Manuela.
Morar em uma comunidade requer muito cuidado, assim como tem pessoas muito boas e trabalhadoras também a pessoas ruins e que fazem de tudo pra se dar bem, como os traficantes por exemplo… Meu pai foi vítima deles, ele era alcoólatra e vivia pegando dinheiro emprestado para suprir seu vício, eu tentava de tudo para que ele parasse com isso mas não conseguia, até que ele acabou morrendo e eu herdando suas dívidas com os tais traficantes, alguns que eu até conhecia pois cresceram comigo na comunidade e talvez por conta disso eles não me mataram ainda… mas com certeza algo muito ruim me espera, já que não posso pagar a dívida imensa que meu pai fez com eles, então eles me disseram que eu pagaria de alguma forma, eu já estava desesperada e presa em um quarto sujo onde eu esperava para ver o que eles fariam comigo. Sempre fui muito corajosa, mas confesso agora estou com um medo imenso, não sei o que vai acontecer comigo e com a minha vida.
Andando de uma lado pro outro no quarto escuro e cheio de coisas empilhadas que foram com certeza roubadas eu pensava em como terminaria minha vida… pois pra mim ela tinha acabado ali… chorando e com muito medo eu esperava ser perdoada, mas no fundo eu sabia que não haveria perdão.
Me assustei quando abriram com força a porta de onde eu estava, era Vinícius, um dos meninos que eu cresci junto, agora ele era traficante e pra minha sorte foi ele quem conseguiu convencer os outros a não me matarem.
- Vem Manu, o chefe quer que eu leve você… disse ele.
- Você deu sorte gostosa, escapou de morrer… disse o chefe.
- O que vão fazer comigo? Perguntei assustada.
- Vamos te dá de presente, juntos com umas mulheres que querem ganhar a vida vendendo o corpo.
- Que? Não, por favor! Eu disse.
- Lamento delícia, mas temos uma dívida e temos que pagar, e você vai ser o pagamento, assim sua dívida vai está quitada com a gente.
- Por favor, me matem, me matem mas não me levem pra esse lugar! Eu implorava.
- Sem chance gatinha, você é gostosa e eles te querem, assim com as outras garotas que vão porque elas querem, você faz parte do pagamento.
- Essas são as meninas novas? Perguntou o tal homem.
- São, todas aí, com elas eu pago a minha dívida com vocês… disse o chefe.
- OK… isso já foi resolvido, traga as garotas Marisol… disse o homem a mulher que veio com ele.
- Vamos vadias! Disse ela seca.
Todas entramos em uma van preta que não dava pra ver absolutamente nada através dos vidros, o homem foi dirigindo e a mulher no banco do carona. As meninas que estavam comigo aparentavam ter minha idade também, ambas estavam tranquilas, só eu que estava chorando e querendo morrer… elas me olhavam com pena pois imaginavam que eu não queria está ali.
Ouvi elas conversando sobre um tal homem que era dono de tudo e que ele escolhia a função de cada menina quando chegassem ao lugar onde elas iriam viver.
Passei o caminho todo chorando, pensando em tudo que passei na vida, desde pequena sofrendo sem a minha mãe, com meu pai todos os dias bebendo, eu tendo que cuidar da casa e me virar pra comer, sobrevivi graças a ajuda da família de uma amiga minha, éramos amigas desde pequenas e a mãe dela cuidou de mim… eles não puderam fazer nada quando me pegaram pois senão eles poderiam ser mortos, eu nunca mais verei eles de novo.
Perdida em pensamentos nem percebi que havíamos chegado, era uma casa imensa, bem tipo uma mansão… confesso que eu pensei que seria um puteiro desses nojentos, mas não era, era uma casa de luxo.
Todas descemos da van e seguimos o homem e a mulher para dentro da casa, entramos e eu olhava tudo em volta, era uma casa imensa e impecável, na sala era tipo uma boate dessas de strippers e em cima ficavam os diversos quartos.
A tal Marisol era uma mulher muito bonita, loira e com um corpo escultural, mas era grossa e metida.
- Façam fila vadias, o chefe está chegando para dizer o que cada uma vai fazer… ela dizia nos olhando toda arrogante.
