos e o ambiente é escuro, tento mexer o pescoço, mas devido a posição em que estou, ele está duro e muito dolorido, fecho os olhos mais uma vez e obrigo-me a levantar a cabeça, quando abro novamente em minha frente estão Cassandra e o idiota do meu ex.- Onde eu estou? – Pergunto, mas tenho certeza de que não vão m
Sinto um baque em meu estomago, paro para analisar e permaneço em silêncio, como assim? Que marido ela está falando?- Como assim? – Finalmente pergunto.- Eu a convenci a dar o golpe em um paspalho que era podre de rico, mas que não aceitava o dinheiro que possuía, um fraco como você, diferente do primo, que era tão ou mais ambicioso do que eu. – Fecho meus olhos quando suas palavras vão fazendo sentido, não pode ser verdade, que coincidência filha da puta.- Qual era o nome da sua filha? – Sussurro, pois já não tenho mais voz.- Mônica. Ela era meu bebê. Nem você e nem aquela sonsa da Camila chegam a seus pés. – Uma lágrima desce de seus olhos. – Ela era filha do Manoel. – Arregalo os olhos para ela, que sorri com desdém. – Um d
Quando acordo novamente, ainda estou amarrada, porém agora me encontro em uma sala diferente, estou em uma cama e a vontade de ir ao banheiro está me matando. Percebo em minha frente uma câmera me filmando e então Daniel abre a porta. Meu estomago revira e seguro firme para não vomitar.- A bela adormecida acordou, estive esperando por muito tempo. – Chega próximo a cama e passa os dedos nojentos em meu rosto. – Vou te dar café da manhã.- Pre...preciso ir ao ba...banheiro. – Tenho dificuldades em proferir as palavras, pois meu estomago está revirando.- Vou te levar, venha. – Me ajuda a levantar e quando coloco os pés no chão sinto um puxão na perna e me lembro do que Cassandra fez. Com dificuldade vou até o ba
Ficamos todos sem reação enquanto Marcela relata o que aconteceu, para que descobrisse que Antonella fazia parte de toda essa sujeira. Quando viu que ela ia matar a companheira, o amigo da Thaynara, retirou-a dos seus braços e a prendeu com algemas e entregou para que uma policial amiga dele a levasse presa. Minha giágia e Antônia resolveram levar as crianças para tomar banho e se deitarem um pouco, porém eles só foram quando Raphael e eu prometemos ir atrás da mãe deles, ainda hoje.- Parece que eles ameaçaram a mãe dela. – Marcela conta com lágrimas descendo por sua face. – Ela podia ter vindo até mim, ter falado comigo, mas não, preferiu participar de tudo. Ela passava um relatório completo de tudo que fazí
Quando Marcela disse onde estavam mantendo Carolina, George acionou seus contatos policiais e junto a Raphael e um outro homem, que pelo que ouvi é delegado da polícia civil e se chama André Mansur, montaram um plano para resgatá-la sem fazer alarde e assim manter sua vida. Porém, mesmo que ninguém tenha dito em voz alta, todos temem que ela já não esteja mais viva, ela sumiu a três dias, o vídeo chegou ontem, mas pode ter sido feito pouco antes de a matarem. Mesmo ainda estando com o coração dilacerado e muito magoado com ela, a simples menção de que ela possa estar morta, mesmo que em pensamento, pois se dito em voz alta, torna tudo mais palpável, me trás uma d
Assim que chegamos ao hospital, fui encaminhado para uma sala de espera e eles entraram com Carolina para dentro. Pouco tempo depois, os paramédicos e enfermeiros da ambulância saíram e foram embora, desejando-me boa sorte. Desde então encontro-me aqui sozinho e sem notícias. Olho o relógio, finalmente, já que estive tentando não o fazer, para não enlouquecer, percebo que já se passaram quase 2 horas. Perdido em meus pensamentos, vejo nossos amigos se aproximando esbaforidos, todos, menos minha giágia e Antônia estão aqui. Acredito que elas ficaram com as crianças. Marcela para na minha frente e chorando pergunta:- Ela está bem?- Eu não sei, n&atil