O homem que estava com a Marisol nos olhava uma por uma e quando chegou em mim ele me olhou como se fosse me devorar.
- Essa daqui eu vou pedir ao chefe pra mim… disse ele dando um sorriso de lado, eu estremeci por dentro de medo.
- Peça mesmo Jonas, quem sabe ele te dá, mas logo essa mosquinha morta? Tá na cara que essa aí tá aqui forçada, ela não para de chorar.
De repente nós vimos um homem descer as escadas, estava de terno preto e óculos escuros, era um homem forte, alto, com barba e de cabelos negros.
- Aí estão as garotas chefinho… Disse ela.
- Hum, vamos ver o que temos… disse ele.
- Uma por uma venha aqui na frente… disse o Jonas.
E assim foi, uma por uma, o tal chefe olhava as meninas, as vezes passava a mão no corpo delas e dizia o que cada uma começaria fazendo, eu já assustada demais com aquilo estava suando frio pensando que logo chegaria a minha vez… eu não queria ser entregue ao tal de Jonas… algumas meninas iriam ser strippers, outras garçonetes e claro que se algum cliente às quisesse elas teriam que ir com eles… e logo chegou a minha vez, a tal Marisol me mandou chegar a frente, eu com as mãos trêmulas segurando uma na outra e com o rosto vermelho de tanto chorar fiz o que ela disse.
- Chefe, eu queria essa pra mim, acho que mereço… disse o Jonas.
- Calma calma… deixa eu ve-lâ …Disse ele se aproximando de mim.
Ele pegou minhas mãos e soltou uma da outra, deslizou sua mão que era grande em meus braços tirando o meu casaco, minha pele se arrepiou de medo, ele pegou em meus cabelos colocando pra trás e voltou com as mãos pelo decote da minha blusa e eu engoli seco, as lágrimas escorriam em meu rosto.
- Essa é uma mosca morta chefinho, dá ela logo pro Jonas e ele vai mostrar pra ela o que acontece com menininhas medrosas aqui…Disse Marisol e meu coração disparou.
Ele não disse nada, apenas continuou a sua análise, caminhou e parou atrás de mim, colocou meus cabelos pro lado e passou seus dedos pelo meu ombro direito, eu tremia de medo, sua outra mão subiu pela minha coxa e parou em meu bumbum dando um leve aperto e eu respirei fundo… então ele voltou a minha frente.
- Já vou dizer o que fazer com ela… ele disse… agora Marisol, explique o básico.
- OK chefe… então vadias, vocês farão o que lhes foi designado, se algum cliente quiser algo mais vocês obedecem, no fim do mês receberão o esperado, aqui vocês terão disponibilidade de tudo, pois sempre vão ter que está bem bonitas… precisam malhar e manter a forma, precisam evoluir o corpo e a medida que forem evoluindo vão subindo de cargo também. Não toleramos brigar, briguem e serão punidas, descumpram as ordens e serão punidas, não façam o que o cliente quiser e serão punidas… eu coordeno tudo aqui, me obedeçam, façam o que eu disser e se não fizerem serão punidas também, há um médico que examinará vocês toda semana, ele passa os remédios anticoncepcionais e cuida da saúde de todas.
- Muito bem Marisol… disse o chefe… Jonas é o encarregado de supervisionar o trabalho de vocês garotas, caso tenham algum problema com algum cliente procurem ele e relatem tudo, ele vai resolver… Agora, Marisol vai mostrar onde vocês vão ficar… disse o chefe.
- E a mosca morta ali? Disse ela apontando pra mim.
- Essa leva pro meu quarto…Disse ele.
- QUE? gritou a Marisol incrédula.
- O que você ouviu, leva pro meu quarto.
- Pow chefe, pensei que o senhor daria ela pra mim… disse Jonas.
- Pensou errado, agora leva ela pro meu quarto Marisol, é uma ordem.
- Sim chefinho…Disse ela morrendo de raiva… vem garota… subimos as escadas, ela apertava o meu braço e me puxava pra cima e pelo corredor imenso que havia, chegando na última porta ela abriu e entrou me puxando, soltou meu braço e ficou me analisando.
- Não sei o que o chefe viu em você sua mosca morta sem graça… dizia ela… Só te aviso uma coisa, ele é meu e se você der uma de espertinha e oferecida eu acabo com você.
- Eu não queria está aqui se quer saber… respondi com raiva.
- Nossa, criou coragem pra falar foi vadia, foi só um aviso, recuse ele o máximo que você puder, se ele me trocar por você eu te mato… Ela disse saindo do quarto e me deixando sozinha.
Eu eu respirei fundo e chorei mais ainda, o que esse cara quer comigo, eu preciso sair daqui, fugir, dá um jeito de sumir no mundo, eu estou com muito medo, não sei o que ele vai fazer comigo agora… eu olhava em volta do quarto e ele era bem grande, com varanda e vista para a praia, com uma cama imensa, era como um quarto de hotel de luxo desses que mostram na televisão…
De repente a porta se abriu e entrou alguém, nem tive coragem de olhar pra trás, passando a minha frente eu vi que era o tal chefe, ele caminhou até uma poltrona e se sentou, me chamou com os dedos e eu caminhei até ele, ele me apontou uma poltrona e eu me sentei...
- Qual seu nome? Perguntou ele.- Manuela… respondi.- Manuela, pra você eu sou Chefe OK?- Sim…- Sabe meu nome?- Não…- Me chamo Bernardo, mas aqui ninguém me chama pelo nome, somente de chefe, entendeu?- Sim chefe…- Boa menina… ele disse tirando os óculos… tenho que confessar, ele é lindo.- Manuela eu sei que você não queria está aqui… que você foi mandada como pagamento de uma dívida a minha casa de luxo, então eu vou ficar com você…- Que? Perguntei.- Isso, vou ficar com você por um tempo e depois vejo o que você pode fazer aqui.- Eu não quero ter problemas com a Marisol… eu disse.- Problemas? Porque teria? Eu que mando aqui, ela faz o que eu mando senão é castigada.Eu não disse nada, apenas fiquei de cabeça baixa.- Preste
Me virei para olhá-lo e ele me encarava.Caminhou até a varanda do quarto e eu fui em seguida, ele tirou o seu paletó preto e a gravata também jogando em cima de um sofá que havia na varanda.- É assim que você deve se vestir todas noites… disse ele.- Sim chefe… eu disse.- Logo você se acostuma… escute não vai mais acontecer o que aconteceu hoje, eu não quero o rosto das minhas garotas marcados.- Sim chefe…- Venha aqui… disse ele.Me aproximei e ele pegou no outro lado de meu rosto e ficou olhando com atenção.- A maquiagem esconde bem…- Sim… Eu disse olhando pra ele, com um olhar meigo, ele me encarou mas depois se afastou rapidamente de mim.- É… eu vou dá um jeito de resolver o seu problema
ManuelaBernardo é um homem amargurado, acho que ele nunca foi amado, por isso não sabe o que é amar, ele se sente o dono mundo, como se ele pudesse fazer tudo que quiser com qualquer mulher que ele desejar… Eu gostaria de saber sobre o seu passado, o que o tornou esse homem rude e cruel, sem dó e nem piedade de machucar alguém, principalmente uma mulher, será que ele tem família, o que aconteceu com ele pra ser assim? Eu sofri muito na vida, mas jamais quis ser mal desse jeito.Será que no fundo ele tem sentimentos? Será que é capaz de gostar de alguém, de amar alguém, de sentir compaixão, dor, tristeza? Ele é um homem sem emoções.Estava perdida em pensamentos quando Clarice entra no quarto.- Olá gata, sou sua babá hoje.- Olá Clarice… eu sorri.Clarice era ruiva e linda, cabelos longos e um corpo maravilhoso.-
BernardoDepois de me deliciar com o corpo maravilhoso de Manuela eu estava exausto, mas queria dar uma liçãozinha em Marisol, ela pensa que pode me questionar, está enganada, eu faço o que quero e com quem eu quero.Deixei Manuela dormindo e fui pro quarto dela, tratei de mostrar quem manda e a safada é claro já estava acostumada e gostou muito mais do que sentiu o castigo.Depois voltei pro quarto e tomei um banho, me vesti pois receberia clientes importantes hoje.- Manuela, acorde… eu disse.- Sim chefe… ela disse sonolenta- Se arrume, você vai descer comigo hoje.- Está bem…Ela se levantou e depois de 20 minutos já estava pronta, aproveitei para me sentar na varanda e fumar um charuto.Assim que ela terminou veio até mim, estava d
Bernardo voltou do banheiro vestindo um terno preto e gravata vermelha.Caminhou até mim e ficou me admirando.- Perfeita! Ele disse deslizando seus dedos pelos meus braços.- Você acha mesmo? Perguntei.- Se eu não achasse não teria escolhido você… já viu que um homem é capaz de pagar milhões por você não viu?- Sim, vi.- Pois é, estou perdendo uma boa grana mantendo você comigo, com você atendendo aqui eu ficaria bilionário.- E porque me quer só pra você?- Porque sou o chefe e a mulher do chefe não pode ser mulher de mais ninguém… e chega disso, vamos logo.Descemos as escadas e fomos lá pra fora em direção ao seu carro. Era um Hyundai ix25 Branco, um carro maravilhoso, enorme.Entramos no carro e ele saiu… depois de quase meia hora nós chegamos ao centro dá cidade, nossa como era bom ver novame
Entrei no quarto e me joguei na cama satisfeita, eu teria conseguido que ele ficasse com ciúmes de mim? Acho que sim, pois ele estava destilando fogo pelos olhos.Estava me revirando de felicidade quando ele entra no quarto e bate a porta com tudo, me assustei dando um pulo da cama, ele veio rapidamente até mim e me pegou pelos braços com força.- Nunca mais deixe nenhum homem tocar você! Disse bravo.- Mas foi você que… eu dizia mas ele me interrompeu com um beijo violento, mordendo e devorando os meus lábios, seus braços se envolveram em mim me apertando a ele, eu fiquei imóvel.- Você é minha entendeu, só minha… ele dizia entre o beijo.- Tá me deixando sem ar… eu disse com dificuldade.Ele me soltou rápido e foi para a varanda, sentou em uma cadeira e ficou fitando o horizonte, parecia pensar… fui até lá fora, me sentei ao seu lado.- O que foi?&nbs
Estava distraída e nem percebi a hora passar, já era 17h e eu nem estava pronta ainda… alguém bateu na porta do quarto, eu disse que podia entrar, era Marisol.- O que quer Marisol? Perguntei.- Você não vai sair daqui com o meu Chefe, ele é meu sua vadia, você não vai com ele… ela dizia com raiva.- Eu não escolhi isso, foi ele que disse que vai me levar.- Mas você chegou aqui agora, não merece isso, eu sim mereço.- Marisol eu estou atrasada, o chefe disse que vem me buscar às 17h.- Você não vai com ele… ela disse vindo pra cima de mim e pegando em meu braço.- Me solta Marisol! Eu gritei puxando meu braço.Ela agarrou meus cabelos e começamos a br
Os meses foram passando e Henry e eu nos tornamos amigos, claro que sem o Bernardo saber... eu pedi a ele que mantivesse a nossa amizade em segredo pois Bernardo era muito ciumento e podia implicar e ele concordou... minha relação com Bernardo era a mesma, nada havia mudado, eu estava me sentindo tão mal, acho até que estava depressiva, todos os dias eu era submissa e fazia o que ele queria, mas ele não se importava com o que eu sentia... estava na varanda de casa sentada em um pequeno sofá de balanço suspenso pelo teto... abraçada as minhas pernas eu olhava o horizonte e chorava, pois minha vida não era nada como eu havia imaginado pra mim... eu estava vivendo em modo automático... de uma coisa eu sabia, me apaixonei por ele, mas não pelo Bernardo que ele era e sim pelo que pensei que ele seria se eu conseguisse fazê-lo mudar e só tinha uma saída para não sofrer mais, era ir embora... distraída nem vi Bernardo chegar.- O que faz aí? Perguntou el